Maracanã

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sábado, 12 de junho de 2010

Suave veneno...música e crônica para os enamorados!!!




Crônica para  os  enamorados

Houve um dia em que todos nós acreditamos que aquele estado de torpor absurdamente impregnado de sonhos em   plena luz do dia, diante de alguém que nos fazia mudar de planeta, voar como  borboletas, ouvir sinos ao menor contato, beijar estrelas quando  se cruzavam as mãos, ultrapassar a barreira do som ao iniciarmos um beijo de bocas tão desejosas, tudo isso,  podia ser eterno. Há um dia desses ou vários deles, na vida de todos nós, e por certo, hoje, dia dos namorados, milhões de criaturinhas encantadas vão ao encontro de momentos felizes e devem vivê-los com plenitude e entrega. É o melhor que se  pode doar de si mesmo apesar de sabermos sobre a efemeridade do tempo e da  impermanência das coisas e dos fatos. Vida  e amor se confundem com dádiva, lembrança e enamoramento. Escolhi a canção Suave Veneno, na voz sussurrante e aquecedora da Nana,  para definir melhor o que se passa com alguém que se deixa contaminar  pela  paixão, pelo amor, pelo enamoramento, ou coisa que o valha. Não importa se uma relação amorosa, hetero  ou   homo, dure um dia ou toda uma vida, o que vale é o sentido que a vida assume  quando em algum instante, o estado letárgico  que esse  encontro proporciona, nos dá a dimensão do universo desconhecido  e deslumbrante, capacitando-nos a visualizá-lo, senti-lo, desbravá-lo, num segundo apenas.
Assim  é o veneno, o tal suave veneno, mesmo que o seja, é antídoto para a morte. É alegria de reviver o nascimento, é ilusão de eternidade, é o amor,  é aquele que nos vira a cabeça, que nos tira do sério, que nos envolve em projeções   muitas vezes tão impossíveis, mas que nos eleva espírito e nos transborda  pelo corpo, hormonalmente falando, para que tudo  se complete, para que as  mãos se entrelacem, as  pernas se aconcheguem, os olhos se confundam, as vozes se anestesiem, os  gemidos se perpetuem em ouvidos que  nunca os esquecerão, ad eternum, numa fórmula mágica, como se fossem mantras  de um tesouro  que só os enamorados são capazes de encontrar em cavernas escuras, em fundos de mares bravios, em soturnas almas inquietas, em corações alucinadamente necessitados de alguma dose  de um veneno suave  e eterno, um veneno que  é ao mesmo tempo a  única forma de nos vacinarmos e  nos prevernirmos para que nas recaídas dessa enfermidade chamada amor, a cada crise,  possamos entender que  é doença crônica e que ataca  justamente os pródigos de sentimentalismo banal, os humanos corajosos por não fugirem dos seus destinos...Por tudo isso, aos que namoram,  já namoraram, pretendem iniciar novos namoros, a todos os que desejam namorar e  se deixam enamorar, desejo, o veneno suave e eterno de um amor  possível... hoje, no seu dia!                                      
Cida   Torneros  

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