Maracanã

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segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Mirian Makeba, a mulher africana, dama da música, nos deixou...

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Morreu hoje aos 76 anos a cantora sul-africana Miriam Makeba, vítima de uma parada cardíaca, em Castel Volturno, no sul da Itália, logo após cantar em um show contra o racismo e a máfia.
Conhecida mundialmente pelo sucesso "Pata, Pata" -gravada em 1959 na África do Sul e relançada em 1967, nos EUA-, e exilada por 31 anos, durante o regime racista de apartheid, Makeba sentiu-se mal após cantar por mais de meia-hora no concerto organizado pelo escritor italiano Roberto Saviano, ameaçado de morte pela Camorra.
Após o espetáculo, ela foi levada à clínica Pineta Grande, onde, durante a madrugada, sofreu a crise cardíaca que acabou a matando.
O ex-presidente sul-africano e Prêmio Nobel da Paz Nelson Mandela expressou hoje sua tristeza pela morte repentina da cantora, cujas "feiticeiras melodias deram voz à dor do exílio".
"Por muitas décadas, anos antes de eu ir para a prisão, 'Ma Miriam' ocupou um lugar importante em nossas vidas e desfrutamos de suas comoventes atuações. Apesar do tremendo sacrifício e dor de sair ao exílio, continuou nos fazendo orgulhosos, ao utilizar sua fama mundial para atrair a atenção contra o horror do apartheid".
Quando retornou à África do Sul, em 10 de junho de 1990, "seguiu usando seu nome para promover músicos e apoiar a luta das mulheres", acrescenta a nota de Mandela, contando que um de seus últimos projetos estava dirigido à ajuda às vítimas das minas terrestres.
"Ela foi a primeira-dama sul-africana da canção e ostentou com insolente merecimento o título de 'Mama África', pois foi uma mãe para nossa luta e nossa jovem nação. Foi muito próprio dela viver seus últimos momentos sobre o palco em apoio de uma boa causa", conclui a nota de Mandela.
Nascida em Johanesburgo, em 4 de março de 1932, Miriam Makeba passou sua infância em Pretória e começou a cantar na década de 1950 com o grupo Manhattan Brothers, após o qual fundou sua própria banda, The Skylarks, que misturava jazz com música tradicional sul-africana.
Em 1960, resolveu não retornar à África do Sul, após a repercussão européia do documentário anti-apartheid "Come Back, Afrika".
De Veneza, a cantora viajou para Londres, onde conheceu o cantor americano Harry Belafonte, que a ajudou a entrar nos Estados Unidos.
Em 1963, teve seus discos banidos e cidadania cassada pelo regime racista sul-africano, após depor no Comitê contra o Apartheid das Nações Unidas.
Cinco anos depois, em 1968, também preferiu deixar os Estados Unidos, após se casar com o porta-voz dos Panteras Negras Stokely Carmichael, o que a faz perder contratos, mudando-se, então, com o marido para a Guiné.
Makeba ainda viveu na Bélgica e retornou aos Estados Unidos na década de 1980, onde gravou o disco "Graceland" com o cantor Paul Simon.
Só pôde voltar a seu país em 1990, após o fim do apartheid.
Sua discografia destaca, além do hit "Pata Pata", "The many voices of Miriam Makeba" (1962), "Miriam Makeba live in África" (1967), "The word of Miriam Makeba" (1968), "Miriam Makeba and Harry Belafonte" (1972), "Sangoma" (1988), "Welela" (1989), "Skylarks" (1992), "Sing me a song" (1994). EFE

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