Maracanã

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sábado, 24 de janeiro de 2009

Tributo da Dom Hélder, esse Homenzinho!




Tributo a D.Hélder, esse Homenzinho!
Maria Aparecida Torneros da Silva


D. Helder, tributo a esse Homenzinho ( por causa da morte da irmã Dorothy) D. Helder..um homenzinho de metro e meio, na minha frente, de batina beje-surrada. Era tão doce que me comovia seu ar etéreo. Malinha pequena na mão, na sala de trânsito do velho aeroporto do Galeão, no Rio, eu, jovem estagiária de jornalismo, tinha a grande oportunidade de fazer a entrevista mais importante da minha vida, e que nunca seria publicada. Isso porque, ele próprio me avisou, que estava proibido, naquele 1970 de sair em qualquer jornal do Brasil. Então, como um amigo querido, por cerca de meia hora, me manteve inebriada com palavras carinhosas e me passou lições que guardei para sempre comigo. Uma delas, ao me alertar sobre a importância de não abandonar as lutas, as causas, os ideiais, mesmo que me desse conta de que uma só existência não bastaria para mudar quase nada. Segundo me falou, sabia que o próximo século ( esse dos anos 2000, que não chegou a ver) seria um novo tempo de países ricos sobrepujando os pobres, não importando mais se capitalistas ou comunistas ( palavras dele). O fato principal, me profetizou sorrateiramente, seria a opressão dos ricos sobre os pobres. E me deixou a cópia do discurso que iria proferir em Atlanta, onde foi receber o prêmio Luther King da Paz. Viajou. Nunca mais o encontrei pessoalmente. Dali pra frente, acompanhei sua trajetória, lendo seus livros, ouvindo suas falas, quando me foi possível. Até hoje, quando participo todos os anos, da Feira da Providência, sinto que ele paira por ali, entre nós, como um Anjo Bom, a nos religa com o que de mais puro possa existir na religião: tornar o Homem capaz de aprender a viver com igualdade de oportunidades, ainda que uma utopia, um sonho, uma chance, um desafio, uma luta sem fim, mas da qual, não podemos desistir jamais, e pela qual tantos de nós perdem a própria vida, como a irmã Dorothy, no Pará. Aparecida Torneros ( jornalista, Rio)
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