aqui tem música, poesia, reflexões, homenagens, lembranças, imagens, saudades, paixões, palavras,muitas palavras, e entre elas, tem cada um de vocês, junto comigo... Cida Torneros
Maracanã
sábado, 2 de maio de 2009
cultura do slow down ( virei adepta dela e estou muito feliz...)
Amigos e amigas
De uns tempos pra cá
aconteceu comigo
foi intuitivamente, nem sabia que esse movimento existia no mundo
mas, depois de décadas correndo que nem doida atrás nao sei bem de que, descobri que precisava desacelerar
e é o que venho fazendo..devagarinho
diminuí meu ritmo profissional
já penso em me aposentar
ando mais atenta ao meu dia a dia
observo melhor as noites estreladas
já paro para ouvir alguma vizinha que quer me contar da sua vidinha
leio e releio livros que adoro e que me esperavam há muito tempo na estante
quando ouço uma canção, páro e presto atenção na letra e melodia
abraço com maior carinho cada pessoa que não vejo há muito tempo
busco aqueles que andam distantes de mim
lembro das datas dos aniversários que antes esquecia
páro no meio do dia para tomar um sorvete eski bom
voltei a cantarolar no chuveiro ( chega de saudade, como antes)
voltei a fazer crochet e aquela toalha colorida começa a tomar forma como sonhei
afinal, o calista me recebeu e cuidei dos pés como antigamente
vou aprender a cozinhar ainda que seja uma aluna complicada, mas vou tentar
a tarde de sol e o por do astro rei voltam a fazer parte da minha mirada extasiada
caminhar pelas ruas observando as fachadas do casario, há quanto tempo eu não fazia isso com tanta atenção
ouvir as crianças brincando na vila e sorrir com suas gritarias
sentar-me na espriguiçadeira e fechar os olhos para recordar um bom momento ou sonhar com os melhores que estão por vir
sonhar acordada com minha viagem a Europa
escolher sapatos confortáveis em lugar dos elegantes e cansativos
diminuir o peso das malas, eliminando supérfluos
degustar frutas da época
sentir o cheiro das flores do jardim quando passo em frente a um canteiro de rosas
não me incomodar com a pressa alheia
afastar-me dos estressados de plantão, não me deixar contaminar por eles
nao espraguejar e sim manter a paciência
ouvir música durante o trajeto longo de metrô, ônibus etc.
cuidar da pele com muito hidratante após o banho
espreguiçar-me com mais frequencia
perdoar sempre cada ex amor que ficou pra trás
entender que amor é passageiro e infinito enquanto dura
etc.etc. etc.
contar tudo isso a vc e..convidá-lo a ser mais feliz junto comigo...
beijo
Cida Torneros
18 Julho, 2007
A CULTURA DO SLOW DOWN
Belo artigo...recebido via e'mail não sei de onde.
“Há já 18 anos que ingressei na Volvo, empresa sueca bem conhecida.
Trabalhar com eles é uma convivência deveras interessante. Qualquer projecto aqui demora dois anos a concretizar-se, mesmo que a ideia seja brilhante e simples. É uma regra.
Os processos globalizados causam-nos a nós (portugueses, brasileiros, argentinos, colombianos, peruanos, venezuelanos, mexicanos, australianos, asiáticos, etc.) uma ansiedade generalizada na busca de resultados imediatos.
Consequentemente, o nosso sentido de urgência não surte efeito dentro dos prazos lentos dos suecos.
E trabalham! com um esquema bem mais “slowdown". O melhor é constatar que, no fim, isto acaba por dar sempre resultados no tempo deles (suecos) já que conjugando a necessidade amadurecida com a tecnologia apropriada, é muito pouco o que se perde aqui na Suécia.
Empresas de capital sueco: Volvo, Skandia, Ericsson, Electrolux, ABB, Nokia, Nobel Biocare , etc.
Para se ter uma ideia da sua importância basta mencionar que a Volvo fabrica os motores de propulsão para os foguetes da NASA.
Os suecos podem estar enganados, mas são eles que me pagam o salário. Devo referir que não conheço nenhum outro povo com uma cultura colectiva superior à dos suecos.
Vou contar-vos uma pequena história, para ficarem com uma ideia:
A primeira vez que fui para a Suécia, em 1990, um dos meus colegas suecos apanhava-me no hotel todas as manhãs. Estávamos em Setembro, já com algum frio e neve.
Chegávamos cedo à Volvo e ele estacionava o carro longe da porta de entrada (são 2000 empregados que vão de carro para a empresa).
No primeiro dia não fiz qualquer comentário, nem tão pouco no segundo ou no terceiro.
Num dos dias seguintes, já com um pouco mais de confiança, uma manhã perguntei-lhe:
"Vocês têm aqui lugar fixo para estacionar? Chegamos sempre cedo e com o parque quase vazio estacionas o carro mesmo no seu extremo…
E ele respondeu-me com simplicidade:
“É que como chegamos cedo temos tempo para andar, e quem chega mais tarde, já vai entrar atrasado, portanto é melhor para ele encontrar um lugar mais perto da porta. Não te parece?"
Imaginem a minha cara! Esta atitude foi a bastante para que eu revisse todos os meus conceitos anteriores.
Europa chamado "Slow Food". A “Slow Food International Association”, cujo símbolo é um caracol, tem a sua sede em Itália (o site na Internet é muito interessante.
www.slowfood.com)
O que o movimento Slow Food preconiza é que se deve comer e beber com calma, dar tempo para saborear os alimentos, desfrutar da sua preparação, em família, com amigos, sem pressa e com qualidade.
A ideia é contraposição ao espírito do Fast Food e o que ele representa como estilo de vida.
Verdadeiramente surpreendente, é que este movimento de Slow Food está a servir de base para um movimento mais amplo chamado “Slow Europe” como salientou a revista Business Week numa das suas últimas edições europeias.
Na base de tudo isto está o questionamento da "pressa" e da "loucura" geradas pela globalização, pelo desejo de "ter em quantidade" (nível de vida) em contraponto ao "ter em qualidade", “Qualidade de vida" ou “Qualidade do ser".
• Segundo a Business Week, os trabalhadores franceses, ainda que trabalhem menos horas (35 horas por semana) são mais produtivos que os seus colegas americanos e ingleses. E os alemães, que em muitas empresas já implantaram a semana de 28,8 horas de trabalho, viram a su produtividade aumentar uns apreciáveis 20%.
A denominada "slow attitude" está a chamar a atenção dos próprios americanos, escravos do "fast" (rápido) e do "do it now!" (¡faça já!).
Portanto, esta "actitude sem pressa" não significa fazer menos nem ter menor produtividade.
Significa sim, trabalhar e fazer as coisas com "mais qualidade" e "mais produtividade", com maior perfeição, com atenção aos detalhes e com menos stress.
Significa retomar os valores da família, dos amigos, do tempo livre, do prazer dum belo ócio e da vida em pequenas comunidades.
Do "aqui" presente e concreto, em contraposição ao "mundial" indefinido e anónimo.
Significa retomar os valores essenciais do ser humano, dos pequenos prazeres do quotidiano, da simplicidade de viver e conviver, e até da religião e da fé.
SIGNIFICA UM AMBIENTE DE TRABALHO MENOS COERCIVO, MAIS ALEGRE, MAIS LEVE, E PORTANTO MAIS PRODUTIVO, ONDE OS SERES HUMANOS REALIZAM, COM PRAZER, O QUE MELHOR SABEM FAZER
É saudável reflectir sobre tudo isto. Será que os antigos provérbios: “Devagar se vai ao longe" e “A pressa é inimiga da perfeição" merecem novamente a nossa atenção nestes tempos de loucura desenfreada?
Não seria útil e desejável que as empresas da nossa comunidade, cidade, Estado ou país, começassem já a pensar em desenvolver programas sérios de “qualidade sem pressa" até para aumentarem a produtividade e a qualidade dos produtos e serviços sem necessariamente se perder “qualidade do ser"?
No filme "Perfume de Mulher" há uma cena inesquecível na qual o cego (interpretado por Al Pacino) convida uma jovem para dançar e ela responde: "Não posso, o meu noivo deve estar a chegar". Ao que o cego responde: “Num momento, vive-se uma vida", e leva-a a dançar um tango. É o melhor momento do filme, esta cena que dura apenas dois ou três minutos.
No filme "Perfume de Mulher" há uma cena inesquecível na qual o cego (interpretado por Al Pacino) convida uma jovem para dançar e ela responde: "Não posso, o meu noivo deve estar a chegar". Ao que o cego responde: “Num momento, vive-se uma vida", e leva-a a dançar um tango. É o melhor momento do filme, esta cena que dura apenas dois ou três minutos.
Muitos vivem a correr atrás do tempo, mas só o alcançam quando morrem, quer seja de enfarte ou num acidente na auto-estrada por correrem para chegar a tempo.
Ou outros que, tão ansiosos para viverem o futuro, esquecem-se de viver o presente, que é o único tempo que realmente existe.
O tempo é o mesmo para todos, ninguém tem nem mais nem menos de 24 horas por dia.
A diferença está no que cada um faz do seu tempo. Temos de saber aproveitar cada momento, porque, como disse John Lennon, “A vida é aquilo que acontece enquanto planeamos o futuro".
Parabéns por teres conseguido lerem esta mensagem até ao fim.
Decerto haverá muitos que leram só metade para "não perder tempo" tão valioso neste mundo globalizado.
Por Caesar em 18.7.07
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