Maracanã

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terça-feira, 28 de julho de 2009

Dot. com, um dos melhores filmes que vi ultimamente...





Salvem nosso site ( e nos conservem assim aldeões felizes)

Salvem nosso site! as faixas com a campanha deflagrada na aldeota portuguesa, espalhadas entre o casario montanhês, diziam muito mais do que estas pequenas palavrinhas. O que estava a ser salvo, e quem assistir o belíssimo filme, de fotografia impecável, o saberá, é mesmo a vida feliz de uma aldeia chamada Águas Altas cuja melhor altitude é a da sapiência de viver. Um roteiro bem conduzido e engendrado ligando o tempo dos que nem sabiam o que seria a internet ao mundo globalizado de brigas por marca publicitária. Figuras emblemáticas da população, o chefe do povoado, o padre, o doutor engenheiro que projetava a nova estrada, o casal que briga e se divorcia no auge da confusão, a repórter da televisão da capital Lisboa que abandona o amor do engenheiro, a espanhola enviada pela multinacional que vem para oferecer dinheiro e comprar o site. Em meio a uma paisagem bucólica extasiante, o mundo pára e vê o povo de Águas Altas engalanando-se para defender seu direito de ter um site.
Uma delicadeza com pitadas de muita graça. A negociação que envolve até o primeiro ministro português, em plena campanha política, culminando na votação decidida pelos poucos habitantes que chegam a um acordo inusitado para o impasse criado em torno do nome Águas Altas.
Delicioso de ver, envolvente e leve, DOT.com, nos revela uma faceta moderna do cinema português, e nos identifica modos de viver à moda antiga que por ali ainda imperam em costumes de pessoas simples, incluindo até o pastor de ovelhas e o simpático bom dia que todos trocam na sua vida pacata.
A cidadezinha ferve quando a internet lhe chega com a disputa travada junto à multinacional espanhola. O mundo passa a conhecer aquele povoado. Mas, sua maneira de ser é mesmo tão peculiar e prazerosa, que a preciosidade do seu tesouro está justamente no isolamento sem a tal estrada nova.
Salvem o nosso site, e nos conservem aldeões felizes!
Assim foi melhor para todos, mas, só vendo o filme é que poderão tirar suas conclusões. Eu, já tirei as minhas, mas não vou contar aqui.
Aparecida Torneros

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