Maracanã

Maracanã

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Mulheres necessárias, corajosas que denunciam violências contra elas


Em 2008, publiquei um livro intitulado A mulher necessária.  Nele, reuni mais de cem artigos publicados em decadas do exercício profissional de cronista/jornalista. 
Um texto deu nome ao livro. É sobre a generalidade feminina de se fazer necessária na vida dos que convivem com ela.
Não me preocupei especialmente com os temas femininos e sim com muitas versões da vida de criaturas, episódios politicos, fatos sociais,  testemunhei história e aludi problemas da xociedade em geral.
Entretanto, observei que um publico expressivo que leu, comentou ou interagiu comigo era percentualmente do chamadonsexo frágil. 
Para mim foi uma surpresa, pois achava que as questões de defesa das mulheres já teram atingido conquistas e avançado em melhores colocações e posturas de respeito e não violência ao seu novo papel de independencia no mundo.
Dali para cá observo que os índices de violências contra as mulheres, perseguicoes, desrepeito e assédio,  com estupros e assassinatos seguem em números crescentes.
Hoje, o Brasil viveu a chegada do ex médico Roger Abdelmassih que se encontrava foragido no Paraguai e foi capturado. 
As mulheres que compareceram ao aeroporto, algumas das vitimas denunciantes dos seus crimes deram depoimentos impressionantes sobre a monstruosidade a que foram submetidas.
Deve haver centenas de outras, anônimas,  que ainda não denunciaram, assim como existe todo o tipo de violência acontecendo ainda contra mulheres, crianças,  idosos, etc.
Corajosas, estas criaturas que se expõem e vem a publico mostrar seus rostos, lagrimas, feridas, indignação,  dores, medos, marcas, revoltas e tudo mais de horripilante ligado a esse episódio cruel, merecem nossa reverência e nossa intensa reflexão. 
Um sentimento de justiça perseguida e de reparo moral nos leva a imaginar o escopo cultural onde se insere a prepotência ou arrogância do estuprador covarde que ataca sexualmente suas vítimas sem dó,  sem piedade, sem escrúpulos,  e, se valendo de uma suposta impunidade que se aloja no falo de macho que ele carrega como instrumento de tortura e usa para subjugar e humilhar a mesma fêmea que o supera em coragem, no momento em que dá a volta e luta para levá-lo à cadeia.
Necessárias são as mulheres que criam filhos homens  passando-lhes valores de imenso respeito àquelas pessoas cuja sexualidade não define seu caráter,  mas pode sim  moldar seu papel moral na estrutura de uma comunidade realmente estruturada e potencialmente feliz,.
Feliz da mulher que não esbarra com canalhas ou cafagestes. Mais felizes ainda são as que tem coragem de denunciar cada monstro imoral que ultraje sua dignidade.
Cida Torneros


Nenhum comentário: