Maracanã

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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

notícias femininas, onde as mulheres buscam forças?

Muitas vezes, em manhãs de sextas-feiras,  comumente,  costumo pensar que as mulheres, ao mesmo tempo, sentem-se cansadas da lida semanal, mas, reinventam-se para os finais de semana. De todas as idades, cores, feições,  estaturas, crenças,  ideologias, lugares,  confins, cidades e campos, profissões,  na paz e nas guerras, sozinhas ou acompanhadas, vorazes ou tímidas,  acomodadas ou audazes, com dores nas almas ou nos corpos, um exército delas segue em frente, decididas marcham, e as que continuam, representam tantas que tombaram, ao longo do caminho, pois, as renovadas forças nos empurram, num vento forte, dizendo que seguir é preciso!
Perdi, nos últimos tempos, mulheres de fibra, companheiras de vida e de luta, pessoas que me serviram e servem de referencia importante. Delas, vou vivendo de saudades e exemplos, enquanto me reorganizo, fisica e emocionalmente, para honrar-lhes a memória.
Uma lufada de partidas, e elas foram deixando a vida sem que eu pudesse me despedir como gostaria,  mas, no fundo, sei que eu não gostaria nada de vivenciar tais despedidas. Reconheço que deixar-se abandonar por suas presenças nada representa já que suas lembranças são,  na realidade, um fato dentro de mim, em escala constante.
Aprendi a rezar por elas, com gratidão,  experimentando o mérito de te-las tido em meu convívio,  por muitas e inesquecíveis ocasiões.  Tia Maria, a meiga. Zelinda Lorosa, a que compartilhava comigo sua filha Lilia. Thereza Cristina, aquela que me fez votar na monarquia no plebiscito, cujas historias de exilio chileno e europeu povoaram conversas e campanhas politicas. Dalva Oliveira Sarmento, a quem fui visitar no Hospital das Clínicas para dizer um sofrido adeus, depois de trocas políticas,  humanas,  emocionais, que incluíram sua vinda ao Rio para assistirmos juntas ao desfile das campeãs do carnaval 2006. Tia Vera Augusta, a dona do armarinho em Xerem, que ligou para mamãe dias antes da partida. Há quase um mês,  lá se foi a amiga irmã,  Antonieta Santos, a quem rendo graças pelo extremo carinho, e lamento as vezes em que combinei visitá-la mais vezes e não consegui. Mas, viajamos muito, juntas, nos divertimos, dividimos nossas alegrias em Buenos Aires e Salvador,  estivemos próximas em muitos trabalhos, escrevendo, produzindo e sonhando.
Néa, a jovem diarista,  mãe de duas meninas, esta partiu e eu só soube meses depois, com o aperto no peito, rememorando sua graça de buscar alegria na vida dificil. Por email, veio a notícia de que a amiga dos tempos de ginasio, a Edleuza, também se foi.
D.Nea, mãe das amigas Denise e Lucia, partiu em 2012, deixando a marca da guerreira que amava a vida.
Sabemos que as perdas são parte das nossas vidas, mas dessas mulheres , tenho muito mais que saudades, sinto que há em todas, um ponto em comum.
Um detalhe que as une durante a passagem na vida na Terra.
Sua força,  a força com que viveram para legar exemplo e brio aos descendentes, amigos, admiradores do seu talento de viver e coragem de partir.
Onde as mulheres buscam forças,  eu me pergunto sempre. Mil respostas me sobem à cabeça.  Desde a fé até ao destino. Entretanto, um consolo me responde, internamente, sei que há em cada uma que se foi, assim como haverá sempre em cada ser feminino que vive ou ainda nascerá,  um ingrediente basico e definitivo.
Amor. Sim. Amor, maior que qualquer dificuldade, vi cada uma delas, sem exceção,  enfrentar com amor, todos os momentos de suas vidas, e, por amor, viveram todas. Feliz sou eu, que mesmo sofrendo com suas idas, posso sentir que sua capacidade de amar, está viva. É sua força,  aliás, é a razão de viver de todas nós.  Mulher e amor, palavras tão sinônimas quanto definitivas!
Cida Torneros

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