Maracanã

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domingo, 27 de junho de 2010

Quando o amor voltou, trouxe com ele...

...quando o amor voltou, trouxe com ele tantos girassóis...



parecia que o mundo se coloria de novo, como a gema do ôvo,


era um vento nobre, uma aragem na paisagem insólita,


nem se podia cheirar profundo, pois todo o amor do mundo,


ali estava, na flor brejeira, em cada uma delas, campos ou lençóis,


tapetes florais, rosas, papoulas, tulipas, margaridas...






... quando o amor voltou, trouxe com ele tantos de nós,


aqueles lados misteriosos, os pendores obscuros, altos muros,


todos a serem derrubados, preconceitos, medos, mágoas,


tudo a ser lavado com as tempestades, muitas águas,


lágrimas misturadas, sorrisos renascentes, abraços seguros...






... quando o amor voltou, trouxe com ele novamente o prazer de ser


o desejo de estar junto, a necessidade de aconchegar, a eternidade,


sem falar na idade da paixão, na vaidade do coração, na fragilidade


de nossas almas, vagantes, que se afastam e tornam a se ver...






... quando o amor voltou, trouxe com ele ainda que vagamente


alguma incerteza do amanhã, sem contudo apagar a chama ardente,


e sobre um campo florido e colorido, fez-se o amor mais quente...


com a ilusão rondando a relva, o sonho enfeitando a mente,


fez-se a verdade como se fosse a mentira, a ternura como a ira,


o carinho como a selvageria, e, fez-se a vida, quem diria...






...quando o amor voltou, concebeu o milagre da vida, óvulo e sêmen,


gametas confundidos, útero em festa, sangue reproduzido, mistério...


e, quem não sentiu, como nós, a força do grande amor humano


a nos reprogramar como espécie, a nos revelar-se de novo, insano...


Aparecida Torneros


11/agosto/2007


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