Maracanã

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domingo, 7 de março de 2010

Cadê as Bruxas?

Cadê as Bruxas? ( do site Círculo Sagrado)
Autoria: Vicentine

Hoje em dia sabemos das dificuldades das mulheres em aprender, por exemplo, Cabala pelas mãos da mística judaica, de uma vez que os Rabinos as consideram indignas deste conhecimento, baseados no princípio de que "os espíritos encarnados no feminino não evoluem".
Ou mesmo a participarem de diversos ritos, entre eles os maçônicos, salvo raras exceções, pois estes são essencialmente masculinos.
Na verdade, temos denunciado, porque consideramos isto uma arbitrariedade, na verdade um preconceito criminoso, que diversos segmentos religiosos, místicos, templários e afins, onde a mulher não participa diretamente nas decisões do movimento,e menos ainda de seus ritos mais profundos.


Entre estes estão:
- a Rosacrucianismo que tem um lider masculino, sempre.


- a Igreja Católica onde não há sacerdócio feminino, pela "lógica" de que Jesus tinha 12 apóstolos do sexo masculino;


- a Igreja Universal que não ordena mulheres, pois estas "são, apenas, companheiras fiéis dos homens";


- o Lamaísmo, os Congregados Cristãos, o Pró-Vida, os Protestantes, os Pentecostais de modo geral, são homens que dirigem.

Mulheres, quando aparecem, são em cargos secundários, inexpressivos.


O conhecimento oculto nestes sistemas restritos pertencem a uma cúpula, masculina, que não o dissemina às camadas de adeptos de um modo geral, onde as mulheres se encaixam.


As dúvidas

Se as mulheres, na Bíblia, são tidas como pessoas imundas, subservientes, seres de segunda geração que não tem direito ao conhecimento, como se portavam as mulheres de centenas de anos atrás, com dotes espirituais, com capacidade de mover o misterioso mundo dos espíritos?


De onde provinha esse conhecimento, se eram muito mais limitadas em seus acessos ao conhecimento até então restritos ao macho?


Manifestando a capacidade de manipular o insondável em tenra idade e com poucas oportunidades a escolas e aprendizados práticos, seus conhecimentos parecem vir de uma herança genética, gravados em um DNA espiritual ou numa memória imortal, que atravessavam os tempos explodindo em uma determinada pessoa, fosse ela homem ou mulher.


Por esta teoria se esclarece o acervo de sabedoria e a intuição profunda de Helena Petrovna Blavaskti, ou Joana D´arc, os quais nunca poderiam ter sido obtidos em uma única vida, considerando as limitações existentes.

Isto nos leva a contradizer tanto os adeptos da Cabala só para homens, bem como outros segmentos limitadores da presença e participação feminina nos ritos espirituais em toda a sua profundidade, que no processo de aprendizado o espírito tanto se manifesta no masculino como no feminino, e que suas experiências se somam num determinado Ser, sem levar em consideração a condição sexual.


Destas vivências, ou sequências de vidas, resultam um acervo espiritual numa determinada personalidade, em uma expressão de vida, de modo intuitivo, e que independe do corpo que a essência espiritual esteja usando, seja ele masculino, feminino ou mesmo uma combinação destes.


O Ser imortal, a mente/consciência que se expressa em diferentes corpos físicos, com sua bagagem de conhecimento adquirido ao longo de múltiplas vidas, prescinde de conceitos referentes ao corpo que utiliza.


Símbolos, somente


Porque não as vemos, em grande escala, em torno de uma fogueira, a dançar para os deuses, podemos pensar, então, que os tempos modernos aposentaram o Caldeirão e a Vassoura, mas nos enganamos.


Estes, longe de serem meros instrumentos de Magia, são na verdade, símbolos que identificam a verdadeira bruxa das incontáveis simuladoras de conhecimento.


São como o anel do doutor, a sensibilidade do terapeuta, a toga do Juiz: só são dignos dos mesmos os que de fato e de direito exercem com maestria suas profissões; claros indicadores de anos persistentes de estudo, cuja ausência caracteriza o charlatanismo.


Tanto o Caldeirão com a colher para mexer os ingredientes, como a Vassoura dividida em cabo e penugem, representam os opostos.

Na verdade, simbolizados no masculino e no feminino, representam as duas grandes leis da Natureza, expansão e contração, negativo e positivo, macho e fêmea.


Simbolicamente, a bruxa que tinha um caldeirão era capaz de manipular estes elementos e promover uma Alquimia, ou mudança, em sua própria vida.


Em ritos posteriores recebia uma Vassoura, que permitia varrer o lixo do seu Templo, representado no seu corpo e na sua mente, permitindo ao espirito apresentar-se em toda sua plenitude.


E voar, elevar-se às alturas espirituais não alcançadas pelo mortal comum, com seu conhecimento adquirido!


O fato de transformar seus algozes em sapos, representava seu potencial elevado de estar acima do ignóbil, mesquinho e vil; tanto é verdade que somente poderiam sair deste enclausuramento através da manifestação do amor, vindo de uma pessoa bela e jovial.


Pela transmutação dos baixos instintos, uma pessoa poderia se elevar as suas qualidades superiores. Quanta sabedoria nos ensinam os conceitos das Feiticeiras!!!


Sempre os preconceitos

Seus ritos de harmonização com a Lua, semelhantes aos ritos masculinos de adoração ao Sol, o Deus Rá, ou os ritos de adoração ao Falo como gerador de colheitas abundantes, não foram compreendidos.


Seus instrumentos simbólicos de trabalho, o Caldeirão e a Vassoura, semelhantes ao compasso e ao esquadro do Maçon; semelhantes à espada e o escudo dos Templários; semelhantes ao cálice e à hóstia dos esotéricos; semelhantes ao cajado e à serpente dos Magos masculinos; também não foram aceitos.


Retiradas do convívio familiar, expostas a execração pública, apedrejadas, tiveram um fim pouco digno de quem busca o crescimento pelos mesmos caminhos e meandros que os Bruxos, seus parceiros de jornada.


- Trabalhando, e dirigindo, os terreiros de Umbanda, os quais exigem pleno domínio dos diversos planos de existência em vista das forças ali manipuladas;

- Dentro do Espiritismo dinâmico, nos passes, nas sessões de cura e desobssessões, remexendo nos lixos acumulados pelas pessoas;


- E numa escala também considerável, essas antigas Feiticeiras orientando pessoas com seus oráculos; incrementando ritos de harmonização com os elementos da natureza; na busca de ajuda espiritual aos doentes do corpo e do espírito; em seus consultórios de Terapias Alternativas.


Nestes locais encontramos, hoje, as Bruxas que utilizavam o Caldeirão, as poções e a Vassoura, de antigamente!

Conceitos a serem modificados


Quem sabe o período dedicado as Bruxas, no misticismo Celta, no próximo dia 30/31 de outubro de 2000, nos traga uma compreensão maior de que estamos na contramão a respeito do feminino.

Que na verdade, o espírito quando num corpo de mulher é o único Ser Criador, de uma vez que é ele que concebe, transporta, alimenta, dá à luz e cria um novo ser.


E talvez até Deus assuma com isso uma nova conotação, deixando de ser somente o masculino que conhecemos até então, de uma vez que Sua característica maior é a Criação.
Na pior das hipóteses, sendo menos intolerantes, estaremos permitindo que as Feiticeiras e as Bruxas autênticas, do mundo contemporâneo, possam crescer e participar, das coisas que o clube dos preconceituosos as tomou para si.


Fonte: Avallonlist

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