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quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Brasil é o país dos infiéis ( reproduzido do site Mais de 50)


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Brasil é o país dos infiéis, dizem especialistas

Por Maria Fernanda Schardong

Os números não negam: de infiéis o país está cheio. De acordo com um levantamento feito pelo Ministério da Saúde, 16 % das pessoas com relacionamento estável traem - dos 43,9 milhões que viviam com companheiros, 7,1 milhões tiveram parceiros eventuais, no mesmo período. Especialistas explicam: trai mais quem tem mais oportunidades e menos comprometimento emocional com o relacionamento afetivo. E mais, dependendo do ponto de vista, pode tornar-se uma experiência positiva.

Experimentar algo novo, sair da mesmice, sentir-se valorizado, baixa autoestima, enfim, o que não falta é motivo que, aparentemente, justifique a procura de outro parceiro. Entretanto, homens e mulheres traem com motivações diferentes. De acordo com a sexóloga, Regina Moura, o homem procura pela satisfação sexual, já a mulher busca em outro parceiro, uma chance de suprir a carência afetiva existente em seu relacionamento.

“O homem pode ter uma relação conjugal conflituosa ou uma relação absolutamente tranquila com a companheira, e mesmo assim ser infiel. E a maioria deles não quer, de maneira nenhuma, dar continuidade à relação extraconjugal pretendendo continuar casados”, afirma a sexóloga. Em contrapartida, as mulheres têm uma visão mais romântica, e procuram algo que se perdeu em sua relação. “A mulher busca alguém que lhes dê atenção, que seja cordial, alguém romântico que lhes faça a côrte. Se tiverem oportunidade, acabam com o casamento e, a maioria delas tem a ilusão de que dessa vez “serão felizes para sempre”, continua ela.

Aparentemente, tudo vai indo muito bem, até que de repente, você descobre que foi traído (a), e tudo que parecia no lugar, desmorona. Bem, superar uma traição não é tarefa fácil, exige uma reflexão bem aprofundada e com respaldo psicológico. Para a psicóloga Maria Valésia Vilela, o melhor caminho pode estar lá atrás, no passado.

“A traição pode causar sentimento de abandono, fracasso, rejeição e raiva. Isso varia de uma pessoa para outra. Por exemplo, caso a pessoa traída tenha uma história em que o pai abandonou a família, há uma grande probabilidade desta pessoa ter sua autoestima enfraquecida, à ponto de sentir-se indesejável. Naturalmente, a própria pessoa não consegue fazer essas conexões entre os eventos do passado e do presente, por isso e necessária a ajuda de um profissional especializado como o psicólogo”, aconselha a psicóloga.

Cada um reage de um jeito. Quem entende do assunto aconselha: superar é a melhor saída. “Mágoas só servem para amargar a vida. Ou se perdoa ou não se perdoa: para que serve revirar o lixo do passado? Qual a função de se remexer numa ferida para que ela não cicatrize? O passado ficou lá longe e deve permanecer lá”, aconselha Regina.

Embora cause dor e sofrimento, nem sempre a traição é negativa. Dependendo do casal, uma relação extraconjugal pode fortalecer o relacionamento entre os dois. “Há casais que baseiam suas relações na lealdade, cumplicidade e companheirismo, e não admitem nenhum tipo de traição. Porém, há outros que, assentados nas mesmas bases, a traição não constitui nenhum grande problema e ainda reforça os laços da relação”, finaliza a sexóloga. Uma última e importante ressalva cabe à pessoa traída. “A pessoa traída a se conscientizar de quem realmente é. E quem você é, não é determinado pelo que o outro faz”, diz Maria Valéria.
publicada em 26/06/2009

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