aqui tem música, poesia, reflexões, homenagens, lembranças, imagens, saudades, paixões, palavras,muitas palavras, e entre elas, tem cada um de vocês, junto comigo... Cida Torneros
Maracanã
quinta-feira, 8 de maio de 2014
Jair Rodrigues, o sorriso do Brasil, gravou Samba Mesmo, como último trabalho
Jair Rodrigues morreu, vitima de enfarte, deixando um legado único na Musica Popular Brasileira. Um mito nacional, o cantor de sorrisommais lindo.
Em dez entre dez rodas de samba, Jair Rodrigues é conhecido pelo sorriso largo, jeito extrovertido de malandro e, como gosta de dizer, "que vive plantando bananeira por aí".
Em Samba Mesmo, trabalho editado em dois volumes que acaba de lançar, o cantor de 75 anos surpreende quem espera ouvir o samba suingado e alegre que o consagrou.
No novo álbum, ele empresta a voz rouca a sambas-canções, chorinhos, boleros e serestas que falam de amores sofridos, despedidas e abandonos. A surpresa é constatar que a mesma voz que canta a alegria em rodas de samba também sabe dar cadência à tristeza e à melancolia de mesa de bar.
Clássicos da MPB
Os dois álbuns têm 26 músicas que nunca foram gravadas pelo cantor em 55 anos de carreira. São três faixas inéditas e 23 clássicos da MPB.
O primeiro volume apresenta Fita Amarela (de Noel Rosa), É (de Gonzaguinha), Esses Moços (Lupicínio Rodrigues), Bom Dia, Tristeza (de Adoniran Barbosa e Vinicius de Moraes) e Conceição (de Jair Amorim, gravada por Cauby Peixoto).
O segundo traz releituras de Das Rosas (de Dorival Caymmi), Como é Grande o Meu Amor por Você (de Roberto Carlos), Tortura de Amor (de Waldick Soriano), Trem das Onze (Adoniran Barbosa), O Mundo é um Moinho(de Cartola), A Noite do Meu Bem (de Dolores Duran).
"Com 55 anos de carreira, conheço o repertório desde Carmen Miranda, a Francisco Alves, Orlando Silva, Nelson Gonçalves, Ângela Maria, Cauby Peixoto. Quando comecei, esse era o repertório que a gente cantava na noite. Depois, gravei as minhas e comecei a fazer sucesso com elas. Cada artista tem que ter seu repertório", afirmou Rodrigues, cheio de graça, por telefone.
A ideia de apresentar esse lado pouco conhecido do cantor foi do filho, Jair Oliveira, que assina a direção artística do projeto realizado com o apoio da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. "Meu pai tem três discos, do final da década de 1970 e início dos anos 1980, que são de seresta, lindos, espetaculares. Eu cresci com esses discos, tive uma paixão enorme por eles pelo fato de meu pai cantar isso muito bem. Geralmente as pessoas não conhecem esse lado", explica Jairzinho, como é conhecido o cantor, compositor e produtor musical.
Ele e a irmã Luciana Mello cantam com o pai a faixa No Rancho Fundo (de Ary Barroso e Lamartine Babo). "No Rancho Fundo é praticamente uma valsa. De repente a gente fez um samba maneiro, ficou bem clássico", explica Jair Rodrigues.
De Chico Buarque, de quem é fã declarado, o sambista regrava Apesar de Você, mas sem a conotação política que a música teve outrora. Durante a ditadura, Jair passou longe das atenções dos militares e dos que faziam música de protesto.
"Eu tenho essa felicidade de dizer que nunca mexeram comigo, nunca mexi com eles. Sempre levei a minha carreira numa boa. Cada macaco no seu galho", arremata com o verso do sambista baiano Riachão.
Da Bahia
Além de Caymmi, Jair Rodrigues canta músicas de dois sambistas baianos: O Ouro e a Madeira, de Ederaldo Gentil, e Se Você Deixar, de Roque Ferreira, uma das inéditas do álbum. As outras duas inéditas são Todos os Sentidos, de Martinho da Vila, e Força da Natureza, do próprio Jair, em parceria com Carlos Odilon e Orlando Marques.
"Conheci o Caymmi em vida, a gente estava sempre se encontrando. Ederaldo Gentil, todas as vezes que eu ia em Salvador, a gente sempre se encontrava junto com Edil Pacheco, Roque Ferreira e tantos compositores. Essa rapaziada da Bahia, lembrou Jair.
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