O que contam sobre Antonio, o santo mago e doutor!
Dizem que Frei Antonio pregava para os peixes. Dizem mais: que os peixinhos punham suas carinhas sobre a água e o ouviam, em contrição. São tantas as histórias que contam sobre este Santo de origem portuguesa que viveu e morreu na Itália, se fez discípulo e amigo de São Francisco.
Ele também se dedicou aos pobres, andou pregando pela África e surpreendeu aos seus contemporâneos, pelos transportes físicos, quando, ao meditar, diante dos fiéis, ele ali deixava o corpo, como que petrificado, e era visto em lugares distantes, como se pudesse se materializar, em viagem espiritual, de difícil explicação lógica, verdadeiros atributos de um mago.
Defendeu, inclusive, seu próprio pai, e este conseguiu absolvição pois era acusado sem provas e os juízes aceitaram o argumento do Santo, e seu pensamento se perpetua através do culto e da fé. Segundo registros, Santo Antônio livrou o pai da forca. Tinha havido um crime de morte em Portugal, onde nascera Santo Antônio.e todas as suspeitas do crime recaíam sobre o pai do santo. No dia do julgamento, os juízes estavam reunidos para proferir a sentença condenatória. Assentado ali no banco dos réus, seu pai não podia se defender. Nesse momento Santo Antônio estava fazendo um sermão numa igreja da Itália. Conta-se que, em dado instante, ele interrompeu o sermão e ficou imóvel, como se estivesse dormindo em pé. Durante esse mesmo tempo foi visto na sala do júri, em Portugal, conversando com os juizes. Entre outras coisas, disse-Ihes o santo: Por que tanta precipitação? Posso provar a inocência do meu pai. Venham comigo até o cemitério. Aceitaram o convite. Frei Antônio mandou abrir a cova do homem assassinado e perguntou ao defunto: "Meu irmão, diga perante todos, se foi meu pai quem matou você".
Para espanto dos juízes e de todos que ali estavam, o defunto abriu a boca e disse devagar, como se estivesse medindo as palavras: "Não foi Martinho de Bulhões quem me matou". E tornou a calar-se. Estava provada de maneira milagrosa a inocência do seu pai. Operou-se aí dois fatos milagrosos, a bilocação, ou ato de uma pessoa estar (por milagre) em dois locais ao mesmo tempo, e o poder de reanimar os mortos.
Entre tantos legados para nossa reflexão, ele estudou e se formou em Coimbra, alguns são mesmo preciosidades :
- O pão simboliza a caridade e deve estar unida a outro alimento de boas obras.
- A esperança gera um sentimento de humildade.
- É tanta a beleza da magestade divina que anima as almas a possui-la.
- A fé e a esperança são as duas asas da alma, com elas se eleva das coisas terrenas e seascende do visível ao invisível.
- A esperança é a aceitação dos bens futuros.
- O rosto de Deus está impresso em nossa razão.
Venerado e lembrado em diversos continentes, o Santo foi se tornando lenda, adquiriu fama de encontrar coisas e pessoas perdidas, de achar companheiros e promover casamentos, de proteger os pobres, de zelar pelo pão das famílias, e suas várias histórias passam através dos séculos, fortalecendo os corações dos que o buscam na fé, como exemplo de vida e dedicação à religiosidade. O jovem padre que se juntou aos Franciscanos da Itália, passou três anos, lecionando, pregando e fazendo milagres no sul da França – Montpellier, Toulouse, Lê Puy, Bourges, Arles e Limoges. Muitos episódios da sua passagem pela terra levam a refletir sobre seus predicados paranormais, equivalendo-se em práticas de yoguis, devido a atos contemplativos e intensas meditações.
Não é a-toa que o povo brasileiro incorporou, por herança cultural e religiosa, a devoção ao santo português, que é celebrado de norte a sul do país, com festas e folguedos, ladainhas, trezenas, orações pessoais ou em grupo.
Quanto à sua imagem, trazendo o menino Jesus nos braços, se deve ao que contou o conde Tizo. Estando o Santo em casa do conde, em Camposampiero, recolhido num quarto em oração, o conde, curioso, espreita pelas frestas de uma porta a atitude de Frei Antônio; depara-se então uma cena miraculosa: a Virgem Maria entrega o Menino Jesus nos braços de Santo Antônio. O menino tendo os bracinhos enlaçados ao redor do pescoço do frade conversava com ele amigavelmente, arrebatando-o em doce contemplação. Sentindo-se observado, Antonio, que já estava no fim da vida ( ele morreu com 36 anos) faz conde Tiso jurar que só contaria o visto após a sua morte. A revelação deste fato resultou na figura ímpar de um santo que traz nos braços o menino Deus. Salve Antonio, o santo mago e doutor da fé e da esperança.
Cida Torneros
junho de 2009
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