Maracanã

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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Cris Dias e a história de um chapéu!


Ando triste. Não posso negar. A perda de Antonieta, há cerca de um mês,  no roldao de tantas outras perdas, levaram-me a um processo interrogativo interior. Pena que a vida de aposentada, com tão pouco poder aquisitivo e o surgimento de probleminhas de saúde,  ultimamente, não me permitam sair como gostaria, principalmente, para visitar e rever pessoas como a Cris Dias, que mora em Búzios,  mas que conheci em Campos dos Goytacases, há uns anos atrás.  
Ela me traz à memória,  a história de um chapéu,  aliás dois, o meu, cinza, que ousei tirar agora do armário e fotografar. O dela, igualzinho, mas em cor de rosa. Acabaramos de nos conhecer, eu tinha ido trabalhar na feira agro pecuária da regiao norte do Estado do Rio, e ela, nesta época,  estava prestando serviços à nossa regional da Serla, superintendência de rios e lagoas,  foi amizade e irmandade à primeira vista. Logo, fui conhecer sua mãe Zezé e pernoitei na casa delas, como se nos tivéssemos conhecido a vida inteira.
Para selar o encontro compramos os exemplares de chapéu de vaqueiro e desfilamos, feluzes, pela feira,  na certeza de que afinidades são dádivas,  e, com o tempo, fomos estreitando laços. 
Por muitas vezes, pude ir ao seu encontro, tanto em Campos, como em Búzios,  e vice versa, ela veio ao Rio e trocamos figurinhas.
Há cerca de um ano e meio, não temos conseguido estar juntas, apesar de promessas e tentativas. Alguns emails e conversas telefonicas nos aliviam as saudades, quando nos prometemos coisas, como por exemplo, irmos juntas a Buenos Aires.
Mas, obstáculos surgem e adiamos planos e aumentamos as saudades. 
Quando olho o chapéu,  lembro da cumplicidade que desenvolvemos. Cantar para que o seu velho fusca pegasse, entre outras brincadeiras, são parte da nossa história. 
Idas nas praias paradisíacas de Buzios, passeios em Campos, histórias e canções,  o mico do dueto que cantamos num bar em noite cheia de colegas de trabalho, a busca de paisagens e o humor esperançoso em nossos momentosmais dificeis.
Uma tarde cigana, fotogradas em poses, diversao pura. Os alentos, palavras de incentivo, as preocupações divididas, as vitorias comemoradas e as idéias pululando, com sentimento de amor à vida, como novela que vamos interpretando, à espera sempre, do proximo capítulo.  Sonhamos ir juntas a Buenos Aires, onde vive seu namorado, também um querido amigo meu, o Andres. 
Nesta segunda, em que amanheci colhendo sangue para novos exames e me preparo para radiografias e fisioterapia, como me conforta ter comigo este chapéu,  sentir a presença da minha amiga irmã,  a Cris, criatura que adoro, cuja voz ressoa no meu coração,  sempre!
Cida Torneros

2 comentários:

Cláudia Dias disse...

Essa é a história de um chapéu que não pode levar tanto tempo sem o outro.
Como sempre me emocionando e renovando minhas forças, minha coragem e alegria de saber que tenho em meu pequeno mundo um universo de idéias, palavras, compromisso,determinação, cumplicidade, atenção , atitude,inspiração.. chamado Aparecida, minha amiga irmã pra vida inteira!

Cida Torneros disse...

Linda Cris, te amo! Bjs