Há décadas, estudando os textos do teórico Marshall Mcluhan, incorporei o conceito de Aldeia Global. Fiz disso, em termos pessoais, uma seta no caminho a seguir, e, também durante muitos anos, dei aulas de teoria da Comunicação, fiz Mestrado em Sistemas de Significação e em 2005, entrei, definitivamente, no mundo interdependente da Gestão Ambiental, cursando o MBA, da Escola Politécnica da UFRJ.
Não dá mais para se imaginar um Planeta com pessoas ou lugares privilegiados ou imunes aos conteúdos ou intercorrencias de informação ou de saúde. Guerras acontecem, tragédias peculiares aos sedentos de poder e dinheiro que, em nome da proteção às suas fronteiras ou às suas ideologias políticas ou religiosas, se auto enganam com arremedos de vitórias, a cada bombardeio.
Repentinamente, o Planeta lembra a todos que a chamada prioridade de vida, humana ou animal, está mesmo além e aquém da defesa de ares, solos, mares, e o vírus Ebola virou a bola da vez.
Foi decretada pela OMS, a emergência planetária, face à epidemia da letal peste, que caminha avassaladora através do contágio provável e configurado na mobilidade da massa humana que se desloca por continentes, entupindo aeroportos, cruzeiros marítimos, e tudo mais que os ventos conduzem no sabor das mudanças climáticas que já não nos surpreendem.
O consumo desenfreado, modelo que invadiu a Terra, nem dá mostras de intensa e necessária conscientização de mudança de rumos. Para a maioria, que importa a emissão absurdo de CO2, e o quadro segue com a fabricação e venda de autos como conquista pessoal nas cidades onde os engarrafamentos infernizam e a qualidade do ar respirável é pessima. A industrialização virou faca de dois gumes.
Uma geração funkeira nas periferias grita seu direito de ser feliz. Um Planeta emergencialmente condicionado ao impasse de vírus ou prioridades.
Os novos ricos da Rússia ou da China correm atrás do prejuízo e se tornam milionários dos anos 2000. A África segue sendo objeto de desejo dos exploradores de tesouros. A América do Norte tenta equilibrar-se fomentando sua indústria bélica. A Ásia se remodela e as grandes fortunas estão em Hong Kong. A Índia precisa urgentemente de sanitários. A América Latina se impõe e o Brasil que foi chamado de anão diplomatico pelo porta-voz israelense, vai se consolidando como nação democrática.
Voltando à peste, a bola do Ebola, não remete ao futebol. Mas pode nos fazer refletir sobre a inutilidade das fronteiras protegidas, já que os ares, mares e a própria terra, volatilizam as fumaças, a poluição, as pragas, os modelos de economia, as religiões e talvez os ódios. Prefiro iludir-me e concluir que há uma emergência prioritária que pregue espalhar Amor pulverizado sobre as plantações em vez de agrotóxicos.
Cida Torneros
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