Quando o inverno chegar... na viagem da Vida...
Ando buscando um amor para o inverno da vida. A voz de Tim Maia ressoa dentro de mim... Reescrevo minha própria vida... Minha primeira viagem internacional foi em 1972, fui trabalhar no Japão.
Depois, em 1993, estive em Jacksonville, na Flórida, em casa de uma tia, levei meu filho, então adolescente.
No início de 99 fui conhecer a Argentina, onde voltei em 2006 e 2007, e vou de novo em março próximo.
Em 2005, durante o carnaval, fui ao Chile, adorei Santiago, Valparaiso e Viña del Mar.
Em 2008, passei
alguns dias de outono em Nova York. Fazia um certo frio suportável,
apenas uma noite, o termômetro marcou zero graus e o sistema de
calefação do apartamento em que eu estava funcionou automaticamente.
O melhor daquele
período foi que pude observar as cores da vegetação, amarela, rósea,
alaranjada, em certos tons esmaecidos de um verde mutante. Também, o
clima era de perplexidade econômica, iniciava-se a tal crise efeito
dominó, as informações eram desencontradas, o mercado despencava, Obama
fazia sua campanha, os sentimentos dos americanos oscilavam entre a má
surpresa e a boa esperança. Felizmente, parece, um ano depois, eles já
se organizam e superam a fase mais difícil.
Em 2009, na
primavera, passei quase um mês viajando por três paises europeus.
Espanha, Portugal e França. Na península ibérica, por duas semanas,
percorri e conheci diversas cidades, de carro e de ônibus, tendo tido a
chance de ver as flores alegrando as beiras das estradas, e o céu muito
azul anunciando o tempo de florescer. Também senti frio, umas poucas
vezes, o tal frio suportável, utilizando casacos, botas, gorros e até
luvas.
Em Paris, vivi
dias inesquecíveis, aprendi o máximo que pude sobre a cultura francesa,
no primeiro contato com seu povo. Deslumbrei-me com tudo, e voltei
disposta a falar a língua, a qual estudo já há alguns meses.
Em agosto de 2010, fui ao Uruguai, conheci Montevidéo, Sacramento, Punta del Leste.
Programei voltar à
Europa, em 2011 e a viagem foi de 25 dias. Incluí a Itália no roteiro, pois aquele
país, com sua história e seu ar romântico, me estimularam a curiosidade e o
envolvimento emocional. Voltei a Paris e à Lisboa.
Em maio próximo, por obra do Deus Amor, vou de novo a Paris, com um casal de amigos, vou encontrar meu "amour" e voltaremos juntos ao Brasil.
Preciso também conhecer o sul da Espanha,
a bela Andaluzia. Granada, Sevilha, Córdoba, Almeria, Torremolinos,
Alicante e já penso em ir em agosto e setembro deste 2012.
Gosto de viajar no momento do clima temperado. Parece que me sinto
melhor, concluí, fora das estações extremas, verão e inverno. Há
qualquer coisa de profundamente equilibrado em estações como primavera e
outono. Quem sabe é como a maturidade apaziguadora?
Portanto, já que
eu vivo no Rio de Janeiro e tenho que viver os dias tórridos do verão
carioca, tentando compensar o calorão para conseguir ultrapassar os
picos de canícula, também posso me deixar acarinhar por alguns poucos
dias de inverno verdadeiro que acontece debaixo do Equador, em minha
terra tropical.
O intenso brilho
da estação fogosa, enseja muitos amores de verão, os que sobrevivem
desde os dezembros até os carnavais, e se alimentam de samba e suor,
praia e chope. Não resistem à pasmaceira das estações temperadas.
Já os amores de
inverno, estes são os realmente profundos. Quando as pessoas resolvem
ser fiéis e se dedicam aos seus parceiros , eleitos dos seus corações,
se definem como tranquilas de alma e corpo, esbanjando modos de viver em
paz, aninhadas nos braços dos seus amados e amadas. Vivo o instante de me render ao amor do meu inverno. Já o encontrei, ou melhor, ele me achou... e tudo caminha para que nos façamos companhia um ao outro, nos dias frios que , na nossa velhice, já não serão solitários como imaginamos antes.
Na primavera da
vida, esperamos que o verão nos queime de desejos para que depois, ao
chegar o outono, saibamos vive-lo com leveza e a sensação do quanto já
vivenciamos e aprendemos sobre cada sentimento.
Aí, quando nos
surpreende o inverno, aquela fase da aposentadoria, da liberdade para
saborear a vida sem correria, vamos em busca enfim do aconchego
permanente e eterno de alguém que nos acolha em seu carinho e nos
permita também aconchegar seu espaço em nossos braços.
Acho que os próximos outonos, e por muitas primaveras, seguiremos, juntos, viajando, conhecendo lugares e povos.
Mas, nos verões, não posso abrir mão do fogo das areias e das caminhadas pela beira mar.
Quanto aos invernos, meu amor, ainda bem , que terei sempre a sua companhia, e já o elegi, meu cobertor de orelha!
Marie Cida Torneros
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