aqui tem música, poesia, reflexões, homenagens, lembranças, imagens, saudades, paixões, palavras,muitas palavras, e entre elas, tem cada um de vocês, junto comigo... Cida Torneros
Maracanã
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Volver...
Volver...o filme, a letra do tango e o vídeo ...
http://www.youtube.com/watch?v=v9vaasTAeRI
volver...Volver ( o tango) e Volver ( o filme de Almodóvar)
O filme de Almodóvar entrou-me como um espírito vagante. Invadiu-me de surrealismo e de madrugada repleta de fantasmas. As figuras fêmeas limpam as tumbas dos seus mortos, num exercício de culto aos amores com suas fortes dores. Os arremedos de reação masculina passam ao largo. A mensagem pricipal da produção que prima mais uma vez pela fidelidade do diretor à cultura espanhola cotidiana, nada fica a dever aos outros da sua carreira extremamente feminista em sesu conteúdos de valorização das mulheres que trabalham, lutam, amam, decepcionam-se, solidarizam-se.
História de mães, filhas, tias, comadres, vizinhas, amigas, entrelaçando afinidades e mágoas em proporções projetadas além das suas vidas.
Volver tem na letra do tradicional tango, um pano de fundo, transfomado em bulería flamenga, cantado ( ou dublado) pela atriz Penélope Cruz em momento de intensa emoção. Aliás, as emoções me fizeram "volver" tal qual o enredo, a alguns vinte anos e outros
atividades:
e outros tantos, ao perceber que a vida anda em círculos de passado e presente que se repetem unindo ou separando gerações.
Não se pode negar o quanto é forte o impulso da sexualidade bruta e selvagem questionada pelo tema de pais que violentam as próprias filhas. Assunto que ainda pode ser considarado tabu mas que aparece no desenrolar da atuação cinematográfica como contingência e desafio à reação feminina.
Almodóvar fez-me, mais uma vez, observar obstinadamente, cada expressão facial dos seus personagens, cada passo e cada fala como a beber o elixir que desvenda o mistério que paira sobre os mortos que "volvem", tão vivos em nossas memórias que são capazes de cuidar dos sofrimentos acompanhando as vidas com recordações absurdamente recorrentes.
Assim, Volver, o filme, estatelou-me no lugar devido, diante da crueza de assassinatos justificados pela humilhação de mulheres duplamente traídas pela confiança dos seus homens.
No filme, os beijos estalados trocados entre elas, nada mais são do que um mantra
livros:
um mantra entoado que as une em torno da sua eterna busca.
Viúvas, abandonadas, humilhadas, solitárias, mas, unidas, limpando sepulturas onde jazem seus fantasmas reverenciados, e onde se enterraram seus segredos guardados para sempre.
Valentes, cúmplices, as mulheres que Almodóvar faz renascer nesse filme, são aquelas que conservam a beleza dos espíritos apesar das mais feias lembranças
música:
VOLVER
Yo adivino el parpadeo
Eu adivinho o piscar
de las luces que a lo lejos
das luzes que ao longe
van marcando mi retorno.
vão marcando meu retorno.
Son las mismas que alumbraron
São as mesmas que iluminaram
con sus palidos reflejos
com seus pálidos reflexos
hondas horas de dolor.
fundas horas de dor.
Y aunque no quise el
regreso,
E ainda que não queira o
regresso,
siempre se vuelve al
primer amor.
sempre se volta ao
primeiro amor.
La vieja calle donde el
eco dijo
A velha rua onde o eco disse:
tuya es su vida, tuyo es
su querer,
“tua é sua vida, teu é seu querer”,
bajo el burlon mirar de
las estrellas
debaixo do olhar
zombeteiro das estrelas
que con indiferencia hoy
me ven volver.
que com indiferença hoje
me vêem voltar.
Volver... con la frente marchita,
Voltar... com a face enrugada,
las nieves del tiempo platearon mi sien.
as neves do tempo prateando
minha fronte.
Sentir... que es un soplo
la vida,
Sentir... que é um sopro a
programas de tv:
que é um sopro a
vida,
que veinte años no es
nada,
que vinte anos não é nada,
que febril la mirada,
errante en las sombras,
que febril a mirada,
errante nas sombras,
te busca y te nombra.
te procura e te chama.
Vivir... con el alma
aferrada
Viver... com a alma
aprisionada
a un dulce recuerdo
a uma doce recordação
que lloro otra vez.
que choro outra vez.
Tengo miedo del encuentro
Tenho medo do encontro
con el pasado que vuelve
com o passado que volta
a enfrentarse con mi vida.
a enfrentar-se com minha vida.
Tengo miedo de las noches
Tenho medo das noites
filmes:
que pobladas de recuerdos
que povoadas de recordações
encadenan mi soñar.
aprisionam meu sonhar.
Pero el viajero que huye
Mas o viajante que foge
tarde o temprano detiene
su andar.
cedo ou tarde detem seu
caminhar.
Y aunque el olvido, que
todo destruye,
E mesmo que o esquecimento,
que tudo destroi,
haya matado mi vieja
ilusion,
tenha matado minha velha ilusão,
guardo escondida una esperanza humilde
guardo escondida uma
esperança humilde
cozinhas:
que es toda la fortuna de
mi corazón.
que é toda a fortuna do meu coração.
Volver... con la frente marchita,
Voltar... com a face enrugada,
las nieves del tiempo platearon mi sien.
as neves do tempo prateando
minha fronte.
Sentir... que es un soplo
la vida,
Sentir... que é um sopro a
vida,
que veinte años no es
nada,
que vinte anos não é nada,
que febril la mirada,
errante en las sombras,
que febril a mirada,
errante nas sombras,
te busca y te nombra.
te procura e te chama.
Vivir... con el alma
aferrada
Viver... com a alma
aprisionada
a un dulce recuerdo
a uma doce recordação
que lloro otra vez.
que choro outra vez.
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