Hoje Léo e Lu tem 32 anos. Ela é mãe da Bia , casada com o Saulo e moram em Salvador. O Léo é professor, mora no Rio.
Fomos pra casa da Edie, uma americana que era viúva do nosso tio-avô Obidio, irmão da avó Carmen, ela nos recebeu em Orlando, e de carro, fomos para sua casa em Jacksonville, norte da Florida.
Dias de frio, idas a shoppings, o forte de Sant Agostin, Miami, passeios, estradas, pizzas, sanduiches, histórias, risadas, feiras, caminhadas, compra de um 486, que era o computador mais moderno da época, rs, uma sucessão de encontros com o dia a dia do Way or life, dos americanos.
Cansamos de repetir sobre o Brasil para a Suzete, a Sula, a Jennie, os amigos, os vizinhos da Edie, que conheciam muito pouco sobre o nosso país. Estranhavam porque nós quatro sabíamos falar bem o inglês, se nunca tínhamos morado fora daqui... preconceito, desinformação, e um jeito de ser muito comercial, que nos incomodava muito.
Entretanto, o carinho da Edie compensava tudo. Sua vontade de nos agradar, as comidinhas que fazia, a dispensa abastecida de refrigerantes de todos os sabores, da cereja à uva, pra nós, naquele tempo,uma grande novidade.
Eu, morena, ainda, de cabelos escuros naturais, cheia de cachos ( kurls) que elas elogiavam tanto. Lu, lindissima, magrela, sonhando em ser médica, e o meu Léo ainda nâo definira o papel de professor que assumiu nos últimos anos, mas, devorava os jogos Sonic, e nos guiava, por lá como um cicerone, usando sempre boné e rabo de cavalo.
Brindamos algumas vezes ao sentimento melhor que nos uniu naquele janeiro de 94, o amor, a glória dele, o amor entre familiares, o sentimento que nos proporcionou encontro tão marcante, cujas lembranças hoje rememoro.
Na volta, quando dormimos uma noite num motel de Miami, deu pra sentir a pujança da cidade, mas nossos melhores dias tinham ficado pra trás, no aconchego da casa cercada de grama, calefação a 21 graus, enfeitada de lembranças que a Edie colecionara em tantas viagens que fez ao Brasil, na companhia do tio Obie.
Sessões de slides, pipocas, brincadeiras, ela nos fazia rir quase o tempo inteiro, e ainda, o papagaio dela na cozinha, o Sean, a repetir " good morning" toda a vez que acendíamos a luz ,mesmo de madrugada. A lareira foi acesa uma vez e desligamos a calefação. Motivo: ela queria que os meninos comessem mashmellow torrado nas brasas, tradição americana.
Enquanto lavávamos a louça do jantar, muitas vezes, cantarolamos juntas: "You have to give a litlee, wait a litlee, that is the glory of love". Também , uma noite, descobrimos que ambas éramos apaixonadas por Dina Washington e a ouvimos quase até o amanhecer.
Quando a saudade batia, nos anos subsequentes, ela, já doente, ligava pra mim nas noites de sábado... e sussurrava...I love you, Maria... eu respondia, embargada....Me too, aunt Edie, I love you too!
Cida Torneros
Um comentário:
OOIII sou eu MALISA do EUA! eu tava procurando umas coisas da minha avo e eu veu seu BLOG! nem acredito que eu acho voce! minha familia la no brasil. entao desculpa que eu to esquecendo portuguese mais eu veu seus fotos e minha avo e no essa momento eu comecou de chora! eu precisa fala com voces ve como voces e como e a vida! eu nao quero perdeu contacto ja fiz 10 anos que eu vei voces la no brasil e no essa tempo nao deu pra eu conversa com voces porque eu nao falava no essa tempo! entao que tem um jeito me manda um email no mel.esposito@yahoo.com ou voce pode me acha no face book tambem! obrigado...te amo... -malisa
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