Maracanã

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sábado, 3 de janeiro de 2009

O Hawai é aqui...Lula e Obama...



O Hawai é aqui...

Aparecida Torneros

Obama voltou do Hawai e se prepar para enfrentar a guerra desde a Casa Branca. Os jornais noticiaram suas férias, em foto emblemática, peitos trabalhados, músculos à mostra, disposição para lutar.

Se a gente surfar, pega na onda, pega leve, quando a marola for bem forte, solta o grito dos pegadores de onda, no tubo,de um mar revolto, mistura a espuma com a gota dágua da traição ronda cada corpo mole que a gente faz na madrugada no Hawai, que pode ser aqui... ( isso é trecho de um poema meu, antigo)

Olho então as fotos das férias do presidente Lula, na nossa belíssima Fernando de Noronha, mera coincidência...duas ilhas, dois paraísos, dois chefes de Estado de países grandiosos da América, banhando-se nas águas profundas da meditação e do refúgio dos guerreiros.

Se a gente surfar, voar no mar sem amar, no entanto, apesar de nem se permitir dominar o luar de luz difusa, em mente confusa, se pode pensar em tentar vencer o desafio se equilibrar na crista da onda... Se a gente puder, ainda assim sem querer, se quiser, em momentânea procura, encontrar na braveza do oceano, aquela mistura de placidez aparente com maremoto envolvente... ( outro trecho do meu poema velho)

Lula apareceu primeiro dentro do barco, com D. Mariza de chapéu, ar de veranistas despreocupados. Depois, as imagens do início do ano, mostram o presidente brasileiro de sandálias "hawaianas", bermudas e camisetas sem mangas, mas no exercício fiscalizador da estação de captação de águas e esgoto da ilha, onde se pesquisa a dessalinização daquelas águas universalmente conhecidas como transluzentes.

Se a gente ceder ao desejo profano, ao sonho absurdo de surfar no Hawai, pode até se enganar, se afogar e se perder na loucura de amar... Se a gente acordar, três horas depois, e nada houver... Não tem importância porque amar e surfar são a mesma coisa...(mais pedacinho do meu ultrapassado poema)

Comparo sem muita razão lógica as férias insulares dos dois mandatários em cujos ombros pesam nossos futuros de América enquanto continente e enquanto povos à procura de si mesmos, resultado de tantos séculos de busca do ouro amarelo ou do ouro negro, mas cá estamos, na espera de que deles e seus assessores prudentes e sábios, nos venham soluções e acordos, em mares de águas mais tranquilas, menos revoltas, com possibilidades de boas pescarias, digamos , na mansidão dos oceanos não rebelados.

Aí, é só tentar se manter sem cair na armadilha do mar, do amor, do luar, sem amar, sem se dar... Se a gente esquecer que o Hawai é aqui, também não tem importância porque aqui também é o Brasil... dos surfistas dos mares mortos, dos homens mortos-vivos, dos amores que partem e não voltam nunca...( esse é o final do poema de anos atrás)

Então, é só torcer para que as Hawai de lá ou daqui, produza efeitos salutares nas almas desses chefes, que eles reencontrem em seus afazeres motivos bárbaros e civilizados para recolocar a humanidade nos trilhos, ou melhor, nas melhores rotas de navegação, que reinventem a bússula, americana, não a chinesa, mas aquela que nos reordene caminhos, em tempo de rever conceitos, abolir preconceitos, trabalhar contra a crise, enfrentar de peito desnudo ondas gigantes e de sandálias legítimas hawaianas, nossos pés caminhem pelo chão dos retirantes, na estrada de pedras que estejam à nossa espreita...ou quem sabe, possamos nadar em águas realmente tranquilas...finalmente...

Aparecida Torneros

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