Maracanã

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terça-feira, 11 de agosto de 2009

Hay amores...



... o fruto maduro do amor

quando ele chegou na minha vida
eu já não era mais uma menina linda
mas tinha ainda o sorriso doce na boca,
trazia o mel na língua comprida,
conservava a ilusão da ternura na mente ôca...

como quem não quer, querendo,
ele me encheu de agradecimentos
um suceder de obrigados gentis e melosos
a me surpreender como seu eu fosse ainda
aquela que o fazia reviver ideais fantasiosos
de um mundo caótico a ser restaurado...

e...sucumbi ao seu gosto forte,
suguei o néctar do fruto maduro,
provei do sabor dos momentos
do cheiro agreste do campo norte,
do vento quente das terras distantes,
onde a luta por comer é mais instintiva
que o consumo das cidades grandes...

e... busquei nele a razão de não ser
a questão de não pensar, a resposta de não perder...
ganhei em brevidade, ganhei em efemeridade...

e... degustando o fruto melado,
quase desgastado pelo tempo insano
fiz da sua passagem em minha alma de longa idade
o necessário aporte em outro plano
um certo reconhecimento de eterna saudade
do quanto é possível memorizar internamente
o sonho inacabado, o sonho sonhado simplesmente...

...quando ele ficou em mim, pra sempre e eternamente,
só me restou incorporar sua inquietude, seu recado,
engolindo sua vitaminada composição de luxúria,
aliada ao seu azedo e amargo sabor de passado...
Cida Torneros, 2005

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