Maracanã

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sábado, 24 de outubro de 2009

Clarice Beth Lispector Goullart



Na noite de sexta, o teatro da Universidade do Estado do Rio de Janeiro estava lotado, o espetáculo interapretado por Beth Goullart nos fez ressuscitar Clarice. Um silêncio comovido, uma atenção especial, atriz e público interagindo um texto denso, a engenhosidade da escritora aliada à emoção passada pela artista do palco.


Sublimes frases, etéreos passos, esvoaçantes vestes, descalços pés ou elegantes saltos altos, sotaques de lingua presa, desabafos conflituados, declarações d evida e de morte, elas se confundiram, ante nossos olhos, ouvidos e sonhos absurdamente transdimensionados.


Clarice era tão expressiva quanto misteriosa. Beth é tão transparente quanto externadora de ilusões.




Havia momentos em que as almas das duas se superpunham, incrivelmente, o que me fez sentir um arrepio profundo, com certeza.


Imperdível peça de teatro, para sentir e nem precisa explicar. Basta sorver sua intensa mensagem de vida além dos porquês.


Foi isso que fiz, e agora, em vão, tento traduzir em palavras , o impossível.


Elas se juntaram para nos dizer que a vida continua, através do que pensamos e sentimos, com certeza.
Aparecida Torneros

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