Maracanã

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quinta-feira, 11 de setembro de 2014

vou dar de beber à dor, saudades da Amália

Vou dar de beber á dor, Amália Rodrigues



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Cresci  ouvindo Amália. Ela vinha  ao Brasil  e aqui  fazia sucesso.  Figura adorada  em sua  pátria  a fadista deixou um legado imenso que mantém o amor à  sua  música  nas novas gerações. Pelas noites do bairro alto,  em Lisboa,  faz-se silêncio na hora de se ouvir o fado.  Quando estive na famosa Tasca do Chico há  3 anos atrás  o que  mais me impressionou  foi a referência  que tanto os nativos como os turistas fazem quando se canta alguma das canções  de Amália.  Comprei um livro sobre a vida dela na primeira vez que fui  ao Porto em 2009,  na livraria Lello. Escrito por uma amiga de décadas traz revelações  sobre a vida de amor à  arte e ao seu Portugal.
Uma vez comprei aqui  no Brasil um CD gravado  na casa  dela  junto  com Vinicius  de Moraes. Dei de presente a uma amiga portuguesa mas escutamos juntas muitas vezes o antológico "saudades do Brasil  em Portugal".
Entretanto  quando acordo como hoje com saudades da Amália  busco ouvir Casa da Mariquinhas  que em mim tem um efeito intenso.  Vem à  minha boca o gosto da ginginha  licor saboroso que gostava de beber no balcão  em pé  ao caminhar  em Lisboa.  E saía  por lá  esquecendo a dor devidamente  saciada da sede de aliviar a tal saudade.
Amália  é patrimônio  da língua  portuguesa e da nossa cultura.  O fado vive assim como ela também.
Resta-me comer sardinhas e tomar um bom vinho português na hora do almoço.  Mas quanto às  saudades e à  dor só  me cabe reviver a própria  voz do meu avozinho português Antonio,   com quem convivi até  meus 9 anos  e que me apresentou Amália  num disco de vinil  onde ela interpretava Foi Deus.  Aquele  que me pós no peito   um Rosário  de penas que vou desfiando a cantar.  Viva o fado.  Viva Amália!
Cida Torneros

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