Despedida de solteiro...
Aparecida Torneros
Quando bate aquela vontade de dividir com alguém, qualquer pedaço de bolo que sobrou no prato, ou mesmo uma ponta da coberta que já não dá pra cobrir tantos segredos noturnos, ufa, que divisão estranha essa de se unir a quem nem se pode prever as ranzincices ou os maus humores, mas se pretende esperar fazer feliz por todo o sempre....
Aí, bate aquele frenezi de necessidade urgente em juntar trapinhos e escovas de dentes, compartilhar o cantinho preferido do sofá da sala, e ouvir junto a canção inesquecível, comer naquela mesa de quina do bar idolatrado desde a adolescência, talvez buscar a pessoa amada, de surpresa, na porta do trabalho, na hora do rush, levando um lanche de viagem, do Mac ou do Bobs...se ele não for natureba, claro!!!
Mas, o que dana os miolos é que essas decisões não são tão solitárias assim, precisam ser corresponsabilizadas com amigas e amigos, que palpitarão...evidentemente, com ciúmes salutar ou com inveja perigosa...sem contudo nos desejar nada de mal, apenas nos injetando preocupações, dúvidas, estresses, ou ânimos, incentivos e ajudas providenciais para tantos detalhes que nos instalarão um ir e vir de coisas mil a realizar, arrumar, marcar, comprar, ajeitar, conciliar, renunciar, desejar, dispensar e, um dia, finalmente, lá estamos nós, abrindo mão da solteirice conquistada, em prol de uma vida a dois que é uma grande incógnita ...
O medo maior, ninguém conta, é o do fracasso e da separação...mas esse é um risco impensável, a princípio, deixemos que os anos se encarreguem de voar e que nunca isso aconteça!
Agora, o importante é realizar tudinho e vencer as pedrinhas do caminho.
Casar, juntar, conviver, morar junto...pouco importa...
Mas, oficialmente, despedir, com testemunhas, da liberdade de acordar e dormir solitáriamente, na cama larga e egoisticamente pessoal...isso merece sim uma despedida em estilo especial.
Chamemos as amigas, vamos beber e comer, vamos dançar e ver nudez masculina, vamos nos divertir, rir da vida e rir com ela, que pulsa em nós, pela coragem de tentar a vida em comum, convergindo solidões interiores com vontade de compreender aquela criatura que nos provoca a sensação de completude eternamente buscada, na alma e no coração... Tudo psicologia barata, pode ser, mas tem o sexo, refrigério pro corpo, tem a risada, pausa feliz para a mente acelerada do século XXI, e tem, para nosso consolo definitivo, a possibilidade de que a família cresça, aí, é o latifúndio da loucura, a chegada de rebentos que arrebentarão nossa paz, trazendo choramingos e brincadeiras, preocupações e realizações pessoais nunca dantes navegadas...falo dos filhotes, claro...que quando chegam...coroam a despedida da solteirice com arroubos de grande responsabilidade e intensa perpetuação da espécie...Querem mais? pois tentem crescer, amar, juntar, não sem antes realizar uma despedida de solteira ( dirijo-me às mulheres, com louvor), e nem lembrem de cuecas pra lavar, louças acumuladas na pia ou de casas desarrumadas...lembrem de sorrisos e abraços, bom dia trocado no banheiro enquanto se escova os dentes, olhares cúmplices ao traçar a última colherada do sorvete na taça única...acumulem milhas de bons momentos e, por favor, alcancem bodas, para festejar...de papel, algodão, prata, ouro, diamante...não importa...mas persigam alguma delas, também, pra comemorar, relembrando que um ex-solteiro será sempre um nostágico espécime com saudade das noites em que podia esticar os pés e assistir seu futebol sem ninguém para interromper falando sobre os problemas da faxineira...ou então, uma ex-solteira jamais poderá novamente fofocar sobre os dotes masculinos do chefe, pelo telefone, com as amigas, detalhando sem pudor em alto e bom som, sobre aquela passada de olhos que percebeu em certa manhã primaveril quando trajava um tubinho estampado e escarpins vermelhos de verniz... são historinhas que ficarão pra trás...dos tempos que não voltam mais, quando éramos todos solteiros...e não tínhamos sido fisgados por esse vírus grudento chamado casamento.
Aparecida Torneros
Quando bate aquela vontade de dividir com alguém, qualquer pedaço de bolo que sobrou no prato, ou mesmo uma ponta da coberta que já não dá pra cobrir tantos segredos noturnos, ufa, que divisão estranha essa de se unir a quem nem se pode prever as ranzincices ou os maus humores, mas se pretende esperar fazer feliz por todo o sempre....
Aí, bate aquele frenezi de necessidade urgente em juntar trapinhos e escovas de dentes, compartilhar o cantinho preferido do sofá da sala, e ouvir junto a canção inesquecível, comer naquela mesa de quina do bar idolatrado desde a adolescência, talvez buscar a pessoa amada, de surpresa, na porta do trabalho, na hora do rush, levando um lanche de viagem, do Mac ou do Bobs...se ele não for natureba, claro!!!
Mas, o que dana os miolos é que essas decisões não são tão solitárias assim, precisam ser corresponsabilizadas com amigas e amigos, que palpitarão...evidentemente, com ciúmes salutar ou com inveja perigosa...sem contudo nos desejar nada de mal, apenas nos injetando preocupações, dúvidas, estresses, ou ânimos, incentivos e ajudas providenciais para tantos detalhes que nos instalarão um ir e vir de coisas mil a realizar, arrumar, marcar, comprar, ajeitar, conciliar, renunciar, desejar, dispensar e, um dia, finalmente, lá estamos nós, abrindo mão da solteirice conquistada, em prol de uma vida a dois que é uma grande incógnita ...
O medo maior, ninguém conta, é o do fracasso e da separação...mas esse é um risco impensável, a princípio, deixemos que os anos se encarreguem de voar e que nunca isso aconteça!
Agora, o importante é realizar tudinho e vencer as pedrinhas do caminho.
Casar, juntar, conviver, morar junto...pouco importa...
Mas, oficialmente, despedir, com testemunhas, da liberdade de acordar e dormir solitáriamente, na cama larga e egoisticamente pessoal...isso merece sim uma despedida em estilo especial.
Chamemos as amigas, vamos beber e comer, vamos dançar e ver nudez masculina, vamos nos divertir, rir da vida e rir com ela, que pulsa em nós, pela coragem de tentar a vida em comum, convergindo solidões interiores com vontade de compreender aquela criatura que nos provoca a sensação de completude eternamente buscada, na alma e no coração... Tudo psicologia barata, pode ser, mas tem o sexo, refrigério pro corpo, tem a risada, pausa feliz para a mente acelerada do século XXI, e tem, para nosso consolo definitivo, a possibilidade de que a família cresça, aí, é o latifúndio da loucura, a chegada de rebentos que arrebentarão nossa paz, trazendo choramingos e brincadeiras, preocupações e realizações pessoais nunca dantes navegadas...falo dos filhotes, claro...que quando chegam...coroam a despedida da solteirice com arroubos de grande responsabilidade e intensa perpetuação da espécie...Querem mais? pois tentem crescer, amar, juntar, não sem antes realizar uma despedida de solteira ( dirijo-me às mulheres, com louvor), e nem lembrem de cuecas pra lavar, louças acumuladas na pia ou de casas desarrumadas...lembrem de sorrisos e abraços, bom dia trocado no banheiro enquanto se escova os dentes, olhares cúmplices ao traçar a última colherada do sorvete na taça única...acumulem milhas de bons momentos e, por favor, alcancem bodas, para festejar...de papel, algodão, prata, ouro, diamante...não importa...mas persigam alguma delas, também, pra comemorar, relembrando que um ex-solteiro será sempre um nostágico espécime com saudade das noites em que podia esticar os pés e assistir seu futebol sem ninguém para interromper falando sobre os problemas da faxineira...ou então, uma ex-solteira jamais poderá novamente fofocar sobre os dotes masculinos do chefe, pelo telefone, com as amigas, detalhando sem pudor em alto e bom som, sobre aquela passada de olhos que percebeu em certa manhã primaveril quando trajava um tubinho estampado e escarpins vermelhos de verniz... são historinhas que ficarão pra trás...dos tempos que não voltam mais, quando éramos todos solteiros...e não tínhamos sido fisgados por esse vírus grudento chamado casamento.
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