Maracanã

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terça-feira, 11 de agosto de 2009

É preciso saber viver...anos 70, do filme Diamante Cor de Rosa...






Café na cama ( versão II)
por Maria Aparecida Torneros da Silva Publicada em 18/06/2005

trago a bandeja com torradas morenas
enquanto meu olhar passeia pelo quarto mudo
me despeço do lado vazio do leito branco
e celebro a solidão como o legado de tudo...
sorvo de um gole só o café das minhas penas
percebendo que as histórias pequenas
tornam-se imensas se lhes engrandecemos...
então decido, decido num só tranco,
que me tranco em cadeia de esquecimento,
que toco em frente, que supero o drama
de ter quase me apaixonado pelo vilão do filme,
sem perceber que o mocinho herói ainda me ama...
lá vem ele nos meus sonhos dizer que me quer
que me leva a Cuba, Paris, que me faz feliz,
sabe mentir como um ator, tem performance de cama,
mesa, banho, tem roteiro completo , se quiser,
faz mais enredos, desvenda segredos,
enquanto tomo o café, me desfaço dos medos,
sacudo as poeiras das torradas mastigadas,
parto para o novo dia, cumprimento a cada mulher
que por sua garra, sua dignidade , ainda souber,
reescrever suas novelas de vida,
refazer suas fortalezas, suas moradas,
para abrigar seus sonhos, suas chances, seus amores,
com a maior clareza de idéias, com palavra resolvida,
com gostinho de café na cama, de novos sabores...

Café na cama ( versão I)
por Maria Aparecida Torneros da Silva

Publicada em 08/05/2005

fomos ao cinema
a dona da história escrevia sua novela
horas antes, fui ao analista
tentei voltar.. e voltei
ali, confessei que tenho o medo de me apaixonar de novo...
pedi seu ombro, caso venha a chorar por outro amor perdido...
ele me olhou... me analisou...porque é um analista...rs
depois do cinema...
fomos jantar...
depois do jantar...
fomos a casa da minha história interrompida...
juntei os capítulos..misturei todos, na verdade...
depois da visita a casa que se reforma...fomos ao apartamento...
apartaram-se os laços dos abraços...e fomos tecendo linhas de pensamento...
um calor me subiu como acontece quando me faço dona dos meus sentidos...
fomos para a cama...
nos entranhamos... nos estranhamos...nos embrenhamos pelo desconhecido...
adormecemos...
o sol nos pegou na manhã acariciando corpos satisfeitos...
nos prometemos ser amigos... ainda que isso seja impossível ser prometido...
pois o mundo gira e afasta amigos por tantas vezes...
fiz o café...
trouxe a bandeja pra cama...
dei bom dia...
nos despedimos...
prometemos caminhar na manhã de um amanhã, se houver...
lembrei do analista... o seu ombro está lá...se eu precisar...
agora, todas as quartas, as 19 horas.... tenho um ombro que me aguarda...
alguém está de partida...
alguém promete chegar.....
alguém está de saída...
alguém promete voltar...
preciso mesmo escrever esta história de novo...

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