Maracanã

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segunda-feira, 19 de maio de 2014

O Japão que conheci em 1972

Eu me iniciava na profissão. Nunca tinha saído do Brasil, meu pai me ajudou a providenciar o passaporte e lá fui eu, sozinha, aos 22 anos, ser correspondente, por alguns meses, naquele país tão exotico, misterioso, fascinante, cujo maior desafio, para mim, era a diferença cultural. Milhões de tradições, histórias, as marcas da segunda grande guerra, e, pelas ruas de Tóquio, as mulheres em trajes tradicionais, com seus quimonos. Uma aventura, um mundo diverso, hotéis ocidentalizados, costumes que tentei absorver, as vistas ais templos shintoistas, a grandeza do Palácio imperi as l, cujo imperador era Hiroito. Reportagens cavadas com a ajuda dos funcionários da embaixada brasilrira e eu abastecia, semanalmente, a revista O Cruzeiro. Mandava fotos e laudas datilografadas através da tripulação da Varig. Sem ddi, falava com meus pais, por telefone, uma vez por semana, aos domingos. Um Japão que caminhava rumo à intensa tecnologia, já tinha seu primeiro trem bala, ligando Tóquio a Osaka. Foi uma experiência sem igual. Houve a inauguração da agência do Banco do Brasil em Toquio. Uma festa à qusl compareci vestida de quimono. Uma ousadia quase uma gafe, mas, fiquei muito feliz. Foi a forma que encontrei de homenagear aquele povo tão organizado, gentil, inteligente e trabalhador. Bom lembrar de tantos momentos que vivi ali. O show do Jorge Bemjor, com o trio Mossoró, na boite Copacabana, por exemplo. E a visita ao estúdio de um canal de tv. Também a entrevista que fiz com uma gueixa de 54 anos, que era gueixa desde os 13. Um dia, jantei com um deputado brasileiro, nissei, que me convidou para comer barbatanas de tubarão, um prato inusitado. Mas, o melhor de todos que provei lá foi o sukiaki que comi com o Fotógrafo Tetsuia Abe e sua esposa, num restaurante simples e acolhedor. O Japao de 1972 era assim, um encanto e muitas surpresas que me renderam boas reportagens. Cida Torneros

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