Maracanã

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quarta-feira, 22 de abril de 2009

O beijo no Jacks...


O beijo no Jacks...


-Onde você está?
-Num pequeno restaurante-bar...fica na 40 street, quase esquina da sétima.
-Mas por que não me pediu para indicar um? é seu primeiro dia em Nova York e eu conheço tudo por aqui...
-Olha o Jacks, esse é o nome, é aconchegante. estou sentada num balcão bebendo uma cerveja gelada e comendo uns espetinhos de frango.
-Ok, logo estarei aí...estou na 46, resolvendo negócios com um cliente.

A espera foi longa. resolvi relaxar tomando as cervejas e dizendo a mim mesma... tudo vai ser bom...qualquer que seja o final...essa história é forte e nós vamos viver momentos maravilhosos...

Eis que ele surgiu, camisa vervelha, paletó de couro, naquele outubro de Manhattan, dirigindo-se a mim que o abracei pela cintura. estava sentada num banco alto. nossos olhares se cruzaram com focalização das pupilas, já dilatadas, à essa altura, tal o estado máximo da ansiedade mútua.

Ali mesmo, demos o primeiro beijo. Intenso. Completo. Indiferente ao público presente no quase fim de tarde. Vozes sussurradas, sensação de grande encontro na vida.

Quando saímos, quase em seguida, demos as mãos. e ao atravessarmos a rua, eu parei, pedi que esperasse um minuto. voltei atrás e fotografei a fachada do Jacks...

Ele me perguntou por que fiz aquela escolha e eu respondi, categórica:
- eu queria homenagear Ray Charles, lembrei da música dele, sobre Jack...

Caminhamos, a partir daquele instante, em direção ao infinito. Guardei a imagem... antes de retornar ao Brasil, voltei uma vez ao Jacks. Sozinha, numa tardinha de sexta-feira. Pedi um big sanduiche e uma boa cerveja gelada. Repassei a história, ou teria sido uma aventura. Tentei não chorar. Mas a emoção tomou conta de mim. Talvez nunca mais voltasse ao Jacks...nunca mais...no more...no more...

E brindei a mim, a ele, ao nosso beijo, àquele lugar, à acolhida que NY me dera, ao sonho realizado, ao Ray e à sua inesquecível canção.
Cida Torneros

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