aqui tem música, poesia, reflexões, homenagens, lembranças, imagens, saudades, paixões, palavras,muitas palavras, e entre elas, tem cada um de vocês, junto comigo... Cida Torneros
Maracanã
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Alborada, de Rosalia de Castro e Susana Seivane . - Nuit Celtique 2.004
Susana Seivane Hoyo "SUSANA SEIVANE".- Naceu en Barcelona no ano 1976, é a herdeira da familia Seivane, unha das familias con máis prestixio e sona universal dentro do mundo dos gaiteiros ...
Ouvindo uma gaita galega...
Nos meus poucos anos, ao ouvir uma gaita galega, geralmente, quando minha avó punha na vitrola antiga um disco da sua pequena coleção, eu me encolhia num canto da casa, e fechava os olhos. Queria imaginar como seria aquele instrumento que nunca vira de onde saía um som melodioso, às vezes lamentoso e noutras trazendo a alegria de um povo que era meu, embora estivesse tão longe... A Galícia que só fui conhecer pessoalmente em 2009, com quase 60 anos, andou povoando meus sonhos desde menina, não somente pelas histórias que me contaram, mas, e sobretudo, pela curiosidade que me levou a ler e buscar seus assuntos toda a minha adolescência. Na fase adulta, dirigi então um jornal para imigrantes espanhóis no Brasil - o Jornal de España - e entrei em contato mais direto justo com o povo galego, maioria dos que vivem por aqui, tendo deixado suas terras, nos anos de intensa debandada por que passou aquela parte da Espanha.
A cada vez que um grupo musical de lá veio apresentar-se, eu me reencontrei com a sonoridade da sua expressão, através da gaita, de origem celta, que em mim, provoca mesmo o arrepio genético de voltar centenas de anos atrás e correr por um prado verde, como um daqueles que pude ver, nas bandas de Verin, em Orense, em maio último.
Música marcante e misteriosa, quando visitei a catedral de Santiago, um gaiteiro me saudou, e naqueles instantes, voltei à minha infância, vi-me enredada na própria história de meus ancestrais, agradeci aos céus pela oportunidade, fechei um ciclo, atingi um grau de conquista pessoal, que era bem mais profundo...eu voltava áquelas terras em lugar dela, da Carmencita, que nunca pudera voltar. E por ela, fui visitar o túmulo dos seus pais, meus bisavós, na pequenina Razela. Também por ela, homenageio a gaita galega, marca da cultura galega, através de duas mulheres, Rosalia a poeta antiga, e Susana, a gaitera jovem...ambas representam a força feminina dessa gente tão corajosa com quem me identifico e tenho a honra de me sentir parte integrante por sangue e coração...
Cida Torneros
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Um comentário:
Seu apego a tudo que remete à Pátria Galega comoveu-me. Também estou ligada àquela terra desde sempre - estou com 65 anos, tendo pisado por lá somente aos 54 anos.
Obrigada pelo seu testemunho.
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