Maracanã

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sábado, 26 de julho de 2014

ANTIGAMENTE, AS MENINAS,









Antigamente, as meninas, de laços de fita e cachinhos,
Eram de tanta meiguice e inocência,  de muitos carinhos.
Um tempo de sonhos e infância dominada pelo patriarcado,
Famílias muito fechadas, território de poder bem marcado.

Mas elas sabiam se preparar para o futuro  da sua emancipação, 
Seus ideais foram crescendo, estudar, trabalhar, produzir, comandar.
Lá foram as daminhas para a luta, conquistarm novos espaços pelo mundão. 

Trocaram saias engomadas por calças coladas , tranças por apliques,
 Aprenderam a dirigir autos, motos, barcos, tratores, aviões, 
Descobriram como aplacar com terapias e malhação,  os seus chiliques,
Assumiram a criação de filhos sem pai, passaram a casar muitas vezes. 

As meninas de outrora foram mudando seu jeito, implantaram silicone no peito,
Correram atrás dos seus direitos, ganharam independência. 

Mas ainda há  meninas que se tornam mulheres oprimidas, vitimas do machismo,
Os números mostram que a violência contra elas é grande, fatal sem otimismo.

As meninas de agora vivem numa cultura de muitos embates, precoce sexualidade,
Há dentro das mulheres de agora a ilusão das meninas de outrora,
Não é questão de idade ou maturidade, ê formação,  cultura, preconceito.

Antigamente,  as mulheres sonhavam e se escondiam,  eram do lar,
Agora, as meninas se mostram e sabem que há um preço a pagar.

Tudo pode evoluir para todas. Uma minoria alcançou liberdade de ser,
Mas esse contingente de libertarias femininas vai crescer!
Atualmente, as meninas, a despeito de assedios e violentas perseguições

Emergem e se reafirmam como firmes em suas posições
Lutam por liberdade, igualdade e seu valor social.

Cida Torneros


Um comentário:

morena brasil disse...

Que belo texto. Comecei a ler um tanto quanto arredia, imaginei que fosse me deparar com a exaltação à meiguice de outrora mascarada pelas opressões de "antigamente", mas do contrário, percebi uma leitura cronológica e, mesmo curta, tão cheia de conteúdo e orgulho, e sim, com a assinatura de que, para a nossa liberdade, há um preço a pagar.

Muito obrigada!