Maracanã

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sábado, 24 de dezembro de 2011

Anjos, Duendes e o Elemental Papai Noel


Anjos, Duendes e o Elemental Papai Noel

                                         Maria Aparecida Torneros


Dois olhinhos azuis brilhavam na minha direção, naquela noite feliz.


Eu os observava sentindo um certo arrepio nas costas, delicioso frêmito que me reportava à infância perdida.


Esses olhos iluminavam minha esperança de sonhos sobre a humanidade, a justiça, a saúde dos povos, a erradicação das diferenças e a paz. De certo modo, eles me hipnotizavam.


A intensidade daquele olhar me tornava tão pequenina.


Imaginei que seu raio de ação era tão abrangente, capaz de alcançar o universo inteiro.


O tal Papai Noel me transformava, insistentemente, numa pequena criança, desejando apenas ser feliz. Tudo era pureza em minha alma, ao ser contemplada pela magia do Natal.


De repente, senti que Anjos dançavam à minha volta, e cantavam o coro da harmonia soprando em meus ouvidos as canções mais doces.


Não podia crer naquela situação em que me via voando sobre as cabeças das pessoas, incrivelmente.


Sim, fui alçada por um grupo de Duendes risonhos e elevada, flutuando passando a me sentir tão leve quanto uma pluma e tao etérea quanto uma nuvem.


Os olhinhos permaneciam dentro dos meus, direcionados.


De onde eu estivesse, nos volteios que fazia no ar, podia divisar o brilho celeste que Papai Noel me enviava, através do azul intenso do seu maravilhoso olhar.


Eu sorria e chorava ao mesmo tempo. 


Então era isso que o Espírito de Natal podia fazer conosco?


Os seres humanos podiam voar e mudar de dimensão quando fossem tocados pelos Duendes, Anjos e pelo doce aconchego do bom Velhinho.


Observei lá em baixo, ficando cada vez mais distante, as pessoas da Terra.


Tive tanta pena delas. Senti que podiam ser mais felizes se eliminassem definitivamente tanto sentimento pequeno de competição e tanta inveja.


Também,  refleti, para que tanta ambição entre os povos, e quanta injustiça entre os homens. Vi, me comovi, chorei copiosamente, ao lamentar as guerras, as calamidades, as epidemias, a pobreza e a fome.


Mas, Papai Noel me chamou de volta, com sua atenção especial. Ele me ensinou, naquela noite, que tudo pode ser melhor, que deve se renovar eternamente a esperança e fazer alguma coisa concreta para mudar o mundo.


Cada um descobre em seu caminho algo a fazer de melhor por alguém que precisa. Disso, ele me convenceu. Lembrei de tanta caridade que se organiza em movimentos assistenciais  em todo o mundo, e pude ver as luzes de velas acesas, na imensa escuridão do cosmos.


Uma luz maior me possibilitou compreender que a cada ação de paz, a cada sorriso de uma criança, o mundo se renova e a humanidade se redime.


Assimilei a lição do Bom Velhinho e passei a sentir que o Natal é um lindo conto de Fadas, um mágico sonho a ser vivido entre adultos e crianças, para realimentar o universo de Amor. 


Sobre o Amor, ainda, ele, com seus profundos olhos azuis, me tirou a dúvida maior que me acompanhava há tanto tempo: o Amor existe, nós somos o próprio Amor, e ele vai além do tempo e do espaço...


Papai Noel me fez voar  sobre a Terra e me transformou num raio de luz...    Com meus volteios no céu, escrevi um imenso Feliz Natal no ar... para todos os meus amigos e amigas... que vão poder olhar na noite, entre as  estrelas , e observar a minha mensagem lá no alto... iluminando cada coração que sintonizar o meu.

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