Maracanã

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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Barco Negro, Amalia Rodrigues



Barco Negro



Amália Rodrigues


Composição: David Mourão-Ferreira


De manhã, que medo, que me achasses feia!


Acordei, tremendo, deitada n'areia


Mas logo os teus olhos disseram que não,


E o sol penetrou no meu coração


Vi depois, numa rocha, uma cruz,


E o teu barco negro dançava na luz


Vi teu braço acenando, entre as velas já soltas


Dizem as velhas da praia, que não voltas:


São loucas! São loucas!


Eu sei, meu amor,


Que nem chegaste a partir,


Pois tudo, em meu redor,


Me diz qu'estás sempre comigo


No vento que lança areia nos vidros;


Na água que canta, no fogo mortiço;


No calor do leito, nos bancos vazios;

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