Leonardo Favio.
Onze entre dez diretores argentinos confirmam que ele é uma das grandes personalidades do cinema do país vizinho. Favio foi descoberto por Torre-Nilsson, outro nome fundamental do cinema do Prata, com quem fez El Secuestrador, Fin de Fiesta e La Mano en la Trampa. Em 1964, ele fez seu primeiro longa, Crónica de Un Niño Solo, a que tive o privilégio de assistir em Buenos Aires. Depois vieram Este es el Romance del Aniceto y la Francisca e Juan Moreira.
Todos esses filmes fazem parte da minha memória, mas gostaria muito de revê-los. Mais para o fim dos anos 60, Favio iniciou outra carreira, de cantor e compositor. Foi sempre paradigma de um cinema argentino combativo e politizado. Líder peronista, teve um hiato de quase 20 anos na carreira como diretor.
Fez seu monumental documentário sobre Perón, Sinfonia del Sentimiento, que tem, umas seis horas, mas só o título me deixa nos cascos. Leonardo Favio será tudo aquilo que está escrito na nossa memória e na de tantos artistas argentinos que fomos conhecendo depois? Será? Vale tentar rever alguns de seus filmes, pelo menos. Leonardo Favio representa, sempre representou, a resistência do cinema latino ao colonialismo cultural.
( extraído de um texto de Luiz Carlos Merten)
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