Maracanã

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domingo, 24 de abril de 2011

William segue exemplo da avó e opta por casamento austero durante crise.

William segue exemplo da avó e opta por casamento austero durante crise. ( do blog Baphon Elitizado)



Tempos difíceis. Sem ostentação, união do segundo na sucessão do trono britânico com plebeia, marcada para sexta-feira, em Londres, tem algumas semelhanças com a cerimônia entre Elizabeth II e o duque de Edimburgo, em 1947, logo após a 2ª Guerra.


O casamento do príncipe William com sua colega de faculdade Kate Middleton, marcado para sexta-feira, guarda semelhanças com as bodas da rainha Elizabeth II com o duque de Edimburgo. Ambos foram realizados em períodos de grave crise. William se casará após o anúncio de um gigantesco corte de gastos públicos, enquanto a avó se casou em 1947, logo após a 2ª Guerra.


Quando a rainha Elizabeth II organizava seu casamento com o duque de Edimburgo, em novembro de 1947, muitos britânicos enviaram seus cupons de racionamento para ajudá-la a montar o enxoval. Recém-terminada a 2.ª Guerra, a Grã-Bretanha vivia anos de austeridade: sob inverno rigoroso, filas se multiplicavam diante de mercados. Pão, batata, manteiga, carne e roupa nova eram artigos de luxo.


Os cupons enviados pela população foram devolvidos, porque uma lei proibia sua doação. O vestido de noiva acabou financiado com recursos da família real, uma contribuição do governo e presentes do exterior. Adornado com cristais e 10 mil pérolas, ele passava ao país uma mensagem contundente: a certeza de que dias melhores viriam.


A situação pode não ser tão grave, mas a Grã-Bretanha vive hoje um dos piores arrochos econômicos desde o fim da 2.ª Guerra. O objetivo da reforma fiscal anunciada pelo governo é enxugar em quatro anos US$ 133 bilhões do orçamento, que acumulava o pior déficit da história: US$ 255 bilhões. São muitas, porém, as críticas sobre o ritmo e o foco dos cortes, que apenam os mais pobres. No ultimo trimestre de 2010, o PIB britânico recuou 0,5%. Em janeiro, o desemprego atingiu o maior índice desde 1994. Benefícios sociais foram cortados, houve reajuste de impostos e universidades anunciaram que triplicarão as anuidades.


"Novamente, esse será um casamento real em tempos de austeridade. Como em 1947, o evento terá a missão de animar e dar confiança à população para enfrentar a crise", diz Richard Fitzwilliams, conhecido comentarista de assuntos da família real.


Tradição. Os custos do casamento serão divididos entre a monarquia e a família Middleton, mas os contribuintes terão de arcar com os gastos de segurança - cerca de US$ 8,2 milhões. Purdue explica que não há muitos questionamentos sobre a fatura, porque o público em geral aceita que a monarquia precisa fazer tais eventos com certo estilo, como manda a tradição.


"Talvez não seja época de esbanjar, mas também não dá para fazer um casamento real barato", diz o historiador. Além disso, os gastos poderiam ser parcialmente compensados por um aumento da receita do turismo.


A festa será suntuosa, mas sem excessos. Assessores do palácio real confirmaram que a inspiração para William e Kate será a celebração de 1947, não o casamento do príncipe Charles e da princesa Diana, em 1981, que poderia ter custado, segundo algumas estimativas, US$ 50 milhões. Para começar, William e Kate convidaram 1.900 pessoas para a cerimônia religiosa, quase a metade dos 3.500 convidados do casamento de Charles e Diana, realizado na Catedral de Saint-Paul, porque não havia espaço suficiente na Abadia de Westminster.

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