Vencedora do Nobel é primeira presidente mulher da África
07 de outubro de 2011 • 06h49 • atualizado às 07h25
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A presidente da Líberia, Ellen Johnson-Sirleaf, foi escolhida pela atuação para mobilizar as mulheres contra a guerra civil no país
Foto: AP
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A liberiana Ellen Johnson Sirleaf, 72 anos, premiada nesta sexta-feira com o Nobel da Paz junto com sua compatriota Leymah Gbowee e a iemenita Tawakkul Karman, foi a primeira mulher a ser eleita presidente da África.
Elle Johnson Sirleaf, que tentará um segundo mandato nas eleições de 11 de outubro, passou para a história ao converter-se, em 2005, na primeira mulher eleita como chefe de Estado no continente africano, em um país de quatro milhões de habitantes traumatizados por guerras civis que, de 1989 a 2003, deixaram 250 mil mortos, destruindo suas infraestruuras e sua economia.
Desde sua posse, em 2006, iniciou um ativo trabalho ante as instituições financeiras internacionais, que a conhecem muito bem: economista formada em Harvard, esta mãe de quatro filho e avó de oito netos trabalhou na ONU e no Banco Mundial.
Ministra das Finanças dos presidentes William Tubman e William Tolbert nos anos 1960 e 1980, seu objetivo foi anular a dívida e atrair os investidores para a reconstrução de seu país, o que conseguiu em parte.
A luta contra a corrupção e por profundas reformas institucionais na mais antiga república da África ao sul do Saara, fundada em 1822 por escravos negros liberados e chegados dos Estados Unidos, sempre esteve no centro de sua ação política.
Este combate, que lhe valeu o apelido de "Dama de Ferro" da África, também a levou para a prisão em duas oportunidades nos anos 1980 sob o regime de Samuel Doe. No exterior, goza de uma formidável imagem que se materializou nesta sexta, quando lhe foi concedido o Nobel da Paz 2011.
Mas, em seu país, é criticada por não ter cumprido com suas promessas em termos econômicos e sociais e, principalmente, por não ter se envolvido o suficiente a favor da reconciliação nacional.
Até agora, a presidente ignorou um relatório da Comissão Verdade e Reconciliação, que data de 2009 e que a cita como uma das pessoas que não poderiam ocupar cargos oficiais durante 30 anos por ter apoiado o ex-caudilho Charles Taylor, presidente de 1997 a 2003.
Elle Johnson Sirleaf reconheceu ter apoiado no início a rebelião de Taylor contra o regime de Samuel Doe em 1989, que mergulhou a Libéria em sua primeira guerra civil, para converter-se em seguida, diante dos crimes de Taylor, em uma de suas maiores adversárias.
Um pouco antes da publicação deste documento, ela anunciou que se candidataria a um segundo mandato, quando antes havia desmentido. Para justificar esta mudança, afirmou que desejava continuar com sua ação de reconstrução, pois seu país "tem ainda um longo caminho a percorrer".
A metade das estradas em torno da capital Monrovia foram reconstruídas, a capital voltou a ter água potável e eletricidade em vários bairros, mas o desemprego afeta 80% da população e grande parte vive na miséria.
Segundo Lansana Gberie, analista especialista em África Ocidental e que conheceu Ellen Johnson Sirleaf quando esta estava exilada em Abdjan, "o problema que ela deve confrontar é a reconciliação, principalmente entre os que nunca saíram do continente e a elite de descendentes dos escravos, que voltaram dos Estados Unidos para fundar a Libéria".
Elle Johnson Sirleaf, que tentará um segundo mandato nas eleições de 11 de outubro, passou para a história ao converter-se, em 2005, na primeira mulher eleita como chefe de Estado no continente africano, em um país de quatro milhões de habitantes traumatizados por guerras civis que, de 1989 a 2003, deixaram 250 mil mortos, destruindo suas infraestruuras e sua economia.
Desde sua posse, em 2006, iniciou um ativo trabalho ante as instituições financeiras internacionais, que a conhecem muito bem: economista formada em Harvard, esta mãe de quatro filho e avó de oito netos trabalhou na ONU e no Banco Mundial.
Ministra das Finanças dos presidentes William Tubman e William Tolbert nos anos 1960 e 1980, seu objetivo foi anular a dívida e atrair os investidores para a reconstrução de seu país, o que conseguiu em parte.
A luta contra a corrupção e por profundas reformas institucionais na mais antiga república da África ao sul do Saara, fundada em 1822 por escravos negros liberados e chegados dos Estados Unidos, sempre esteve no centro de sua ação política.
Este combate, que lhe valeu o apelido de "Dama de Ferro" da África, também a levou para a prisão em duas oportunidades nos anos 1980 sob o regime de Samuel Doe. No exterior, goza de uma formidável imagem que se materializou nesta sexta, quando lhe foi concedido o Nobel da Paz 2011.
Mas, em seu país, é criticada por não ter cumprido com suas promessas em termos econômicos e sociais e, principalmente, por não ter se envolvido o suficiente a favor da reconciliação nacional.
Até agora, a presidente ignorou um relatório da Comissão Verdade e Reconciliação, que data de 2009 e que a cita como uma das pessoas que não poderiam ocupar cargos oficiais durante 30 anos por ter apoiado o ex-caudilho Charles Taylor, presidente de 1997 a 2003.
Elle Johnson Sirleaf reconheceu ter apoiado no início a rebelião de Taylor contra o regime de Samuel Doe em 1989, que mergulhou a Libéria em sua primeira guerra civil, para converter-se em seguida, diante dos crimes de Taylor, em uma de suas maiores adversárias.
Um pouco antes da publicação deste documento, ela anunciou que se candidataria a um segundo mandato, quando antes havia desmentido. Para justificar esta mudança, afirmou que desejava continuar com sua ação de reconstrução, pois seu país "tem ainda um longo caminho a percorrer".
A metade das estradas em torno da capital Monrovia foram reconstruídas, a capital voltou a ter água potável e eletricidade em vários bairros, mas o desemprego afeta 80% da população e grande parte vive na miséria.
Segundo Lansana Gberie, analista especialista em África Ocidental e que conheceu Ellen Johnson Sirleaf quando esta estava exilada em Abdjan, "o problema que ela deve confrontar é a reconciliação, principalmente entre os que nunca saíram do continente e a elite de descendentes dos escravos, que voltaram dos Estados Unidos para fundar a Libéria".
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