Maracanã

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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Filme com a Graça de Deus



Com a Graça de Deus



O filme italiano Com a Graça de Deus (In Grazia di Dio, no seu título original) do diretor Edoardo Winspeare, exibido no Festival do Rio 2014, conta a historia de uma familia com quatro mulheres, que endividadas e sem perspectiva de melhora, decidem fechar sua fábrica em falência, vender sua casa e partir para o interior da Itália. No campo ela plantam para sobreviver, e assim começam a se reerguer.

As quatro mulheres possuem o jeito típico italiano caloroso de falar alto e se exaltar. Celeste Casciaro está ótima no papel da durona e maltratada Adele, carregando todo o peso de sustentar a família, grita e briga com todos o tempo todo, principalmente com sua filha adolescente rebelde Ina (Laura Licchetta), que não ajuda em casa e só vai mal na escola. Todas as personagens são mulheres de personalidade forte o que gera inúmeras desavenças ao longo da história.

Anna Boccadamo é a matriarca Salvatrice, personagem doce, ela é a calmaria no meio do furacão de hormônios alterados da família, sempre paciente, e ajudando todas tanto no trabalho como a se relacionarem entre si. É a personagem chave para que a história ganhe uma pitada de amor, amor de mãe, quem resistiria?

A paisagem da Itália rural, por mais linda que seja, não é mostrada para impressionar, as filmagens são simples e em nenhum momento prende a atenção de modo a instigar o espectador ou fazê- lo querer ser transportado para lá.

O filme tem um toque de humor, que sustenta a trama quando ela parece se perder e quando nada parece ir a lugar nenhum. Barbara De Matteis faz a alegre Maria Concetta, que sonha em ser atriz profissional, é a maior responsável pelas cenas divertidas e leves do filme.

As atrizes interagem muito bem, desempenhando seus papeis harmoniosamente, as personagens se amam e se odeiam, como uma família composta de mulheres geniosas deve ser. O tema retratado é pertinente e atual: casos e brigas, o amor superando os problemas e as tristezas do dia a dia, a crise econômica na Europa que faz inúmeros estabelecimentos fecharem as portas. Nesse quesito o filme se aproxima da vida real, na sutileza de um desvio de caráter, um pequeno furto, uma leve mentira, o desejo de melhorar e o cansaço de morrer tentando.


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