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Maracanã
terça-feira, 9 de setembro de 2014
as roupas no deserto
As roupas e a proteção solar
Os tuaregues são um povo nômade do deserto do Saara, onde o sol não é lá dos mais bonzinhos. Eles se cobrem com um véu azul característico, o tagelmust, com o qual acreditam se defender dos maus espíritos, além de se proteger contra a violência do sol e das rajadas de areia durante suas viagens em caravanas. Usam a roupa como um turbante, cobrindo todo o rosto, exceto os olhos.
Se você não é um tuaregue, provavelmente não conta com a opção do tagelmust para se proteger do sol neste verão. Mas o fato é que, além do filtro, as roupas também são uma grande arma para se defender dos raios ultravioleta. Nesta coluna, a discussão é sobre o grau de proteção solar dado por diferentes tipos de tecidos, e sobre roupas especialmente incrementadas que aumentam a proteção solar.
Antes de mais nada, uma explicação: para medir a proteção de uma roupa, é usado o FPU, ou Fator de Proteção Ultravioleta. Ele mede a porcentagem dos raios ultravioleta A e B que ultrapassam o tecido. Por exemplo: o FPU 5 significa que um em cada cinco raios ultrapassa o tecido e chega na nossa pele; o FPU 50, que um em cada 50 raios atinge a pele.
Uma boa proteção começa com FPU 15. Ela é muito boa a partir de FPU 25 e excelente a partir de FPU 40. As roupas vendidas em lojas especializadas para proteção solar costumam ter FPU 50.
As roupas e seus FPUs
Se você é mãe ou pai, posso apostar que já deixou seu filho na praia usando uma camiseta branca de algodão, e que se sentiu seguro com a proteção solar que esse tipo de roupa oferece. Se você pratica esportes ao ar livre, provavelmente já confiou na mesma roupa. Afinal, algodão deixa a pele respirar, e a cor clarinha é a ideal em dias muito quentes porque não esquenta. Mas será que a proteção solar desse tecido é bom mesmo? Vamos ver.
O FPU depende de algumas variáveis:
1. Tipo de fio. Os tecidos que naturalmente protegem mais contra a radiação ultravioleta são os mais pesados, como o algodão, o linho, a sarja. No entanto, existem tecidos sintéticos leves, como o poliéster, que também protegem bem.
2. Densidade da trama. Quanto mais densa a trama, maior a proteção. É possível avaliar se um tecido filtra bem os raios ao observá-lo contra a luz. Se passar pouca luz, o FPU deve ser bom. Caso contrário, mau sinal.
3. Cor. Quanto mais escuro o tecido, maior o FPU. O pigmento ajuda a absorver os raios ultravioleta, e por isso a cor escura pode aumentar o FPU do tecido em até 5 vezes. Ponto negativo para a confortável camiseta branca de algodão. Outro detalhe: como o branco reflete a luz, a camiseta branca de algodão acaba refletindo a radiação solar em direção ao rosto de quem usa. Mas apesar do FPU de tecidos claros ser menor que o de tecidos escuros, roupas claras são as mais indicadas para serem usadas sob o sol, pois esquentam menos, são mais confortáveis e ajudam a proteger contra a insolação.
4. Umidade. Se molhar, a camiseta estica e as tramas se abrem. Com isso, o FPU cai.
5. Roupa folgada ou apertada. Se a roupa for mais folgada, o FPU aumenta. Se o tecido for esticado, como no caso de uma roupa apertada, a trama perde a densidade e o FPU cai.
Em vista desses fatores, conclui-se que em geral um tecido claro, leve e com trama solta não tem FPU ideal. Sinto informar, mas a camiseta branca de algodão tem FPU baixo, em torno de 6. Molhada, ela perde metade do seu fator de proteção. Conclusão: pais, continuem a vestir seus filhos com roupas de algodão branco, mas não confiem completamente na proteção que o tecido oferece. O ideal é usar junto um filtro solar.
Poliéster protege mais que algodão: se for branco, o FPU é 16. Se for vermelho, 29. Preto, 34. Roupas desse material são encontradas em lojas esportivas, pois são levinhas e absorvem o suor.
As roupas especiais
Existem roupas especiais, feitas com tecido de altíssimo FPU. Essa tecnologia surgiu há mais de uma década, na Austrália, onde a preocupação com a exposição ao sol é extrema, já que a incidência de melanoma é muito alta no país. Há lojas brasileiras especializadas que oferecem roupas com essa tecnologia. Elas utilizam tecidos nacionais para a confecção, e os enviam para a Austrália para realizar testes de eficiência de FPU.
Nessas roupas tecnológicas, o tecido usado é a poliamida. Na hora de confeccionar a fibra usa-se um protetor solar: o dióxido de titânio. Ele se incorpora à fibra e é o responsável pela proteção solar do tecido. Por isso, o FPU é excelente independente da cor do tecido, e isso não se perde nas lavagens. Enquanto a roupa não for danificada, o FPU se mantém. Além de camisetas, encontramos várias outras roupas com essa tecnologia: bonés, viseiras, maiôs, luvas e sombrinhas.
Não estamos no deserto do Saara, mas por aqui o sol também é cruel. Portanto, não se esqueça de se proteger muito bem neste verão.
Por Lucia Mandel
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