aqui tem música, poesia, reflexões, homenagens, lembranças, imagens, saudades, paixões, palavras,muitas palavras, e entre elas, tem cada um de vocês, junto comigo... Cida Torneros
Maracanã
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
Retornar das cinzas...
Retornar das cinzas...
dormiu com o sonho de alguma felicidade
onde as verdades?
acordou sem a realidade, buscou-a...
tanto cheiro de pólvora e enxofre, o nariz torceu...
ali estava ela, ao seu lado, a mulher de recados...
quem sabe trazia a boa nova que tanto precisava?
quem seria aquela a lhe reinjetar oxigênio agora?
acariciou seu dorso, as protuberâncias, a pele quente...
ainda ardia dentro dele o fogo da memória,
apesar do sentimento consumado, tendo vivido o fim,
aquele peito a subir e a descer na sua frente...
onde as razões?
era, de fato, o retornar das cinzas, era sim...
a boa bruxa, cansada embora, mostrava a vitória,
inesperadamente, o incentivo e a esperança,
corpo refeito, ele ressuscitaria em outra história...
onde os dissabores?
quem vivera tal injusta morte, merecia nascer,
devia ter o direito de respirar e lutar, em liberdade,
ali mesmo, naquele chão da pátria, beijou a terra,
abraçou a companheira...chamada luta,
se ungiu de céu e ventos...
onde os perdões?
voltou à vida... e chorou como um menino,
aconchegado no calor de grande saudade,
sabendo-se reconduzido ao seu lugar, seu ninho...
onde os amores?
ajeitou seu tempo adaptando seus momentos,
a cada espaço de sofrer, juntou a luz de um carinho,
surpreendeu-se com a alegria branda, a recompensa...
morreu com a impiedade da injustiça e da maldade,
despertou-lhe o sol... salvou-lhe a garra...
onde as ilusões do paraíso novo?
bem aqui, dentro de si mesmo, com profundidade..
doravante, homem e infante, soldado do amor...
cavaleiro andante, samurai da guerra,
guerreiro da paixão, paladino do prazer,
defensor da justa causa, honrado tribuno,
saberia o quanto era preciso morrer e renascer,
infinitas vezes, bem junto da sua força interior...
sempre soubera que ela ali estava,
era mesmo ela, ele a reconhecia, severa e terna,
capaz de ressurgir no corpo e na palavra,
viu-se renascido nela: sua alma eterna...
cida torneros
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário