Israel executa ataques aéreos e ameaça com outra grande ofensiva contra Gaza
Da France Presse
Israel ameaçou nesta sexta-feira com uma nova grande ofensiva contra a Faixa de Gaza, horas depois de executar vários ataques aéreos, que deixaram três crianças feridas, em represália ao lançamento de foguetes a partir deste território palestino.
O vice-premier israelense, Sylvan Shalom, advertiu que o Exército atacará Gaza, controlada pelo grupo radical Hamas, caso o movimento islamita prossiga com os lançamentos de foguetes contra o Estado hebreu.
"Se os foguetes contra Israel não cessarem, me parece que vamos ter que elevar o nível de nossa atividade e intensificar nossas ações contra o Hamas", declarou Shalom à rádio pública.
"Não permitiremos outra vez que as crianças sejam aterrorizadas nos abrigos e, por isto, seremos obrigados a lançar uma nova operação militar", advertiu.
"Espero que possamos evitar, mas é uma das opções que nos resta e, se não tivermos outra, a utilizaremos no futuro", acrescentou.
Caças F16 israelenses executaram seis ataques na madrugada desta sexta-feira contra a Faixa de Gaza. Três crianças ficaram feridas, de acordo com fontes médicas e o Hamas.
As crianças palestinas, de dois, quatro e 11 anos, foram feridas depois que várias janelas quebraram em um dos ataques, segundo Moawiya Hasanein, coordenador dos serviços palestinos de emergência em Gaza.
"Pedimos a intervenção da comunidade internacional para acabar com esta escalada e com a agressão israelense", pediu nesta sexta-feira o primeiro-ministro do Hamas, Ismail Haniyeh.
O Exército hebreu anunciou que os ataques aéreos tiveram como alvos duas oficinas de fabricação e dois depósitos de armas.
O governo da Grã-Bretanha manifestou preocupação com os ataques e moderação a israelenses e palestinos.
"Estamos preocupados com os ataque de hoje e a escalada da violência em Gaza e no sul de Israel durante a semana passada", afirma um comunicado do Foreign Office.
Os ataques aconteceram depois de vários disparos de foguetes palestinos nos últimos dias a partir de Gaza. Na quinta-feira à noite, um deles caiu na cidade israelense de Ashkelon, provocando danos materiais, mas não vítimas.
Quase 20 foguetes foram lançados contra Israel no último mês, e 40 desde o início do ano. Um dos projéteis matou em 18 de março um trabalhador agrícola tailandês de um kibutz (fazenda coletiva). Este foi o incidente mais grave desde que Israel executou uma ofensiva de 22 dias entre o fim de 2008 e início de 2009 contra a Faixa de Gaza.
A ofensiva, que pretendia deter os ataques com foguetes, terminou com mais de 1.400 palestinos mortos e 13 do lado israelense.
O aumento dos ataques com foguetes e as resposta israelenses acontecem em um momento de tensão crescente na região, particularmente pelos temores palestinos de que Israel tente ampliar o controle em Jerusalém Oriental, majoritariamente árabe, mas anexada unilateralmente pelo Estado hebreu após a guerra árabe-israelense de 1967.
Violentos confrontos no fim de semana passado em Khan Yunes, na fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel, terminaram com a morte de dois soldados israelenses e de dois palestinos.
Na terça-feira, um adolescente de 15 anos morreu e 10 palestinos foram feridos por disparos israelenses em Gaza, durante a celebração do "Dia da Terra", data em que os palestinos lembram as expoliações de terras árabes.
enFAIXA-me GAZA
GAZA
me enfaixa
de manto
de pano
de dor
de perplexidade
me dá uma asa
quero voar até lá
e chorar junto tanta morte
tanta discórdia, disputa,
a puta má sorte, a bomba má,
não estou de lado algum,
estou dentro de cada um,
dos dois lados, sem razão,
sem direção, irracional corte
de fé, de esperança, de direção...
GAZA, me enfaixa,
de mortalha e de sofrimento
diante da humanidade perdida
tem pena de mim que nem me reconheço
sou judia, hispânica, palestina, afegã,
quero afago, afago, afago e afago...
mas não esmoreço, creio em qualquer recomeço...
Não quero a faixa incandescente
fumegando atentados, guerra e bombardeio
me enrola no manto sagrado do perdão,
algum modo é o único jeito que me veio
para tanta alma que necessita da celeste calma...
Na minha pequena vida, sou mulher e mãe,
penso nos que padecem em GAZA, nos arredores,
no campo inimigo, no peito amigo, na procura de abrigo,
em algum acordo de paz, nos homens da ONU, no Deus possível,
no milagre, até na vida além, de Alá, de Cristo, de Buda,
além da vida visível e da invisível, deve haver um mundo melhor...
Além de GAZA, para onde vão os espíritos que o ódio fabrica,
talvez eles se unam e se irmanem, e até brinquem de pega-pega,
mas inocentes de pecados e culpas, quem sabe se abracem no éter?
GAZA, me enfaixa bem forte, para que eu me renasça em Terra feliz,
num superior Planeta, num Paraíso, talvez o Nirvana encantado,
muito depois das disputas de terras, de credos, de poderes,
e, mesmo cega, possa ver a LUZ...
Aparecida Torneros
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