terça-feira, 8 de junho de 2010

Fome de amor...

A gente chega à maturidade, tão de repente quanto passou pela mocidade, palavra esta que me recorda meu pai, porque ele sempre repetia pra minha mãe: Deixa a menina aproveitar a mocidade dela, é uma só... Talvez a frase do meu saudoso pai refletisse a busca pela juventude perdida, quando ele me acompanhava com os olhos e as emoções no torvelinho constante que sempre foi minha tônica na alegria de viver a vida. Continua sendo, mas, reconheço, com certo orgulho, que a tal parceria com o elixir da eterna meninice, em mim, não compactuou nem com os botoxes do tempo e nem com as cirurgias plásticas. Abri mão disso, prefiro o envelhecimento que o tempo quiser marcar em mim, e vou deixando correr frouxo, sem contudo, abandonar o cultivo pelo menos de hábitos saudáveis como manter-me ativa fisicamente, ter boa alimentação, dormir razoavelmente, rir com desprendimento, amar com doação e compreensão, enamorar-me de parceiro(s) que dizem ao que vieram, que sabem, como eu, ter um olhar de amor e valorizam os momentos, com respeito aos sentimentos alheios, sobretudo.
A fome de amor, esta é uma dádiva, imaginem se abríssemos mão do direito de saborear as nuances dos gostos que a vida oferece no banquete de milhares de opções quanto ao conceito múltiplo de ser feliz ou tentar ser feliz ao seu modo, considerando-se que é válido aceitar que os seres humanos são tão diferentes quanto misteriosos.

Amar com fome de amar, comer com fome de comer, viver com fome de viver, saciar as fomes do corpo e da alma, não pré-julgar, aceitar a variedade de sabores, a diversidade de gostos, a legitimidade dos encontros fugazes ou duradouros, entender que há na busca tanta força quanto há na fuga, que é possível viver um minuto de felicidade como se fosse um século, sem tanta definição cronometrada.


Assim, pegando carona na fome de Amor, explicitada, brilhantemente, pelo Jabour, em artigo primoroso, gostaria de jogar lenha na fogueira, abrir espaço para novos questionamentos e conclusões, porque é muito simples referir-se à nossa própria fome, já que ela dói nos nossos estômagos e corações, mas o nó da questão é compreender e aceitar que nossos semelhantes têm direito a uma gama infindável de otras fomes, fomes que beiram a necessidade da justiça, do direito à vida saudável, ao protesto pela segurança física, ao atendimento às questões de sobrevivência, e até ao seu grau maior ou menor de marginalidade social, sexual ou econômico-cultural.


Arre, égua! Que entender de fome de amor, pode remeter ao eterno sonho de tantos meninos e meninas conhecerem seus pais ou receberem deles o que ficou faltando para tapar os buracos emocionais. Coisa freudiana, buscar matar a fome de amor paterno ou materno, ao lado de namorado(a)s, companheiro(a)s, etc, que se vai encontrando ao longo da vida.

A gente cresce, amadurece, emburrece, dá meia volta e lá está a tal fomezinha calcinando a alma adolescente, empurrando nossa história pra novas histórias, num suceder delicioso de ir matando a fome de amor como se pode, como se consegue, sem muitos modelos, a serem seguidos, mas com muitas emoções a serem sentidas.

Cida Torneros



Estamos com fome de amor...


(JORNAL O DIA! Arnaldo Jabor)


O que temos visto por ai ???


Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes.

Com suas danças e poses em closes ginecológicos, cada vez mais siliconadas, corpos esculpidos por cirurgias plásticas, como se fossem ao supermercado e pedissem o corte como se quer... mas???


Chegam sozinhas e saem sozinhas...


Empresários, advogados, engenheiros, analistas, e outros mais que estudaram, estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos...


Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dancer", incrível.
E não é só sexo não!

Se fosse, era resolvido fácil, alguém dúvida?


Sexo se encontra nos classificados, nas esquinas, em qualquer lugar, mas apenas sexo!


Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho, sem necessariamente, ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico na cama ... sexo de academia . . .


Fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçadinhos,


sem se preocuparem com as posições cabalísticas...


Sabe essas coisas simples, que perdemos nessa marcha de uma evolução cega.


Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção...


Tornamo-nos máquinas, e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós...


Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada nos sites de relacionamentos "ORKUT", "PAR-PERFEITO" e tantos outros, veja o número de comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra viver sozinho!"


Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários, em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis, se olharmos as fotos de antigamente, pode ter certeza de que não são as mesmas pessoas, mulheres lindas se plastificando, se mutilando em nome da tal "beleza"...


Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento, e percebemos a cada dia mulheres e homens com cara de bonecas, sem rugas, sorriso preso e cada vez mais sozinhos...


Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário...


Pra chegar a escrever essas bobagens?? (mais que verdadeiras) é preciso ter a coragem de encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa...


Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia isso é julgado como feio, démodé, brega, famílias preconceituosas...


Alô gente!!! Felicidade, amor, todas essas emoções fazem-nos parecer ridículos, abobalhados...


Mas e daí? Seja ridículo, mas seja feliz e não seja frustrado...


"Pague mico", saia gritando e falando o que sente, demonstre amor...


Você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta mais...
Perceba aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, ou talvez a pessoa que nada tem haver com o que imaginou mas que pode ser a mulher da sua vida...


E, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois...

Quem disse que ser adulto é ser ranzinza ?

Um ditado tibetano diz: "Se um problema é grande demais, não pense nele... E, se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele?"


Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo, assistir desenho animado, rir de bobagens e ou ser um profissional de sucesso, que adora rir de si mesmo por ser estabanado...


O que realmente, não dá é para continuarmos achando que viver é out... ou in...


Que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo, que temos que querer a nossa mulher 24 horas, maquiada, e que ela tenha que ter o corpo das frutas tão em moda, na TV, e também na playboy e nos banheiros, eu duvido que nós homens queiramos uma mulher assim para viver ao nosso lado, para ser a mãe dos nossos filhos, gostamos sim de olhar, e imaginar a gostosa, mas é só isso, as mulheres inteligentes entendem e compreendem isso.


Queira do seu lado a mulher inteligente: "Vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois, ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida"...
Porque ter medo de dizer isso, porque ter medo de dizer: "amo você", "fica comigo", então não se importe com a opinião dos outros, seja feliz!

Antes ser idiota para as pessoas que infeliz para si mesmo!

Nenhum comentário:

Postar um comentário