Maracanã

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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Manhã ... de espetáculo e paz...


Manhã ... de espetáculo e paz...







Prepara-se o dia...


nalgum lugar a luz se posiciona


a partir do ângulo que se contorciona


sobre a Terra, de rotação em rotação,


a natureza festeja uma manhã a mais...


Os olhos animais se abrem...


em cada olhar de esperança, a vida se renova...


nos campos, nas plantações, nas estradas


há um reavivar apressado da produção,


ligam-se as máquinas agrícolas, todos sabem


que não é possível parar quando o dia recomeça...


O homem deixa o lar, nas cidades, vai em busca do pão,


a luta que se repete, em tempos de paz ou de guerra,


faz de cada manhã o tempo de reconstruir a vida...


Plantar o trigo, colher a fruta, tirar o leite do seio bendito,


acalmar a tensão pela descoberta da morte, a lida,


sim, ao trabalhar repetidamente, gira como o girassol,


nos prados amarelos, brilhantes, buscando a


luminosidade...


A mulher faz do lar o seu reinado, tudo lhe condiciona,


há em cada filho que nasce uma certa religiosidade...


Nada é mais grave do que a manhã no céu da alma


quando o bem vem dizer no ouvido atento que o amor acalma...






...porque , a cada novo nascer do dia, alguém canta um verso ao sol,


algum louco grita bom-dia, sobre a ponte do rio que corre, a voz ao vento,


alguma dançarina ensaia os últimos passos da madrugada apaixonada,


que deixou saudades,


enquanto alguma criança põe-se a correr,


para que todos se lembrem que o destino abençoa a mágica manhã,


esta que aproxima os povos, ainda que na fantasia, abraça o momento,


eterniza a emoção de ver o fogo do vulcão, a força do tufão, a tempestade,


que se amansou, o astro-rei, aí vem ele, nascendo por trás do monte...






... é possível vislumbrar seus raios alaranjados,


desde a janela de casa ou do avião,


é incrível observar sua densidade mutante e sua abrangência tão


volúvel...






... é quando a manhã vem trazer a passageiro sentimento,


de um sol que ama por amar, sem fixar-se num ponto,


passando adiante, com sua luz caminhante...






... é por isso que o amor, como o sol, dorme e acorda, triunfante,


para que, nas madrugadas, se compreenda a brevidade do dia e da vida,


se desperte o espírito do tempo, na manhã que traz um espetáculo a mais...






... é então, nesse instante sol nascente, que cada ser vivente, amante,


se perdoa por ser tão inquieto, e se redime, por ter tanto desejo de paz...


Cida Torneros






Publicação: www.paralerepensar.com.brr 23/09/2006

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