Maracanã

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quarta-feira, 30 de junho de 2010

Amor, soneto de Luís Vaz de Camões

Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer.



É um não querer mais que bem querer;

É um andar solitário entre a gente;

É nunca contentar-se de contente;

É um cuidar que se ganha em se perder.



É querer estar preso por vontade

É servir a quem vence o vencedor,

É ter com quem nos mata lealdade.



Mas como causar pode seu favor

Nos corações humanos amizade;

Se tão contrário a si é o mesmo amor?

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