Maracanã

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segunda-feira, 20 de julho de 2009

VAI UMA GINGINHA! VIVA LISBOA E PORTO, VIVA PORTUGAL!









Quando estive, em maio, em Portugal, numa visita que durou pouco mais de 10 dias, juntei-me a uma excursão, de um tour de pessoas muito afáveis, pois o resto das férias, passei-o, entre Espanha e França, pude sentir tão grande identificação com o país irmãozinho de língua e história, que me marcou para sempre
cada momento ali vivido.

Tomando a ginginha, no centro de Lisboa, fotografada pelo amigo João Videira, que foi meu cicerone em roteiro literário, pela foto, dá para perceber o quanto estava mesmo feliz naquele instante. E foram muitos lugares e muitos instantes. Na companhia da Zazá, sua filha Tati, e da querida Reja, formamos um grupo alegre que aproveitou tudo o que pôde, divertindo-se e descobrindo novos encantamentos da vida.

Na cidade do Porto, confesso, apaixonei-me pela sua poesia latente. Visitei a livraria Poetria da amiga Dina Ferreira e foi só emoção. Lá mesmo, numa noite, no hotel Meliá em Vila Nova de Gaia, escrevi, no diário de viagem:

"- Às vezes, na vida, é preciso respirar os ares das ruas antigas de um lugar bem simples, descer seus becos, encontrar suas crianças a pular corda, olhar por cima e vislumbra a torre de uma igreja dos anos 1300 - só para se sentir parte de um mundo que mistura o velho e o novo, com propriedade e espanto. Assim é, por cada viela do Porto, ou do outro lado da Ribeira, olhando a Vila Nova de Gaia, para entrever gaivotas e barcos deslizantes, enquanto uma chuva chora a felicidade de tantos sonhos, principalmente daqueles que logramos realizar. Adentrar num restaurante chamado Canastra, pedir o chorizo, tomar o vinho da casa, comer o bacalhau gratinado, comemorar com as amigas, conversar com os outros clientes, trocar simpatias, eternizar bons momentos.
O sentido que o amor dá aso passos de cada um de nós é por demasiado solitário, se pensarmos que os minutos se escoam, o elétrico passa por nós e a nostalgia que o faz seguir pelo caminho, é tão somente um lado do prisma brilhante chamado existência.
Dá vontade de cantar, de sorrir mais, de abraçar mais, de compartilhar muito mais cada segundo precioso.
No Porto, ancoro hoje, meu coração de poeta da língua portugues e ao Porto vou dedicar meu primeiro livro de poemas, quando o lançar. Pois ali, entre o rio Douro e o mar, dando volta à praça da Liberdade, visitando a Sé, ou descrevendo a sensação de entrar na livraria Lello, pude reencontrar minha história da língua, o universo misterioso do meu poema de amor ou de todos os versos estradeiros. Senti que uma legião de escritores pairam nos ares de Portugal, sobre o Porto , principalmente, tal seu encanto remanescente, e sua gente insistentemente feliz.
Cá no Porto, ou lá embaixo na Ribeira, os ventos do Atlântico cantam ainda nos meus ouvidos interiores a grande ilusão de poemar...
AO PORTO
O QUE IMPORTA?
A PORTA DO AMOR,
O PORTA-VOZ DA FLOR,
A PORTA ABERTA DA POESIA...
SE O PORTO EXPORTA
O VINHO, A LUZ FUGIDIA
DE QUALQUER LUA NO ANOITECER
VEM ME LEMBRAR , VEM ME DIZER
QUE NO PORTO ANCOREI CERTO AMOR
PELA PALAVRA VITIMADA, A BEM-QUERER,
A BEM-DIZER, O BEM-ESTAR,
O OLHAR, O MEU CANTAR,
O TEU SILÊNCIO, A FUGA PARA UM LUGAR,
PORQUE A PAISAGEM E O SENTIMENTO,
AS PALAVRAS E OS MOMENTOS,
SE ME ESCAPAM OS DIZERES,
ME SOBRAM OS LAMENTOS
NÃO É ISSO QUE QUERO,
O QUE ME IMPORTA, NO PORTO,
É A PORTA DO EXPRESSIVO OLHAR ABSORTO,
QUE TU ME ENVIAS,
POR TRÁS DE ALGUMA VIDRAÇA,
QUE TE EMBASSA..."
Cida Torneros
( dedico este poema, escrito em 16 de maio, ao portuense João Antônio)

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