Acho que tem dias em que a gente se sente "como quem partiu ou morreu", exatamente igual à música Roda Viva, do Chico Buarque.
Hoje, encontro-me num desses dias. Acabo de receber a notícia do falecimento do Assumpção, meu ex aluno de faculdade de comunicação social, grande jornalista, pessoa de bem e figura inesquecível.
Decidi que hoje seria dia de Belchior, porque este representa poesia forte, em música e letra.
No teatro da vida, personagens se revezam, nos fazem companhia e se vão. Faz parte, é difícil aceitarmos suas partidas, mas temos que seguir em frente.
Nas canções "belchiorianas" busco alento, sabedoria, entendimento e consolo.
Divido com vocês, leitores do blog, a beleza da obra do compositor e cantor cearense.
Um dia, eu estava num café na Cinelândia, há muitos anos , e encontrei Belchior ao vivo e a cores, sozinho, tomando também um café, no mesmo balcão que eu. Conversamos. Eu lhe disse que ele era o autor de um hino, para mim, Como nossos pais, ele agradeceu, com jeito tímido, envolto num cachecol de lã, elegante, numa dessas noites frias de junho, no Rio.
Trocamos poucas e inquietas palavras. Abracei-o ao me despedir. Guardei sua imagem em mim. Adoro sua arte, admiro sua poesia.
Belchior, pra nós, aproveitem!
Cida Torneros
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