Maracanã

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terça-feira, 29 de março de 2011

Saudades da Bahia - Dorival Caymmi e Tom Jobim

amor se llama el juego

A mulher na atualidade

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domingo, 27 de março de 2011

quarta-feira, 23 de março de 2011

Maria Bethânia - Todo Sentimento

Um canto de paixão pela vida soa na minha alma ...

http://www.youtube.com/watch?v=xBwbcf4pCNY&feature=relmfu



Um canto de paixão pela vida soa na minha alma ...







No momento em que me preparo psicologicamente para conhecer a Itália, daqui a dois meses, uma palavra me anima...justamente "ânima"...que significa alma... recorro à canção que fala sobre o que é viver por alguém que nos encanta a alma... uma paixão daquelas que pode cegar,endoidecer, estontear, que todos já viveram algum dia ou que ainda irão viver...






Em meus devaneios viajantes, sempre tive o sonho de ir a Veneza, a Roma, a Florença... agora, que consegui juntar tostões contados e vou realizar o intento, sou tomada de intensa paixão pela vida, sou agradecida pelas chances que ela me dá para concretizar imaginações, conhecer lugares, saborear culturas diversas, aprender de tudo um pouco...






Milão, Capri, Pádua, Assis, Gênova, Pizza, vou desfiando as sensações de histórias que estas cidades me trazem ao pensamento, o império romano, os embates religiosos, a afirmação do cristianismo, a era antes de Cristo, o chão que milhões de seres humanos já pisaram ao longo de quatro, cinco mil anos.






Vou antevendo os museus, as artes, as esculturas, a arena dos gladiadores, das lutas, as fontes esmeradas, as escadarias e praças, as catedrais...Sinto o peso das injustiças, das intempéries, dos vulcões enfurecidos, das dores e frustrações, mas sei que há superação e luta sempre.






Soa em mim o ruído milenar de vozes que deixaram sua energia por aqueles lados, pergunto-me se as almas registram vozes no infinito inimaginável, em tonalidades desafiantes da ultrapassagem do tempo, da loucura dos amores avassaladores.






Ouço, como um áudio fantasmagórico o barulho das noites de corpos entrelaçados e sussurros únicos, personalistas, suspiros de amor, gritos de prazer, gemidos de despedidas, lágrimas de separação, lamentos de saudades, lembranças cantaroladas em ondas que voam pelos ares devolvendo e revivendo a música eterna de algo impalpável e inexplicável como é a vida humana.






Há uma ressonância em meus ouvidos. O eco de um mundo sentimental, concebido por mercadores, pintores, escultores, escravos, religiosos, imperadores, amantes, injustiçados, mecenas, conspiradores, poetas, cantadores, menestréis, serviçais, cozinheiros, de ambos os gêneros, homens e mulheres, de tantas épocas, misturam-se no plano atual ou superior, confundem-me em tomadas cinematográficas, tudo parece sintetizar a sede de viver e de apaixonar-se pela vida vivida, conquistada e sonhada...






Volto à tal palavrinha que resume o que sinto...ânima.. alma... é ela que faz a combustão do corpo ser possível...quando ela voa, o mundo se torna leve... quando ela canta, a vida se eterniza, quando ela ama, o universo se redime e um firmamento estrelado e misterioso enfeita a tela máxima do grande artista autor da Criação de tudo...






Cida Torneros

Vivo per lei - Ti lascio una canzone - cantano Danzè e Ginoble

terça-feira, 22 de março de 2011

Efeito Obama carioca:- Alô Rio de Janeiro, aquele abraço!!!


Efeito Obama carioca:- Alô Rio de Janeiro, aquele abraço!!!



A mídia registrou, ele passou por aqui e marcou presença...






O homem mais poderoso do mundo, no Rio de Janeiro, demonstrou ser um sujeito de espírito carioca...






Marketing, diriam muitos, uma vez que, no dia anterior ao da chegada à cidade maravilhosa, ele deu o OK, para o ataque à Líbia, enquanto se encontrava em Brasília em visita oficial à Presidenta Dilma Rousseff.










Entretanto, o fato marcante da Obama's family, no Rio, foi a descontração a que se deram direito, ele, mulher, filhas, sogra e comadre, bem ao estilo brasileiro de ser, levando na bagagem, se puder, até o papagaio de estimação.






Os jornalistas se mantinham coagidos diante de tanto aparato de segurança, mas o povo carioca, ainda em ritmo carnavalesco, acenava, fazia plantão em Copacabana, em frente ao hotel, cercava o campo de futebol do Flamengo, na Gávea, ponto de subida e descida do helicóptero da comitiva americana em seus deslocamentos pela cidade.










O que se viu foi uma empatia humana que pôs por terra a idéia de que o anti-americanismo seja a tônica maior da sensibilidade da plebe nacional.






O homem representa o tio Sam, mas quase tocou tamborim, pelo menos foi se chegando com estratégia conquistadora. Eu lembrei muito da música Chiclete com Banana.






- Alô Rio de Janeiro!! Obama saudou no Teatro Municipal.






Citou Jorge Benjor, e o nosso país tropical, arriscou palavras em português.






Lembrou do filme Orfeu Negro, que assistiu, quando menino, na companhia da sua mãe.






Obama se confessou admirador da brasilidade, e nas entrelinhas, deixou escapar uma admiração que lhe conduziu ao Rio, um certo desejo pessoal antigo, não conseguiu esconder a simpatia que a cidade lhe despertou. Sua Michelle e as meninas , igualmente, foram ver a cidade do samba, dizem que até ensaiaram uns gingados, mas a imprensa foi impedida de documentar.










O que a mídia pôde mostrar passou possivelmente o propósito comercial de aproximação que sua delegação que incluiu empresários de vários setores veio buscar em termos de investimentos em nosso país que já é do presente.






Ao declarar que o futuro chegou ao Brasil, Obama reafirmou com a devida reverência que há um novo modelo de Zé Carioca para divulgar o cartão postal brasileiro, a cidade das Olimpíadas, a mesma cidade que derrotou sua Chicago, mas que ele prometeu voltar e assistir os jogos no Rio de Janeiro.










O efeito Obama Carioca amanheceu na segunda-feira sonolenta, depois de dois dias de trânsito difícil, a cidade quase parou, muitas vias interditadas, muitos helicópteros sobrevoando nossas cabeças, notícias desencontradas, idas anunciadas ao Cristo, desmarcadas, comício na Cinelândia preparado e cancelado, um evento no Municipal, afinal, para convidados, ao estilo de show, mas com repercussão em todo o país.










Obama lembrou do futebol e do jogo Vasco e Botafogo, da tarde de domingo. Seu discurso foi certeiro, intimista, teve a tonalidade apropriada e parecia ter fechado com chave de ouro sua passagem pelo país, pois na manhã seguinte, cedo, ele, família e comitiva partiriam rumo ao Chile.










Mas eis a surpresa, agenda modificada, nove e meia da noite, Obama"s family sai de Copacabana e ruma para o Corcovado. Vão se despedir do Rio guardando em seus olhos uma das paisagens mais lindas que a terra carioca pode oferecer.






A cidade piscando, lá embaixo, iluminada, o Cristo Redentor imenso e luzente, a lua cheia completando a poesia para a memória do cidadão Obama, afro-americano, que virou "carioca"






Alô, Barack Obama, aquele abraço! Depois da sua passagem pelo Rio, a cidade nunca mais será a mesma, terá sempre um gostinho de gringo tentando bater bola com os meninos da comunidade e de presidente de States pedindo camisa do time à presidenta do Mengão!






Cida Torneros

segunda-feira, 21 de março de 2011

"As Folhas mortas"



“As Folhas mortas”






Gostaria tanto que você se lembrasse


dos dias felizes onde éramos amigos


Naquele tempo a vida era mais bela


E o sol mais brilhante que o de hoje


As folhas mortas se juntam com o ancinho


Veja, eu não esqueci.


As folhas mortas se juntam com o ancinho


As lembranças e os arrependimentos também






E o vento do norte as trazem


Na noite fria do esquecimento


Vê, eu não me esqueci da canção que tu me cantava…






É uma canção que parece conosco


Tu que me amava


E eu que te amava.


E nós vivíamos sempre juntos


Tu que me amava


E eu que te amava.


Mas a vida separa os que se amam


Tão docemente sem qualquer rumor


E o mar apaga da areia


Os passos dos amantes desunidos…

Les Feuilles Mortes_Yves Montand à l´Olympia

domingo, 20 de março de 2011

Rita Lee - Cor de rosa choque (gravação original)

BP recomenda:Escritora e jornalista Cida Torneros fala sobre “A Mulher e a Atualidade” este domingo (20) no Rio do Janeiro

Bahia em Pauta recomenda a quem estiver no Rio de Janeiro este domingo, 20 de março
Posted on 19-03-2011



BP recomenda:Escritora e jornalista Cida Torneros fala sobre “A Mulher e a Atualidade” este domingo (20) no Rio do Janeiro





Aparecida Torneros: homenagem às mulheres


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Bahia em Pauta recomenda a quem estiver no Rio de Janeiro este domingo, 20 de março:


A escritora e jornalista Maria Aparecida Torneros, colaboradora e amiga especial do Bahia em Pauta, fará palestra sobre o tema “A Mulher na Atualidade”, às 16 horas no auditório da Casa de España, Clube da Colônia Espanhola no Rio de Janeiro, em comemoração ao mês do Dia Internacional da Mulher.


Haverá sorteio de livros e o clube terá festejos durante todo o dia em homenagem às mulheres.


Maria Aparecida Torneros é autora dos livros “A Mulher Necessaria” e “Contra Ataque do Amor”,é profissional do jornalismo há 40 anos, e também professora universitária de Comunicação Social.


Neta de uma galega, Carmen Torneros, que emigrou para o Brasil em 1910, Maria Aparecida Torneros editou, durante a década de 80 até 93, o periódico Jornal de España, distribuído nos clubes cspanhóis brasileiros (inclusive o da Bahia, no bairro da Barra, em Salvador).


Seus livros tem abordado, entre outros assuntos, o mundo feminino, na cultura, na sociedade em geral, nas relações afetivas, na sua luta pelo lugar ao sol, pela conquista de seu próprio espaço, além de temas como meio ambiente, política, saúde, serviços e igualdade de oportunidades.


Seu próximo livro , a ser lançado ainda em 2011, é “Crônicas Frágeis para Mulheres Fortes”.


O Clube Espanhol, do Rio de Janeiro fica no bairro Humaitá, na Rua Vitório da Costa. A entrada é gratuita.


Todos lá este domingo, mulheres ou não. Bahia em Pauta recomenda. E muito!


(Postado por Vitor Hugo Soares)

terça-feira, 15 de março de 2011

Sangrando - Gonzaguinha

Avassaladora (Gonzaguinha)

Fora de Ordem

A cobertura da tragédia japonesa‏

A cobertura da tragédia japonesa
 



Os jornalistas formados no século XX acostumaram-se a cobrir tragédias, desde as guerras mundiais até as catástrofes naturais ou as dramáticas faces dos atentados terroristas, dos embates ideológicos, da corrida armamentista, dos surtos psicóticos de criaturas que disparam contra seus pares, matando inocentes em escolas, shoppings, ruas, cidades, e ainda, acidentes devastadores de trens, aviões, navios, um sem número de espetáculos dantescos, esmiuçados pela tecnologia das imagens e presença arriscada dos cinegrafistas quase suicidas das grandes agências de notícias espalhadas pelo mundo todo.



Os tsunamis, de uns anos pra cá, já neste século XXI, assumiram proporções detalhistas em coberturas que não somente são delineadas a partir das câmeras profissionais, mas sobretudo, com o advento das máquinas digitais, trouxeram para o alcance do cidadão comum a possibilidade de registro on line, presencial e dramático, de momentos espantantosamente caóticos, num gesto ao mesmo tempo alucinado de cobrir para si e para quem acessar tais imagens, cada instante de sobrevivência ou de morte de tantos sonhos humanos, da própria ilusão da segurança aparente que representa uma cidade construída em bases supostamente "sólidas", com energia nuclear também supostamente "protegida", como é o caso atual da explosão dos reatores da usina japonesa atingida pelos efeitos do grande terremoto que abalou o Japão nos últimos dias.


A partir daí, a cobertura multifacetada dos fatos, em efeito dominó, se multiplica de vídeos, via grandes redes de televisão e via internet, infestando com efeitos mirabolantes, o que é realidade e não é ficção, embora, em certos segundos, nós, enquanto espectadores viciados em cinema espetaculoso, possamos, como defesa emocional, pensar que tudo não passa de um grande roteiro hollywoodiano, prestes a vencer prêmios da academia americana que se esmera em conferir "Oscars" para a imaginação que traga vidas em projeções apocalípticas.


Mas, infelizmente, o que estamos presenciando, ao vivo e a cores, é verdade. Trata-se de uma realidade comovente, trágica, quase uma tragédia anunciada, tal o acúmulo do trabalho humano em torno de um "progresso" conquistado pelo avanço das chamadas economias mundiais, ao custo insano de ausência regrada de limites suportáveis.


A terceira economia do mundo, o Japão, exemplo de país da superação, sofre, como nunca antes, uma provação acima da sua própria capacidade de entendimento e suporte, mas tenta, e certamente o conseguirá, minimizar efeitos ainda imprevisíveis da tragédia que sobre ele se abate, com riqueza de filmagens, transmissões, acompanhamento perplexo por parte do planeta inteiro, um verdadeiro reality show do caos natural e/ou industrial , além dos consequentes episódios de colapso econômico, social, incrivel teste que desafia a humanidade para refletir seus caminhos de progresso, competição, sobrevivência, solidariedade, ou mesmo, o futuro de uma terra arrasada, cujo destino está nas mãos de um ser inteligente e pródigo, espécie animal atrevida, chamada humana, capaz de cobrir sua desdita, filmando e fotografando, prisioneira que se encontra, do seu próprio mundo tecnológico.



Os profissionais da comunicação que lá estão, não é novidade, se arriscam, na tentativa de esmiuçar a catástrofe como grande objeto de informação, estão no olho do furacão, do tsunami, do vazamento nuclear, do terremoto, do caos econômico, mas trabalham e informam, enviam via satélite, para o mundo inteiro, os testemunhos da dor de um povo, e, como ondas gigantes, exacerbam a mente inconsciente e coletiva da humanidade com o reflexo de um espelho gigante, onde é possível enxergar-se como um grande contingente de seres prisioneiros do próprio progresso, ou da própria ilusão do dito crescimento anti-ecológico, ou contrariamente sustentável.




Vejamos, esperemos, soframos, superemos, oremos, façamos o que for possível ou impossível para que a tragédia japonesa neste século XXI represente uma grande oportunidade de repensarmos não somente sua brilhante cobertura, a tal mídia globalizada on line e de alcance total, mas sobretudo, a cobertura do drama consciente de uma espécie acostumada e brigar por espaço, por índices, por números, por cotações, por exportações, por industrialização, por moedas fortes, enquanto ondas fortes invadem costas e sacodem os conceitos, cobrindo e descobrindo notícias que nos invadem almas e corações, mas, queiramos ou não, nos levam a refletir sobre a descoberta de um mundo que precisa se renovar, refreando ambição, talvez, ou reavaliando efeitos da ação do homem sobre a natureza terrestre. Vale lembrar Freud, seu livro O mal estar na civilização, para que se complemente a cobertura da tragédia japonesa, como desfecho para algo que só está começando, pois as informações nao param de chegar, e no país do sol nascente, com milhares de anos de vida organizada, alguma coisa está fora da ordem, como na canção caetaneana...


Cida Torneros

Cinquentões por Luiza Xavier

Cinquentões por Luiza Xavier



( jornalista carioca que morava em Curitiba, ela fez esta crônica em homenagem a três amigos cariocas, os da foto, com quem jantou em 2006: Aparecida Torneros, Ícaro Moreno Júnior e José Carlos Pinto, os três trabalharam juntos na Emop, naquele tempo estavam na Serla e foram ao Paraná participar de um seminário sobre recursos hídricos)




Sempre tive a impressão de ter nascido na época errada. Um constante sentimento de inadequação me acompanha desde que me entendo por gente. Ao longo da vida tenho encontrado pessoas que, em algum momento, acabam comentando algo semelhante. Porém, uma pergunta que nunca faço e que não lembro de ter ouvido é: afinal, que idade você gostaria de ter? Parece um questionamento óbvio a ser feito quando alguém diz que não se sente no ‘‘mesmo tempo dos outros’’.


Porém, acho que o incômodo causado por observações deste tipo – como assim você não queria ter nascido na época em que nasceu?! – impede que a conversa prossiga de forma natural e que sejam feitos questionamentos. A reação mais comum é mudar de assunto o mais rápido possível, partindo para comentários como ‘‘ah, que coisa…mas, você assistiu ao jogo de ontem?’’ ou ‘‘hum, interessante…será que vai dar praia no feriadão?’’ e por aí vai.


Fugir de temas ‘‘desconfortáveis’’, digamos assim, é absolutamente compreensível. Até pouquíssimo tempo eu mesma tentava compreender o motivo desse sentimento, não conseguia responder a uma questão elaborada pela minha própria mente ‘‘deslocada’’ no tempo.



A resposta chegou até mim numa noite fria do final de agosto de 2006, no tardio inverno curitibano, em um ambiente onde havia calor humano, bom vinho, boa comida e boa música. Quase tudo de que um ser humano adulto precisa para sentir-se feliz. Pelo menos aqueles três ali sentados à mesa comigo se mostravam plenamente satisfeitos. Em meio àqueles sorrisos, àquela euforia juvenil pelo fato de estarem fora da cidade onde moram, àquela conversa descontraída e, ao mesmo tempo, recheada de boas recordações despertadas pelas canções tocadas ao vivo, concluí que nasci duas décadas depois!


Sim, descobri, finalmente, que queria ter 50! Fiquei aliviada por concluir isso da melhor forma possível, admirando a amiga e os amigos, típicos ‘‘cinquentões cariocas’’, vivendo de modo simples, alegre e, acima de tudo, com muita liberdade.


Diferente dos brasileiros da minha geração, que estão na faixa dos 30, eles não passaram os primeiros dez anos de vida sob a ditadura – muitos morreram na juventude lutando contra o regime, é verdade, mas, era conseqüência do fato de não se renderem. Enquanto nós, coitados, crescemos abobalhados assistindo à tv e achando ‘‘normal’’ aquela mensagem da Censura Federal antes do início de cada programa! Eles sentiram, experimentaram, cantaram, fumaram, beberam, vestiram, ouviram, tocaram, enxergaram até os olhos doerem tudo o que, de um modo ou de outro, significava a paixão pela vida, o amor pelo outro, por si mesmo, pelo planeta. Eles foram adolescentes e jovens em um mundo sem Aids, sem carro com air bag, sem câmeras de vigilância, sem McDonalds, sem café descafeinado! Eles correram riscos. Sabe lá o que é isso?


Enfim, é por essas e outras que, enquanto os trintões estão aqui, tropeçando em culpas, fazendo malabarismos para criar os filhos, perdendo noites de sono com medo ‘‘da escalada da violência urbana’’, perdidos diante de si mesmos e de um mundo inacreditavelmente louco, eles estão lá, esperançosos. É como se a esperança inicial, aquela da primeira infância, nunca tivesse sido esquecida, apesar dos problemas, das perdas, das decepções, dos sacrifícios. Em bom ‘‘carioquês’’: aos 50 você não vai ser feliz, você ‘‘já é’’.


(Publicada originalmente no suplemento Folha Curitiba do jornal Folha de Londrina - 2007);

segunda-feira, 14 de março de 2011

quarta-feira, 9 de março de 2011

Vamos que vamos!!

Vamos que vamos!!

por Maria Aparecida Torneros, quarta, 9 de março de 2011



Aviso aos amigos e amigas...tô ótima...já trabalhando..preparando novo livro, vou dar palestra ainda este mês na casa de Espanha, e já tenho duas viagens marcadas...uma pra Europa em maio e junto... recomecei a todo o vapor, gente!!! ah...e tem o seminário médico-mídia em abril, na sua sexta edição, que eu apresento com a maior honra, sempre.. sob os cuidados da Denise Teixeira e do Dr. Waldir Cardoso, e toda a família FENAM (federação nacional dos médicos), nossa, haja fôlego, rs... vamos que vamos!!!


Cida Torneros

terça-feira, 8 de março de 2011

Te Amo-Wanderléa OFFICIAL (Tema de Dafne e Gabriel-Caras e Bocas)

O dia da Mulher, o mes de março e os astros...

O mês da mulher



por Dimitri Camiloto, do Estrela Guia
01/03/2011


Saiba por que março é um mês especialmente feminino



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Há 152 anos, em 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos em Nova Iorque fizeram uma grande greve em que ocuparam as instalações para reivindicar melhores condições de trabalho. Exigiam a redução da jornada para dez horas (eram 16 horas de trabalho diário), a equiparação de salários com os homens (já que recebiam até um terço do salário de um homem pelo mesmo tipo de função) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.




A greve foi violentamente reprimida. Trancaram as mulheres dentro da fábrica, atearam fogo em suas dependências e o trágico saldo foi a morte de 130 tecelãs carbonizadas. Décadas passaram e, em 1910, a data daquele ato bárbaro passou a ser considerada o "Dia Internacional da Mulher" em homenagem às mártires.




O dia 8 de março cai bem no meio do signo de Peixes, que é feminino por natureza e está relacionado à fraternidade universal e aos sacrifícios que são feitos em prol de uma causa altruísta. O motivo da criação da data não foi apenas o de comemorar, mas antes realizar encontros, debates e conferências para discutir o papel da mulher na sociedade, num esforço para terminar com preconceito e a desvalorização. Todos sabemos que, apesar das conquistas, ainda falta muito para isto ser alcançado. Em algumas regiões do mundo, a situação é de verdadeira penúria. É possível que, este ano, as manifestações sejam mais veementes.



“É necessário que a mulher não caia nas armadilhas da indústria e do consumo e promova mais uma revolução: uma alternativa real que aponte para uma nova forma de viver”




Para avaliarmos a condição das mulheres nos dias de hoje, podemos utilizar os trânsitos dos planetas lentos (vinculados ao desenrolar da História) e obter um quadro esclarecedor.






Na década de 50, com Urano (novidades tecnológicas e mudanças de comportamento) em Câncer (família, maternidade), surge a pílula anticoncepcional. Estava acontecendo, naquele momento, uma verdadeira revolução na vida dos casais e, em especial, da mulher. A possibilidade de fazer sexo sem o risco da gravidez permitia uma autonomia em relação ao prazer feminino nunca antes imaginada.






Posteriormente, na década de 60, com Urano e Plutão (transformações radicais no inconsciente coletivo) em Virgem (regras de convivência), e Netuno (espiritualidade e entrega) em Escorpião (rompimento com o que está estagnado), ocorre uma outra revolução, agora nos costumes, com as mulheres começando a quebrar o tabu da virgindade e tendo uma nova postura em relação ao casamento. Agora, com Urano em Peixes (dissolução), percebemos que a tradicional família patriarcal vem sendo cada vez mais desconstruída, com todos os prós e contras que isto acarreta. Tanto homens como mulheres estão se adaptando a este novo contexto relativamente recente. Aqui está um dos principais desafios para a mulher de hoje.






Outro trânsito importante foi a passagem de Urano e Plutão pelo signo de Libra (relacionamentos pessoais), nos anos 70. A partir desta época, as separações e os divórcios passaram a se tornar cada vez mais comuns, colaborando para acelerar o processo de mudanças que caracterizou a 2ª metade do Século XX. Com Urano e Netuno em Sagitário (liberdade) e Capricórnio (carreira), nas décadas de 70, 80 e 90, as mulheres acirraram a competição com os homens no mercado de trabalho, passaram a viver os seus relacionamentos com independência maior, mas também cada vez mais conscientes dos preços a serem pagos por esta emancipação: menos tempo em casa para cuidar dos filhos, rotina mais estressante, etc.






No momento presente, com Urano em Peixes, Netuno em Aquário (imersão no mundo tecnológico) e Plutão em Capricórnio (decadência dos impérios), percebemos que o horizonte sonhado pelos idealistas dos anos 60 ainda está bem longe de se realizar: as assimetrias sociais são enormes, a violência cresceu assustadoramente, há muitas disputas e guerras entre os povos, intolerância religiosa e, mais recentemente, o drama envolvendo o ecossistema do planeta e a crise financeira de proporções avassaladoras. É neste ambiente que as mulheres têm o seu mais novo desafio, num sistema comprovadamente inviável e com os próprios homens, maiores detentores do poder, sem saber exatamente o que fazer e como agir.






Mais do que nunca, a participação das mulheres será decisiva para que a humanidade consiga superar os enormes problemas que vêm surgindo. Numa sociedade dominada pela polaridade yang (masculina), é vital que natureza feminina possa permear cada vez mais o mundo cotidiano e a orientação dos povos. Caso contrário, a usura e a falta de respeito pela dimensão sagrada do universo em que vivemos poderá, realmente, nos destruir.






É necessário que a mulher não caia nas armadilhas da indústria e do consumo e promova mais uma revolução: uma alternativa real que aponte para novos hábitos e para uma nova forma de viver, com mais harmonia e solidariedade, em maior integração com a natureza e com o cosmos. Está lançado o desafio!

Do blog do jornalista Dacio Malta

Origens do Dia Internacional da Mulher



8 de março de 2011 por Dacio Malta


Adriana Jacob Carneiro*






“A origem do Dia Internacional da Mulher, data significativa na luta pelos direitos das mulheres, vem sendo distorcida no Brasil e em diversos países. Na cobertura midiática, o dia 8 de março é associado a um incêndio que teria acontecido em 1857 em Nova York e provocado a morte de 129 trabalhadoras têxteis. Elas teriam sido queimadas como punição por um protesto por melhores condições de trabalho.


É importante destacar que houve, de fato, um incêndio, só que em 25 de março de 1911 e de forma diferente da narrada pela imprensa.


As chamas começaram quando um trabalhador acendeu um cigarro perto de um monte de tecidos e alastraram-se rapidamente. As portas das escadas de incêndio estavam trancadas por fora, para evitar que os funcionários saíssem mais cedo. O saldo foi de 146 vítimas fatais, 13 homens e 123 mulheres.


No edifício, funciona hoje a Faculdade de Química da Universidade de Nova York. O incêndio na Triangle Shirtwaist Company foi importante para a melhoria das condições de segurança de trabalhadores como um todo, e não apenas das mulheres, já que também havia homens entre as vítimas.


Um ano antes, em 1910, durante o 2º Congresso Internacional de Mulheres Socialistas em Copenhague, a alemã Clara Zetkin propôs que fosse designado um dia para a luta dos direitos das mulheres, sobretudo o direito ao voto.


Ou seja, o Dia Internacional da Mulher já existia antes do incêndio, mas era celebrado em datas variadas a cada ano.


Para compreender a escolha do 8 de março, remontamos ao dia 23 de fevereiro de 1917, 8 de março no calendário gregoriano. Naquela ocasião, as mulheres de Petrogrado, convertidas em chefes de família durante a guerra, saíram às ruas, cansadas da escassez e dos preços altos dos alimentos. No dia seguinte, eram mais de 190 mil.


Apesar da violenta repressão policial do período, os soldados não reagiram: ao contrário, eles se uniram às mulheres.


Aquele protesto espontâneo transformou-se no primeiro momento da Revolução de Outubro. A proposta de perpetuar o 8 de março como Dia Internacional da Mulher foi feita em 1921, em homenagem aos acontecimentos de Petrogrado.


Mas, sobretudo após a Segunda Guerra Mundial, em decorrência dos interesses do poder no período, seu conteúdo emancipatório foi se esvaziando. No fim dos anos 1960, a data foi retomada pela segunda onda do movimento feminista, ficando encoberta sua marca comunista original. Em 1975, a ONU oficializou o 8 de março como o Dia Internacional da Mulher.


Para além da distorção dos fatos históricos, um aspecto diferencia fundamentalmente a participação das mulheres nos dois episódios.


No incêndio da Triangle Shirtwaist, a mulher é vítima da opressão dos patrões e do fogo. Já nos protestos de 1917, ocupa uma posição de protagonismo. Encoberto, o fato deixa de mostrar a participação política das mulheres na construção de uma revolução que tem papel importante para a história mundial.


*Adriana Jacob Carneiro é jornalista e escreveu para a ‘Folha’.






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Muraro: poder para as mais pobres


8 de março de 2011 por Dacio Malta


Da repórter Eleonora de Lucena, da ‘Folha’:


“Rose Marie Muraro não para. Aos 80 anos, quase cega e numa cadeira de rodas, ela diz que está muito bem. “Tenho feito de tudo. Escrevo enlouquecidamente.”


Seu 36º livro vai se chamar “Um Mundo ao Alcance de Todos”. Patrona do feminismo brasileiro, cinco filhos, 12 netos, ela estudou física e economia, mas se notabilizou por levantar a questão feminina e ser uma voz impertinente contra a ditadura. Na sua autodefinição, ela é “porra-louca e pré-arcaica”.


Defende hoje o microcrédito e as feiras de trocas.


Nesta entrevista, concedida ontem por telefone a propósito do 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, ela fala de seus projetos atuais e dos rumos do movimento feminista, que hoje acredita ser mais profundo.


Mas que ainda precisa conseguir “o mais importante”: igualdade de salários entre homens e mulheres.


- Qual o significado do 8 de Março nos dias de hoje?


- Agora temos uma mulher presidente da República. Houve um grande avanço na participação da mulher nas estruturas. Haverá muitas mudanças porque há muitas diferenças entre o homem e a mulher. As Nações Unidas fizeram uma pesquisa em 121 países e descobriram que com mulheres no poder cai o nível de corrupção. O homem pensa primeiro nele e depois nos outros, daí sai a corrupção. A mulher pensa primeiro nos outros depois nela.


- Como a sra. define o feminismo hoje? O movimento, que teve importância nos anos 1960, 1970, hoje parece mais enfraquecido.


- Ao contrário. Ele está na Presidência da República. Isto me irrita: achar que o feminino é mais fraco porque é menos barulhento. Ao contrário, está muitíssimo mais forte. Saiu a Lei Maria da Penha, que diminuiu a violência doméstica, que é a primeira violência que a criança vê. É a raiz de todas as outras violências, das guerras etc.


- Quais seriam as bandeiras do feminismo hoje?


- Mais importante de tudo -que acho que não vai ser conseguido nem nos Estados Unidos por enquanto- é: trabalho igual, salário igual. O resto foi conseguido. Nos EUA, a mulher ganha 80% do que ganha o homem; no Brasil, 70%. Espero que o feminismo amadureça dentro da sociedade e que haja uma sociedade do homem e da mulher.


- Quais são os movimentos de luta da mulher mais importantes no Brasil?


- Sou muito adepta da Secretaria de Política para as Mulheres. Hoje em dia, em todas as comunidades populares as mulheres tendem a fazer microcrédito, feiras de troca e diminuírem a pobreza extrema. É um movimento geral, mas silencioso -97% dos movimentos de transformação da pobreza estão na mão da mulher: o Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida. Hoje é cem vezes melhor [em relação aos anos 1960, 1970].Não faça uma identidade entre grandeza do movimento e barulho. Há muitos movimentos silenciosos, como esses da economia solidária, por exemplo, que são levados por mulheres. É um movimento mais silencioso, mas mais profundo.


Está dando “empoderamento” às mulheres e fortíssimo, até nas áreas rurais.


- Qual o seu projeto agora?


- Meu projeto é “empoderar” as mulheres de baixa renda, que vão mudar a estrutura da corrupção no Brasil, o que vai fazer os fluxos de dinheiro se voltarem para onde devem. Como na Escandinávia, onde se voltam ao povo, para pão, escola, trabalho. A corrupção é muito mais séria do que você pensa. Porque o dinheiro em vez de ir para quem precisa, para quem tem fome, vai para quem tem mais dinheiro, para as Ilhas Cayman. Exemplo: o Lula deu um dinheirinho pequeno, uma esmolinha para os pobres, e fez do Brasil a sétima economia do mundo. E deu um dinheirão para os bancos.


- O que as mulheres devem fazer para atingir esse objetivo, o de “empoderamento”?


- Microcrédito, feiras de troca e bancos comunitários. Elas se apossarão do dinheiro. Porque nos espaços do Brasil onde já existem essas coisas a mulher é quem faz, negocia. Os homens brigam. Há muita diferença entre homens e mulheres. A mulher é soft; o homem é hard.


- Mas isso não é muito mais uma questão cultural do que de gênero?


- Não. É uma questão biológica. A mulher é obrigada a proteger a vida. O homem é obrigado a buscar comida. Daí as guerras, a corrupção. Eu acho que tem a ver com os neurônios masculinos. No cérebro, a maior diferença entre o masculino e o feminino é a área da agressividade. A gente pode mudar o cérebro com o correr das gerações. Está mudando muito. Só o fato de a população se organizar. Olha a organização dos pobres nos países islâmicos. Isso era impossível há cinco anos. Graças ao Facebook, os pobres estão se reunindo, tendo uma voz, contra os corruptos.Há grande desigualdade porque há grande desigualdade de dinheiro. A gente está criando um outro tipo de dinheiro, o dinheiro solidário, que não gera juro. O dinheiro que não gera juro gera igualdade.É um projeto de reformulação das estruturas da sociedade. Já existem 400 bancos comunitários. Vamos apresentar um projeto à Dilma que é um passo além do Bolsa Família.Estou muito animada. Quando eu comecei me chamavam de prostituta, mal-amada, machona, solteirona. Hoje, os tapetes vermelhos estão abertos para mim. Já não sou vista como uma bruxa contra os homens.


- Hoje quem é a vanguarda desse movimento?


- Não existe uma vanguarda intelectual. Isso é uma maneira machista e centralista de pensar. Existem movimentos no mundo inteiro, já entrou na sociedade.


Vanguardas? Não sei. Pode ser que as presidentes das repúblicas sejam. Eu não acredito no sistema de liderança como é no sistema masculino, mas num sistema de comunidades, feminino.


- E a questão do aborto no Brasil? A presidente disse que não vai mexer nisso.


- São 15 países que não têm o avanço. Nos outros todos o aborto é legalizado. Mexer com a Igreja aqui no Brasil é uma barbaridade. Ruth Cardoso levou [a questão] e a Igreja ficou danada. Jandira Feghali perdeu a eleição no Rio porque era a favor da legalização do aborto. A Igreja tem muito poder no Brasil. As mulheres pobres é que sofrem. Será uma surpresa uma modificação disso no curto prazo.






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Manuela e os direitos humanos


8 de março de 2011 por Dacio Malta


Do repórter Igor Silveira, do ‘Correio Braziliense’:


“A gaúcha Manuela D’Ávila é a primeira comunista a assumir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. Credenciada por uma reeleição com quase meio milhão de votos e, pela segunda vez seguida, sendo a deputada mais votada do Rio Grande do Sul, a parlamentar terá assuntos polêmicos para administrar, incluindo projetos relacionados aos direitos dos homossexuais e à instalação da Comissão da Verdade, que investigará crimes da época em que o Brasil vivia sob o comando dos militares. Além disso, receberá questões ligadas ao Plano Nacional de Direitos Humanos, um dos principais alvos de críticas durante a campanha presidencial da então candidata Dilma Rousseff.


O comando da comissão, no entanto, não é o único desafio que Manuela terá de enfrentar. Workaholic assumida, a integrante do PCdoB lidera a Frente da Liberdade da Internet, comanda a bancada gaúcha na Casa e, mesmo afirmando que a prioridade são as atividades parlamentares, aspira ocupar a cadeira de prefeita de Porto Alegre nas eleições municipais do próximo ano.


“Sou uma mulher comum, que tem sonhos, como qualquer outra pessoa. Mas não entrei na política por um objetivo pessoal. Desde que disputei a prefeitura, em 2008, desenvolvi um sentimento forte de ajudar o estado lá, em questões regionais, mas vivo um momento de cada vez. Agora, sou deputada federal”, afirma a jovem de 29 anos, apontada, desde o primeiro mandato, como musa do Congresso. O assunto, porém, tira Manuela do sério. A atuação na legislatura passada e a corroboração dos eleitores nas urnas conferem à gaúcha status de uma das deputadas mais influentes da Casa.


Em entrevista ao Correio, ela fala sobre a estratégia para garantir uma tramitação menos complicada a projetos polêmicos, sobre a dificuldade em discutir determinados assuntos no Congresso e sobre a relação entre o grande volume de trabalho e os planos futuros.


- A senhora vai presidir uma das comissões mais complicadas desta legislatura.


- Por que complicada?


- Porque há temas espinhosos lá. O deputado Jean Wyllys (PSol-RJ) falou sobre o Projeto de Emenda Constitucional (PEC) que garante o direito dos homossexuais ao casamento civil. A presidente Dilma Rousseff já mostrou que fará força para que a Comissão da Verdade seja aprovada. Há ainda o Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH). Não são temas polêmicos?


- Primeiro, temos de separar o que são polêmicas de um grupo pequeno de parlamentares e polêmicas na sociedade. Por exemplo, o tema da união civil entre homossexuais estabelece uma polêmica com um setor da Câmara que é legitimamente organizado. No entanto, esse grupo não dialoga com a maior parte da população brasileira, que, na minha opinião, não é homofóbica. Tenho convicção de que, se consultarmos cada um dos 513 deputados, a maioria se posicionará favorável ou dirá que não vê problema em duas pessoas do mesmo sexo viverem juntas. Então, qual é a dimensão real dessa polêmica? Alguns grupos ou pessoas ganham destaque maior do que realmente têm, de fato, aqui na Câmara e passam uma imagem de que a Casa é mais conservadora do que é de fato.


- Mas vários desses temas entraram na pauta das últimas eleições, inclusive na campanha da então candidata Dilma Rousseff, e muitos políticos recuaram ou deram uma amenizada no discurso. A senhora acha que será fácil discutir esses projetos com parlamentares?


- Só acho que temos de saber exatamente qual é a real dimensão da polêmica, mesmo na sociedade. Quando alguns grupos organizados de alguns segmentos se posicionaram fortemente contra os direitos dos homossexuais na campanha, a sociedade brasileira reagiu. Por isso, não julgo o nosso povo tão conservador como esse segmento. Isso não significa que essa parte mais conservadora não tenha uma dimensão, um peso aqui dentro do Congresso.


- Quais serão suas estratégias, então, para que esses projetos tenham trâmites menos complicados?


- Acho que teremos dificuldades porque as regras no Congresso permitem que minorias obstruam o trâmite. Embora não caiba só a mim, como presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, a estratégia é envolver a sociedade. Precisamos fazer com que o povo entenda o que estamos discutindo. Não dá para só um segmento minoritário organizado mobilizar as bases contra determinados temas. A sociedade também precisa perceber e se mobilizar. Essa é a única estratégia que pode fazer avançar temas como os que envolvem relações homossexuais.


- Há outros projetos que a senhora imagina que vão causar tanta polêmica como os que tratam dos direitos dos homossexuais e dos crimes cometidos na época da ditadura?


- Esses dois assuntos, realmente, devem ser os mais polêmicos. Há também o Plano Nacional de Direitos Humanos, mas que deve chegar em forma de projetos fatiados.


- A senhora presidirá a Comissão de Direitos Humanos e Minorias na Câmara, lidera a bancada gaúcha de deputados, integra outras frentes e tem planos de concorrer à prefeitura de Porto Alegre. Dá tempo de fazer tudo isso?


- Mas o que é tudo isso? Eu coordeno a bancada de deputados do meu estado até maio. É uma dinâmica de trabalho bem enxuta porque não é um órgão, é algo que acontece de acordo com a demanda concreta. Em relação às frentes, abri mão e dividi com outros colegas várias frentes que presidi. A dos Esportes deve ser comandada pelo deputado Acelino Popó. A Frente pela Libertação Sexual o Jean Wyllys assumiu. Então, justamente por achar que é impossível fazer tudo e dar conta de tudo, já dividi esse trabalho. A frente que estou construindo é a da Liberdade da Internet. Se dá tempo? Acho que dá. Quando temos dedicação intensa ao trabalho, como tenho, acho que sim. Se é ideal? Não é. Mas, na vida, batemos escanteio e corremos para cabecear a bola.


- E 2012?


- Bom, 2012 é 2012. Não estou envolvida nisso agora. Estou envolvida no meu trabalho parlamentar, que, até maio, é coordenar a bancada gaúcha e, até o fim do ano, presidir a comissão. Felizmente, um ano acontece de cada vez.

Happy International Women's Day 2011

March 8th, International Women's Day

O "sexo forte" nas estatísticas...

O "sexo forte" nas estatísticas...



Cada vez que vejo notícias sobre as mulheres que comandam suas famílias, não posso deixar de questionar sua coragem no início do século XX, quando elas saíram à luta, com suas bandeiras empunhadas, pregando o direito de votar, herdeiras das primeiras operárias das fábricas da revolução industrial, saias compridas, corpos ainda muito cobertos, olhares que visualizavam seu próprio futuro: difícil, mas desafiador.






Hoje, elas (nós) estão nas estatísticas brasileiras, como um terço de "chefes" de família. Nem sei como interpretar isso ao pé da letra. Deve ser mesmo porque não tinha outra solução. Os homens nos dão os filhos e somem? Esta perguntinha me inquieta. Nossos filhos e netos são sustentados por mulheres guerreiras, que tomam as rédeas do seu dia a dia, na busca de matar a fome e educar, sem ajuda de companheiros. Onde estão eles? Será que fogem ou se acomodam, será que ficaram pra trás, assistindo a marcha feminina, desistindo de caminhar ao lado das que hoje vestem calças compridas, saias curtas, mostram seus corpos libertados, cabelos coloridos, rabos de cabalo balançantes, sorrisos de vencedoras? Seria esse o resultado de uma guerra de sexos? Eles se vão e elas assumem o leme do barco, levam a nave adiante em direção ao porto onde suas famílias consigam, pelo menos, não morrer de inanição. Elas nem param para pensar ou deixar que se percam os laços desfeitos, desamarrando seus corações da mesma forma que o desamor pode explicar o abandono por parte dos pais pertencentes ao sexo "ex-forte".






Estes dados em nada engrandecem nossa classe. Ao contrário, provam que o sistema é cruel, marginaliza a maioria dos homens que não conseguem sustentar os filhos, sobrando para as mulheres guerreiras a solução de se empregarem em atividades menos valorizadas que as ajude a alimentar as bocas famintas das suas proles. O modelo sócio-econômico injusto torna as mulheres representantes de um \"sexo forte\" nas estatísticas, mas no fundo, forte mesmo é o instinto de sobrevivência, diante de um quadro social desequilibrado.






Seria muito simples concluir assim, mas me ocorre que há um cheiro de falha nessa engrenagem social. As mesmas estatísticas apontam para o desencanto masculino do homem que se desemprega ou se embebeda, fugindo da realidade infeliz onde se vê metido por desmandos superiores, por sistema cruel que o marginaliza no processo produtivo, tornando-o um número a mais na legião dos "fracos" e oprimidos.






Aí, entra em campo o instinto materno, animal, protetor da cria, capaz de aceitar qualquer meio de subsistência para proteger sua prole. Mulheres "chefes de família", em sua maioria, o são, por necessidade e não por opção. Um processo as empurrou nesse corredor estreito ao fazer da sua vida uma corrida cuja bandeira a tremular é a do orgulho da espécie.






Cada uma delas, quer dizer, de nós, sabe o quanto nos custa esta batalha diária numa guerra pontuada por extrema injustiça. Não podemos culpar apenas o caráter diminuído de muitos homens que, infelizmente, abandonam as famílias. Há uma grande zona de sombra na desilusão social, nos sonhos que a novela da televisão passa aos representantes do sexo masculino a quem só resta assistir, vergonhosamente, à condição em que está relegado, nas estatísticas.






Se os números comprovam tanta desigualdade, é preciso, sobretudo, que sejamos aliados e não inimigos, retomando a caminhada, do mesmo lado, com humildade, deixando de lado o machismo antiquado e o feminismo ultrapassado, nos permitindo crescer juntos. Dividir o tal "comando" pesará menos nas costas e na alma de todos nós.






Aparecida Torneros

Via Crucis : o Amor das Marias



Via Crucis : o Amor das Marias




Essa menina de olhos assustados poderia se chamar Maria, morar na periferia de São Paulo, andar maltrapilha, sonhar com as luzes de um palco, comer pão sem manteiga, adormecido, engravidar na adolescência, parir um bebê magrinho e dar a ele o nome de Jesus...


Ela teria sido batizada em terras árabes, ter crescido ouvindo falar da luta pela identidade do seu povo, ter aprendido a odiar os judeus, sem entender exatamente por que, e ainda, alguma tarde dessas, Hanah ou Maria, por questão de segundos, pensou que tudo estava errado com a humanidade...



Em algum lugar do Egito, ou do Sudão, ou da África do Sul, a negra-mestiça Kiria ou Maria, perguntou ao Céu deslumbrante a razão de tanto sofrimento na Terra...


Naquela manhã em que o terremoto se abateu sobre sua cidade, na ilha principal do Japão, Yoko ou Maria, mulher pequenina de olhos amendoados, só lembrou do filho na escola, imaginando se as paredes teriam caído sobre sua cabecinha de garoto dedicado aprendendo a contar números e a decifrar letras.



Já ia noite alta quando a índia da América Central, a quem chamavam Sol Nascente ou Maria, depois de guardar o cesto onde tecia seus panos de vestir, parou para velar o sono do sensível Paquito, acreditando que estava bem guardado por ela.




Na frenética Nova York, Stephanie ou Maria, correndo entre os carros na avenida principal, precisava chegar logo ao colégio do filho adolescente, que a esperava sempre ao entardecer com um sorriso especial para contar as novidades e reclamar do frio.




Em Assis, um italianinho rebelde questiona Sofia ou Maria, sobre a possibilidade de viajar pelo mundo, sozinho, longe do jugo materno, alegando que a “mama” o sufoca com tanta macarronada e tanto não.



Para os lados de Beirute, Nazira ou Maria, nem tem tempo de verificar suas flores a desabrocharem nos vasos da varanda porque é urgente ajudar ao querido filhote que começa a dar os primeiros passos, justo nas ruínas de uma cidade destruída pela guerra civil.




Ellem ou Maria, cortesã de luxo nos cabarés de Paris, ao ser abraçada por um freguês endinheirado, se compraz de júbilo, certa de que aquele faturamento garantirá o pão do seu rebento, um infante esfomeado por pães e doces, chocolates e refrigerantes.


Nada pode desviar a atenção de Cristina ou Maria, bela senhora radicada na Índia, diplomata de profissão, seguidora da causa dos pobres, mantenedora de creches, lugares onde adota meninos especiais e os cobre de carinho para vencerem o medo da vida.


Na esquina da rua deserta, a mendiga Josefa ou Maria, aconchega o pequeno Jaiminho, torcendo para que ele tenha um lar com teto e calor, algum dia.




Lídia ou Maria, assistindo ao julgamento do seu único filho, por tráfico de drogas, clama a clemência pela vida do rapaz perdido na história de uma existência despedaçada entre os sonhos absurdos de fuga da realidade.


Para Ulla ou Maria, mulher alemã, quando seu filho resolveu ser missionário e rumar para o Iraque, em plena guerra, a atitude dele só a encheu de orgulho, apesar dos riscos, proporcionando-lhe a certeza de que está tudo certo.




Para Maria, aquela que viu seu filho Jesus, segundo a lenda ou a história cristã, encarnar toda a dor futura da espécie , restou a glória de partilhar com ele do sofrimento atroz e perdoar os humanos por sua insanidade repetida.




Quando o tiraram da cruz, morto embora, ela o consolou, amparando nos braços a pendida cabeça de um Deus caído, sobre o qual, Maria verteu lágrimas maternas e humanas, capazes de banhar para sempre os corações de todas as mulheres.


Essas Marias estão por toda a parte. Têm o dom de cuidarem de meninos que se tornam homens, bons ou maus, escolhendo cada qual, seu próprio caminho, carregando pesados fardos ou missões, optando por serem carrascos algozes ou réus condenados, sob o olhar de mães amorosas, fontes eternas de perdão.



A Via Crucis de nós todos, apelo inconsciente para a culpa dos mortais diante das injustiças e dos ódios, só se torna suportável porque há Marias no mundo, capazes de doar amor irrestrito aos seres do Planeta.



Elas, como a Terra-Mãe, ainda sonham com a ressurreição do Filho Homem, acreditando que o Bem e a Paz, surpreendemente, reinem, para sempre...


Maria Aparecida Torneros,  porque hoje é dia de relembrar a via crucis das Marias...pelo mundo...


(texto escrito em 2005)

terça-feira, 1 de março de 2011

Rita Lee - Valsa de uma cidade



Cida Torneros on 1 março, 2011 at 17:57 #

 Pois eh, nasci no Rio. Sou aquele tipo de carioca que se criou no suburbio, viveu a adolescencia em Copa,transita pela cidade toda, vai do Leme ao Pontal e de Madureira a Sepetiba, sem errar o caminho. Moro no meio, na Vila Isabel, vou ao cinema na Barra, comprinhas nos shoppings e no Saara, sem pensar duas vezes, caminho na Urca, na pista Claudio Coutinho, vou na Ilha comer na casa da afilhada, no Jardim Guanabara, adoro o bolinhode Bacalhau da rua Guilermina, no Encantado, vou a peh ao Maraca, qdo ta funcionando, escapo no fim da tarde ate a marina da Gloria, pra exorcisar fantasmas e apreciar os barquinhos, em dia de sol, festa no mar, atravesso a baia, vou a Nicty pra ver o Rio daquela perspectiva, como continua lindo!! Hah um mes fui a missa de domingo no alto da Igreja da Penha, e agradeci a pacificacao do complexo do Alemao, bem no seu entorno, de lah, vislumbrei o Cristo, o Pao de Acucar, o mar, o aeroporto Tom Jobim, e pensei comigo mesma… que cidade eh esta que me dah a sensacao de dar a volta ao mundo e ansiar por aterrissar aqui, sempre, como disse o Maestro: minha alma canta, vejo o Rio de Janeiro… eh magia e misterio, eh tao envolvente que comove e entontence… Rio vc foi feito pra mim, pra nos todos, pra nos maravilhar… cidade realmente maravilhosa…e ser carioca eh estado de espirito… basta chegar aqui e se deixar levar pelo astral unico…soh o Rio tem essa mistura que deixa qualquer turista ou qualquer habitante em estado especialmente febril… a temperatura da alma sobe e o coracao pula depressa, eta cidade quente, com 40 graus de desafios e mais 40 graus de misterios.



viva sim, viva o Rio de Janeiro!!!


Cida Torneros

Ana Maria Braga recebe Dilma



Ana Maria Braga recebe Dilma



28 de fevereiro de 2011 por Dacio Malta










Do Globo Online:


“A presidente Dilma Rousseff é a convidada de Ana Maria Braga no “Mais você” desta terça, dia 1º de março, às 8h30m. A gravação ocorreu nesta segunda-feira pela manhã. Dilma chegou ao Projac de helicóptero, por volta das 11h20m e foi recebida com um abraço da apresentadora.


Na entrevista, Dilma falou que um dos momentos mais difíceis de sua vida foi quando recebeu a notícia de que estava com câncer linfático.


- É interessante quando esperam de nós, mulheres, uma fragilidade. Isso decorreu do fato de que a mulher, quando assume um alto cargo, é vista fora do seu papel. As pessoas vão se acostumar com cada vez mais mulheres conquistando espaço - disse ela, em nota divulgada pela Central Globo de Comunicação.


Em outro trecho da entrevista, Dilma ouviu gravações de comentários da população e em seguida explicou o por quê do uso do termo presidenta.


- É para enfatizar que existe uma mulher no mais alto cargo do país - explicou ela.


Na gravação, a candidata derrotada à Presidência Marina Silva perguntou num vídeo gravado sobre a falta de igualdade de oportunidades. Dilma, por sua vez, enfatizou a necessidade de políticas públicas sérias não só inserindo cada vez mais a mulher no mercado de trabalho, como no trato da questão salarial.


Na conversa com Ana Maria Braga, Dilma também destacou o combate à violência contra a mulher e a importância da Lei Maria da Penha.


Dilma também aproveitou a visita ao programa para cozinhar. Ao lado de Ana Maria Braga, Dilma preparou uma omelete de queijo enquanto falava sobre o aumento do poder de compra do brasileiro.


Logo em seguida à gravação, participou de um almoço e seguiu para a base aérea do Galeão, onde encontrou com o governador Sérgio Cabral. De lá, embarcou para Brasília sem falar com a imprensa.


Na semana passada, a presidente participou de outra gravação, desta vez, para o programa de estreia da apresentadora Hebe Camargo na Rede TV!.