Maracanã

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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Um livro encantador : A Mulher Necessária

UM LIVRO ENCANTADOR


Por Carlos Higgie


Leitor assíduo dos textos de Maria Aparecida Torneros na Internet e sabedor da qualidade da sua escrita, encarei a leitura do seu livro “A mulher necessária” como quem vai ler um texto na web, sem grandes pretensões e procurando a leveza e a fugacidade. E fui gratamente surpreendido, devorado pelas crônicas que me envolveram e me transportaram a cada momento da história, a cada personagem citado, fazendo com que eu participasse, de uma maneira quase mágica e inexplicável, de episódios que nunca vivi e dos quais não tinha o menor conhecimento. Nisso consiste a magia de uma escritora como a Maria Aparecida, fazendo com que o leitor entre na crônica, nos fatos, e sinta na própria sensibilidade emoções, sentimentos, acontecimentos que atingiram ao cronista e aos seus “personagens”.


A obra está dividida em três partes, claramente demarcadas e sinalizadas por prefaciadores de peso. Cada uma dessas partes (ou capítulos?) revela um momento da jornalista incrível, curiosa, persistente, lúcida e envolvente que é a Cida.


Théo de Castro Drummond apresentando a primeira parte (Lucidez de jornalista com romantismo de poeta) abre o caminho para o livro e para as crônicas que são debulhadas com maestria pela autora. Afirma Drummond: (...) “ela consegue ver além daquilo que os acontecimentos deixam perceber, o que faz das suas crônicas e artigos uma constante descoberta da própria vida, que ela tão bem sabe retratar” (...)


Segundo a autora essa primeira parte contém textos que navegam pelo mundo virtual, sendo reproduzidos em blogs, sites e páginas, por amigos e também por desconhecidos.

A segunda parte da obra (Descobrimentos de Cida) foi prefaciada pelo jornalista Vitor Hugo Soares. São colaborações que foram publicadas pelo jornal baiano A Tarde. Escreve o jornalista: (...) “Os artigos assinados por Aparecida Torneros, publicados semanalmente com zelo e merecido destaque em página nobre do jornal baiano, ganhou uma legião de leitores prazerosos, atentos, participativos” (...) “enchiam a caixa eletrônica da editoria de Opinião de vibrantes comentários e elogios. Alguns, no entanto, renderiam à autora, raivosas e ameaçadoras mensagens de vigias do preconceito e da intolerância de plantão” (...)


A terceira e última parte (Cida conta e canta nossa gente, nossa vida!) traz artigos publicados no Observatório da Imprensa e é prefaciado por José Dirceu. Sim, por ele mesmo, fato que revela mais uma faceta da incrível mulher que é a Cida.

Escreve Dirceu: (...) “A mulher necessária” retrata um pouco dessa história, sem importância, entre dois brasileiros que se encontram, Cida e Ze Dirceu, mas retrata mais, conta e canta nossa gente e nossa vida, da vida da Cida, como ela diz, dos 38 anos de profissão e encontros, desencontros, de suas raízes espanholas, de seu Rio de Janeiro, de sua profissão, de ser mulher, mãe e companheira, dos amores perdidos e não achados, dos nossos heróis e vilões, da imensa vontade de viver de Cida e de sua inesgotável paixão pelo nosso povo e pelo Brasil, de seu amor pela vida, tudo que nos une e nos anima a lutar todos os dias, a ser felizes”(...)

Um livro de leitura fácil e agradável, mexendo a todo momento com nossas emoções. Uma obra necessária e que merece ser lida e degustada.


A MULHER NECESSÁRIA – MARIA APARECIDA TORNEROS
Editora t.mais.oito
246 páginas. São Paulo. 2008
(`a venda nas livrarias Saraiva)

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