Maracanã

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domingo, 4 de abril de 2010

Sara Montiel Biografia


Sarita Montiel – Atriz


María Antonia Alejandra Vicenta Elpidia Isidora Abad Fernández


* Campo de Criptana, provincia de Montiel, Ciudad Réal, Espanha – 10 de março de 1928






Sarita Montiel – Por: Luiz Carlos Rodrigues Abbdo



“O primeiro encanto da estrela espanhola Sarita Montiel, antes de atingir os píncaros da glória na esfera contagiante de Hollywood foi, sem nenhum exagero, no filme “Vera Cruz” (1954), do diretor Robert Aldrich, aonde retrata a violenta e sangrenta guerra civil de 1865, no México. No elenco ainda desponta nada mais nada menos de dois dos grandes ícones do cinema: Gary Cooper e Burt Lancaster.


Com o passar do tempo porém, já suficientemente madura, Sarita Montiel encontra pela frente bons diretores, e recebe de cada um deles as melhores oportunidades no cinema, demonstrando com isso sempre ascender ainda mais os degraus da fama e do sucesso. Até chegar, com muito brilhantismo, no papel principal do filme “La Violetera” (1958), do diretor Luis Cesar Amadori, arrancando da crítica especializada muitos aplausos não apenas pela sua performance no filme, como também pela sua incontestável beleza!

O filme se passa na romântica Madri, nos primórdios do Século XX, onde Soledad (Sarita Montiel) muito linda e apaixonada vende violetas no lado de fora do teatro da cidade. E para cativar ainda mais os homens românticos, ela não pára de cantar. Tanto que, dias depois, sempre cantando, acaba encontrando o seu príncipe encantado em Fernando (Raf Valone), jovem e rico aristocrata.

 
Sarita Montiel é a atriz mais badalada de Hollywood no início de 1960, chegando inclusive a fazer frente a muitas outras atrizes de renome como Marilyn Monroe, Doris Day e até mesmo Elizabeth Taylor! Sarita, na verdade, tem a cara de “La Violetera”, e a música “La Violetera” que ela canta com impecável romantismo, igualmente tem a sua própria cara!”

 
Biografia


Sara Montiel nasceu no seio de uma família humilde que vivia da agricultura, já que seu pai era um lavrador. Desde muito pequena María Antonia se destacou por sua beleza e seus dotes artísticos, os quais impressionaram Don Vicente Casanova, um influente agricultor (e que era um dos donos de uma companhia de publicidade chamada CIFESA, da Espanha). Este a viu e a ouviu cantar durante uma procissão da Semana Santa de Orihuela, em Alicante, província de Espanha. Don Vicente fez com que a jovem María Antonia recebesse um treinamento básico em declamação e canto.


Seu primeiro filme foi Te quiero para mi aparecendo como atriz coadjuvante no elenco, fazendo María Alejandra, mas foi a partir de Empezó em boda onde ela usaria o nome artístico de Sara Montiel. Seu papel de primeira importância foi em Locura de amor, a que se seguiu La mies es mucha, Pequeñeces e El capitán veneno. Sua grande beleza e talento permitiram que ela conseguisse grandes sucessos, mas o cinema espanhol da época era muito pequeno para uma estrela como Sara Montiel, que foi tentar a sorte fora de seu país, no México e nos Estados Unidos, onde chegou a trabalhar em Hollywood.


Carreira artística



Graças ao êxito do filme Locura de amor, Sara Montiel chamou a atenção da indústria de fala hispânica mais importante do mundo na época, o México do Cine de Oro e imediatamente se transformou numa das estrelas do momento, junto com María Félix, Miroslava e Katy Jurado. Também trabalhou com os grandes atores da época: Augustín Lara, Arturo de Córdova, Pedro Infante… Filmou mais de uma dezena de produções, destacando: Cárcel de mujeres, Piel Canela, Furia Salvaje e Se solicitan modelos, entre outras.

Devido a sua beleza e talento logo chamou a atenção da indústria norte-americana, que precisava de estrelas hispânicas, na linha de Rita Hayworth. As interpretações em Cárcel de mujeres e Piel Canela abriram portas para entrar em Hollywood em 1954, como uma nova Gilda.



Sua primeira interpretação foi pelas mãos, nada mais, nada menos que do mítico Gary Cooper, em Veracruz, de Robert Aldrich, junto a intérpretes importantes da época como Burt Lancaster, Denise Darcel e um jovem chamado Charles Bronson. Consegue índices de popularidade que jamais havia conseguido uma artista espanhola. E depois deste filme aparece Serenade, junto a Joan Fontaine, o tenor Mario Lanza e Vincent Price. Nas rodagens desse filme conheceu aquele que foi o seu primeiro marido: Antony Mann, diretor do filme. Por último, roda Yuma (também chamada Run of the arrow), junto a Rod Steiger (que teve popularidade em sua velhice pelo vilão de O Especialista, com Silvester Stallone e Sharon Stone).


Sara Montiel (conhecido na Espanha como Sarita Montiel) teve destaque em Hollywood; manteve certa amizade com personalidades muito importantes do cinema, como Marlon Brando, James Dean, ou a filha de Alfred Hitchcock. Uma fotografia que Sara fez com Dean, é a última que se conhece do mito de Juventude Transviada. Foi com esta mesma foto que se anunciou a morte de James Dean num acidente de carro por todo o mundo.

Ainda que tivesse projetos para realizar outro filme como The American ou Burning Hills, um deles junto a Paul Newman, o destino deu outro rumo a sua carreira e desde então diminiu suas atuações em Hollywood.


Depois de uma férias, rodou na Espanha um filme de baixo orçamento sob as ordens de Juan de Orduña, que realizou mais por amizade e gratidão que por dinheiro: El ultimo cuplé. Ainda assim o filme fez um sucesso imenso de bilheteria, e fez de Montiel uma das artistas mais requisitadas do mundo. Como conseqüência, firmou um contrato milionário para realizaz filmes de produções européias (hispano-francesas-italianas) que fizeram dela a maior atriz de fala hispânica da década de 50-60. Depois de El ultimo cuplé seguiram La Violetera, Carmen la de Ronda, Mi último tango, Pecado de Amor, La bella Lola, La dama de Beirut, La reina del Chantecler, Noches de Casablanca, La mujer perdida, Varietés e Cinco almohadas para una noche.


A carreira de cantora
Como cantora conseguiu grandes sucesso em sua carreira, sobretudo quando trouxe de volta a moda o “cuplé” com sua insinuante forma de cantar. Seu estilo pessoal é inconfundível; boleros como Contigo Aprendí ou Besame Mucho deram a volta ao mundo com sua voz. Mas sem dúvida a canção com a qual sempre será identificada é Fumando espero, que na época de sua gravação, fumar era tido como algo elegante, mas que hoje é mal-visto.


Na televisão protagonizou dois programas: Sara y punto, realizado por Eduardo Stern e Vem al paralelo com o qual esteve duas temporadas, sendo então a indiscutível rainha do espetáculo de Barcelona u de TVE-2 (rede educativa estatal espanhola).

Vida amorosa e casamentos:


Anthony Mann, o diretor de cinema norte-americano com quem se casou em 1957 em Hollywood (primeiro em “articulo mortis” – ocasião em que se realiza o casamento quando um dos cônjuges correm risco de morte – por conselho da filha do diretor e, posteriormente restabelecido da doença de Mann, se tornando seu primeiro marido). Sara havia conhecido Mann nas filmagens de Dos pasiones y un amor (Serenade), e trabalhado junto a Mario Lanza e Joan Fontaine. O divórcio veio em 1963.

Seu segundo marido foi o industrial Vicente Ramírez Olalla, a quem Sara chamava carinhosamente de “Chente”. Se casaram diante de um grupo pequeno de convidados na Igreja de Montserrat, em Roma, com cerimônia oficiada pelo abade mitrado do Valle de los Caidos, Frei Justo Pérez de Urbel. Contudo, o sonhado matrimônio durou apenas dois meses.



O homem de sua vida foi o empresário e jornalista de Mallorca Pepe Tous, com quem se casou depois de dez anos de vida juntos. Adotaram dois filhos: Thais e Zeus. Pepe Tous morreu e deixou Sara sozinha cuidando de seus dois filhos.


Outros homens importantes na vida de Sara foram Ernest Hemingway, que ensinou Sara a fumar habanos. James Dean, com quem dizem que viveu um romance de filme, inclusive esteve a ponto de viajar com o ator, justamente no dia em que ele morreria no acidente que lhe custou a vida.



León Felipe. Sara foi a musa e a maior inspiração do importante escritor e poeta espanhol para “La Mancha en tí, mujer, y en mi corazón el dardo”. Palavras que o grandioso poeta dedicou a sua amada Sara, e a quem, em uma ocasião, chegou a dizer: “Eres demasiado bella para el cine, lo tuyo es el teatro” (Você é linda demais para o cinema, teu lugar é o teatro).

Com Gary Cooper, Sara viveu um de seus mais belos romances. Conheceram-se durante as filmagens de Veracruz e entre eles se fazia uma piadinha muito curiosa: a primeira vez que Sara fez amor com ele, aconteceu por causa de um equívoco da atriz, pois Sara não sabia falar o inglês muito bem, e muito menos ler em inglês, coisa que fazia com a ajuda do intérprete, e isso de maneira fonética.

Uma das frases que a personagem de Sara tinha que dizer ao de Cooper era: “Você quer lutar (em inglês, fight) comigo e com os meus por meu povo?”, mas ela errou e ao invés de usar a palavra fight, acabou soando fuck e aí a frase ficou “Você quer f*der comigo…”, ao que Cooper, respondeu com um sonoro “Yes!”. Sara recorda que quando estava abraçada ao ator lhe sussurrava cantando “Because of you”. Até o final da vida de Cooper eles mantiveram uma amizade e na última visita que o mito de Hollywood fez à Espanha, estava muito doente. Ao descer do avião a primeira coisa que perguntou foi: “Onde está my Montielita?”.

Miguel Mihura, foi, além de um amor importante na vida de Sara, seu Pigmaleão. Sara chegou a pedi-lo em casamento, mas apesar de ter sido publicada a notícia, não chegaram a unirem-se em matrimônio. Indalecio Prito, um político da esquerda a quem Sara conheceu quando estava no exílio, foi uma relação curta, mas da qual Sara guardou uma grande lembrança.



Maurice Ronet, para Sara companheiro e amante, trabalhou com ela em Carmen la de Ronda, Mi último tango e Noches de Casablanca, vivendo uma apaixonado romance que ultrapassou as telas. Com Giancarlo del Duca, trabalhou La mujer perdida e La dama de Beirut, e viveram um romance de ele decidiu terminar. Quando Pepe Tours morreu, Giancarlo apareceu de novo na sua vida e o romance voltou de novo. Mas “Gianca”, como ela lhe chamava, enganou Sara e apesar de se falar de casamento entre ambos, ela decidiu cortar a relação por definitivo. Seu último e muito controvertido matrimônio civil foi com o jovem cubano Tony Hernández. A união se rompeu em poucos meses.



Favor incluir na biografia da artista: Sara Montiel foi, politicamente falando, a mais esquerda de todas as atrizes e cantoras espanholas; anti-franquista por excelência, denunciou os abusos da ditadura em quase todos os seus filmes, inclusive "La violetera", dirigido pelo exilado argentino e anti-peronista Luís Cesar Amadori. Na época, o público se deliciava com o romantismo e os cuplets da trilha sonora, sem se dar conta da verdadeira temática do filme. Posso afirmá-lo porque sou amigo pessoal de Sarita e exerci a profissão de jornalista durante o final do governo de Franco. Ela chegou a fazer uma promessa: não mais filmar se a ditadura acabasse... e cumpriu, desde 1074 só fez televisão, teatro e disco. O seu cinema acabou com a ditadura. Explore esse fato! João Carlos Telis jctelis@ig.com.br


Por João Carlos Telis em Sara Montiel Biografia em 02/05/11

2 comentários:

João Carlos Telis disse...

Favor incluir na biografia da artista: Sara Montiel foi, politicamente falando, a mais esquerda de todas as atrizes e cantoras espanholas; anti-franquista por excelência, denunciou os abusos da ditadura em quase todos os seus filmes, inclusive "La violetera", dirigido pelo exilado argentino e anti-peronista Luís Cesar Amadori. Na época, o público se deliciava com o romantismo e os cuplets da trilha sonora, sem se dar conta da verdadeira temática do filme. Posso afirmá-lo porque sou amigo pessoal de Sarita e exerci a profissão de jornalista durante o final do governo de Franco. Ela chegou a fazer uma promessa: não mais filmar se a ditadura acabasse... e cumpriu, desde 1074 só fez televisão, teatro e disco. O seu cinema acabou com a ditadura.
Explore esse fato!
João Carlos Telis
jctelis@ig.com.br

João Carlos Telis disse...

Favor incluir na biografia da artista: Sara Montiel foi, politicamente falando, a mais esquerda de todas as atrizes e cantoras espanholas; anti-franquista por excelência, denunciou os abusos da ditadura em quase todos os seus filmes, inclusive "La violetera", dirigido pelo exilado argentino e anti-peronista Luís Cesar Amadori. Na época, o público se deliciava com o romantismo e os cuplets da trilha sonora, sem se dar conta da verdadeira temática do filme. Posso afirmá-lo porque sou amigo pessoal de Sarita e exerci a profissão de jornalista durante o final do governo de Franco. Ela chegou a fazer uma promessa: não mais filmar se a ditadura acabasse... e cumpriu, desde 1074 só fez televisão, teatro e disco. O seu cinema acabou com a ditadura.
Explore esse fato!
João Carlos Telis
jctelis@ig.com.br