Desci no Rio de Janeiro, mais uma vez, pelo ar, observando a baía de Guanabara. Atravessei, de novo, sobrevoando um imenso oceano. Aterrissei outravez nos sentimentos nacionalistas, plenos de brasilidade. Amar em portugués. É assim que vejo o quanto amar por aqui é intensamente forte, a partir de um calor que é do clima e se transmuta em corpos suados, sóis derretedores de mágoas, extremos sabores salgados de peles e água das praias cuja areia é ouro em brilho e tesouro em disputa de espaço.
Desci na minha cidade para reaver um amor que devia estar mesmo me esperando, há muito tempo, afinal, habitar nas vizinhanças dos sentidos que são como as ondas dos mares...vão e voltam, se refazem, se reorganizam, batem nas pedras, insistem nos carinhos, injetam pedidos de clemência, buscam reciprocidade ainda que tardia.
Desci na minha localidade, cheguei á minha casa, espreitei os cheiros e vislumbrei as cores do meu lugar.
Ali estava você, o mesmo ser que pode ser capaz de me entender ou de me confundir.
Coisas da imensidão das marés vazantes. Aspectos da mudança aturdida que é voar em retorno ao nosso solo, à base, ao porto seguro, onde me ancoro e revejo a paz alcançável, nas tardes fugidias ou nas madrugadas silentes.
Cida Torneros
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