Maracanã

Maracanã

domingo, 22 de novembro de 2009

Estações, climas e sentimentos, recado para "meu" amor !‏



Em 2008, passei alguns dias de outono em Nova York. Fazia um certo frio suportável, apenas uma noite, o termômetro marcou zero graus e o sistema de calefação do apartamento em que eu estava funcionou automaticamente. O melhor daquele período foi que pude observar as cores da vegetação, amarela, rósea, alaranjada, em certos tons esmaecidos de um verde mutante. Também, o clima era de perplexidade econômica, iniciava-se a tal crise efeito dominó, as informações eram desencontradas, o mercado despencava, Obama fazia sua campanha, os sentimentos dos americanos oscilavam entre a má surpresa e a boa esperança. Felizmente, parece, um ano depois, eles já se organizam e superam a fase mais difícil.


Em 2009, na primavera, passei quase um mês viajando por três paises europeus. Espanha, Portugal e França. Na península ibérica, por duas semanas, percorri e conheci diversas cidades, de carro e de ônibus, tendo tido a chance de ver as flores alegrando as beiras das estradas, e o céu muito azul anunciando o tempo de florescer. Também senti frio, umas poucas vezes, o tal frio suportável, utilizando casacos, botas, gorros e até luvas. Em Paris, vivi dias inesquecíveis, aprendi o máximo que pude sobre a cultura francesa, no primeiro contato com seu povo. Deslumbrei-me com tudo, e voltei disposta a falar a língua, a qual estudo já há alguns meses.


Programo viajar a Europa, novamente, em 2010. Incluirei a Itália no roteiro, pois aquele país, com sua história e seu ar romântico, me estimulam a curiosidade e o envolvimento emocional.

Talvez eu viaje mesmo , outravez, no tal momento do clima temperado. Parece que me sinto melhor, concluí, fora das estações extremas, verão e inverno. Há qualquer coisa de profundamente equilibrado em estações como primavera e outono. Quem sabe é como a maturidade apaziguadora?


Portanto, já que eu vivo no Rio de Janeiro e tenho que viver os dias tórridos do verão carioca, tentando compensar o calorão para conseguir ultrapassar os picos de canícula, também posso me deixar acarinhar por alguns poucos dias de inverno verdadeiro que acontece debaixo do Equador, em minha terra tropical.


O intenso brilho da estação fogosa, enseja muitos amores de verão, os que sobrevivem desde os dezembros até os carnavais, e se alimentam de samba e suor, praia e chope. Não resistem à pasmaceira das estações temperadas.


Já os amores de inverno, estes são os realmente profundos. Quando as pessoas resolvem ser fiéis e se dedicam aos seus parceiros , eleitos dos seus corações, se definem como tranquilas de alma e corpo, esbanjando modos de viver em paz, aninhadas nos braços dos seus amados e amadas.


Na primavera da vida, esperamos que o verão nos queime de desejos para que depois, ao chegar o outono, saibamos vive-lo com leveza e a sensação do quanto já vivenciamos e aprendemos sobre cada sentimento.


Aí, quando nos surpreende o inverno, aquela fase da aposentadoria, da liberdade para saborear a vida sem correria, vamos em busca enfim do aconchego permanente e eterno de alguém que nos acolha em seu carinho e nos permita também aconchegar seu espaço em nossos braços.


Acho que os próximos outonos, e por muitas primaveras, seguirei viajando, conhecendo lugares e povos.


Mas, nos verões, não posso abrir mão do fogo das areias e das caminhadas pela beira mar.


Quanto aos invernos, meu amor, ainda bem , que terei sempre a sua companhia, e já o elegi, meu cobertor de orelha!


Cida Torneros

Nenhum comentário: