Maracanã

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sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Bodas de Ouro das "meninas" do Colégio Pedro II





A vida correu e ainda corre. Nosso reencontro na Confeitaria Colombo comemorou mais de 50 anos de amizade. Em 1962 iniciamos o curso ginasial no tradicional Colégio Pedro II, no centro do Rio. E por 4 anos convivemos um sonho de adolescentes que tiveram a grande chance de boa formação em educação pública.  Pela vida, fomos seguindo e entre idas e vindas, nos falamos ou nos buscamos quando foi possível. 
Em 2015, completaremos bodas de ouro de nossa formatura. Naquele dezembro de 1965 encerramos um ciclo inesquecível,  marcante na vida de uma geração.  
Apesar das nossas vidinhas corridas e cheias de compromissos, conseguimos marcar um chá na Confeitaria Colombo e o clima foi de muita alegria. 
De repente, vinham à tona os episódios das aulas, lembravamos dos professores, dos colegas, das brincadeiras. Frases de mestres, lendas que nos acompanham. Falamos sobre o Salim de Matemática,  a Sonia, de inglês,  o Pereira Reis, de História,  a Maria Augusta, de Ciências,  o Stamato, de Geografia, entre outros.

Eliane lembrou a professora de musica que apelidamos de dona Xispa. Rimos muito. Uma vez ela caiu no poço do elevador e quebrou o braço.  Isso não teria graça se ela nao trocasse as letras, ao nos contar. "Caí no poxo do elevador, gritei xocorro e quebrei o braxo". Era mesmo muito engraçado ouvir e acompanhar suas aulas e ensaios. Eliane comentou que ao conversar com o Nicola, nosso colega de turma, casado com Leila que também estudava conosco, ele rememorou as duas vozes do canto "negro clama (meninas) e os meninos deviam responder :liberdade. Mas, eles cantavam, "quer banana", o que deixava a velha professora muito zangada.

 Ainda recordamos o jornal que fazíamos,  o Bossa Nova, com direito a anúncios da Casa Mattos, impressão na grafica da Tribuna da Imprensa e distribuição pelas unidades do Colégio,  em Botafogo, Tijuca, Engenho Novo e São Cristóvão. Eduardo( ex marido de Lena, pai dos seus dois filhos, seu grande amigo), Mauro( que partiu cedo desta vida) Fabio, Lena e eu escreviamos seus artigos. 

Falamos de alguns que já se foram. Outros que não sabemos nada, mudaram talvez de estado ou país.  

Sandra nos fez lembrar até de redações que compunhamos numa época em que estudavamos muito mas também nos divertiamos demais. Memórias que nos alegram. E nossas vidas pessoais também trouxemos para a mesa do chá. Das 4, só Lena é avó,  tem netinhos que seus dois filhos, Raquel e Daniel,  lhe deram. Ela é escritora e professora aposentada de literatura, do mesmo Colegio Pedro II. Sandra é médica,  casada e mãe de dois rapazes,  Renato e Fabio, e uma jovem, Luciana, que acaba de se formar em medicina. Eliane, também médica,  é mãe da bela Viviane, profissional de marketing. Eu segui o jornalismo e tenho o filhão,  Leandro, professor de raciocinio lógico,  físico e agora estudante de Astronomia na UFRJ.
Balanço de vidas, sou a mais velha das 4, faço 65 em setembro. As outras estão a caminho dos 64.
Mas, em nós,  internamente, é como se ainda tivéssemos 14 ou 15.
Combinamos organizar um encontrão em 2015, para festejar as reais bodas de Ouro da formatura da turma. 
Um testemunho da melhor fase de nossas vidas. Mas, sabemos que hoje somos muito felizes também.  
Cida Torneros 

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