Maracanã

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quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Às vesperas dos 65, mudanças? bem, eles chegaram, como vive-los?

Blog da Mulher Necessária: Às vesperas dos 65, mudanças?





Meus 65 chegaram, há duas semanas. Ainda não sei bem o que fazer com eles. Sinto que estou paradinha, às voltas como problemas de saúde,  cirurgia, terapias. Mas, sei que há uma preguiça de empreender por novos caminhos, ou amores, ou desafios, inclusive falta ânimo para viagens mais longas e até desisti dos ensaios do coral e tranquei a matrícula do curso de francês.

Sinto-me cansada, mas não estou deprimida. Leio muito. Vejo meus filmes prediletos. Escrevo. Troco conversas com amigos. Acompanho o noticiário e tento controlar tanta decepção com as agruras da humanidade. Adaptei-me a viver com menos despesas, na paz da minha casinha solitária e na conivência com a senilidade da minha mãe com quem passo 3 dias e duas noites por semana.

Preciso voltar aos exercícios físicos assim que puder. Coluna encrencada, limitações de movimentos e dores.

Presto muita atenção aos assuntos da sustentabilidade do planeta e pesquiso sobre alimentação saudável.  Busco me engajar em algum projeto de educação infantil. Mas a questão da violência doméstica crescente, no Brasil e no mundo, me derruba, me dói,  me provoca reações intempestivas. Como aceitar e conviver com tantas agressões a mulheres, crianças e idosos?

Esses 65 estão muito questionadores. O que sonhei talvez fosse viver um tempo mais sossegado e afastada de tensões,  mas parece impossível.

O jeito é me ajeitar com este rol de questionamentos e ir respondendo a cada um, aos pouquinhos, sem me afobar, entre um descanso e outro, sem a correria de antes, mas com a lucidez da maturidade e o sabor dos necessários esquecimentos do que já vivi, das más lembranças que não quero reviver.

Agora, sigo na busca da marcha lenta, do perdão conveniente e da paz a qualquer preço,  mesmo que este me custe uma profunda solidão.

Cida Torneros





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