sábado, 1 de maio de 2010

Floraleda e um Rio de Janeiro encantado pelo som das harpas...




Floraleda Sacchi,  italiana, jovem, harpista  há dezenove anos, nos cumprimentamos e iniciamos agradável conversa misturando inglês, português e italiano. 

Eu a observei, quando ela ziguezagueava, com olhar curioso e deslumbrado,  pelos salões do Palácio da Cidade, sede festiva da Prefeitura do Rio de Janeiro, logo após a apresentação do grupo egípcio, que abriu com especial performance, na noite de sexta-feira, 30 de abril, o V RioHarpFestival.

Durante todo  o mês de maio, cariocas e visitantes  poderão assistir concertos tanto em locais tradicionais como teatro do Centro Cultural  Banco do Brasil, Academia Brasileira de Letras, Museu do Exército ( Forte Copacabana), como em estações de Metrô, na Ilha Fiscal, no Teatro Municipal de Niterói, na Igreja Santa Cruz dos Militares, e ainda, no Corcovado, e no Morro Dona Marta.   Programação cuidadosa, oportunidade ímpar para os amantes da boa música.

Evento que traz harpistas de várias nacionalidades para encantarem a cidade, em promoção incluída no tradicional trabalho intitulado "Música no Museu", coordenado pelo seu criador e diretor, Sergio Costa e Silva. 

Fui  lá, no coquetel de abertura, fazendo companhia à minha amiga Elza Gimenez, produtora do RJ TV,  que me pegou de última hora, e dividiu comigo instantes de viagem maravilhosa  para almas voadoras como as nossas.  

Harpas invadem a cidade maravilhosa no   mês de maio, há cinco anos, desta vez, com mais de 30 concertos gratuitos, em locais escolhidos para enlevar os cariocas no som do único instrumento "eóleo", ou seja, aquele que, tangido pelo vento, emite maviosos sons musicais.

Milenar, a harpa atravessou toda a história da música mantendo sua forma triangular.  No museu de Londres, há um belo exemplar, em prata, de uma harpa sumeriana, datado de mais de três mil e quinhentos anos.

Pois, neste maio outonal de céu transbordantemente azul, o Rio recebe harpistas de 25 países,  e se dá ao luxo de voejar pelas notas das canções cuja  delicadeza sintetiza o movimento cultural que caracteriza a  vocação de cidade musical, como já dizia o mestre Villa Lobos.

Vou ouvir Floraleda, ao vivo e a cores, na sua apresentação do dia 3 de maio, na Biblioteca Nacional, eu lhe prometi. Ela, simpática e carinhosa, tirou da bolsa um cd intitulado Harp Dances e me presenteou. Brindamos, eu, ela e Elza, ao nosso encontro na vida  e à música feiticeira que nos permite atingir belíssimas dimensões espirituais!

A musicista de Milão, que acabara de chegar pela primeira vez ao Brasil, revelou sentir-se verdadeiramente feliz por ter sido convidada a tocar no Rio. Segundo ela, que já se apresentou em vários continentes, sendo que uma única na América do Sul, no Peru, vir ao Rio e participar deste Festival, é uma imensa realização.

O Rio, encantado pelo som das  harpas, emana leveza que lhe renova as forças para seguir enfrentando intempéries, violência, num caminho bendito de pacificação e beleza,  que, para Floraleda,  extasiada com a paisagem que pôde ver num sobrevôo no céu carioca, é tão lindo que ela se considera agora, privilegiada!

Salve a música, linguagem realmente universal, que une povos, enternece corações, e nos dá a chance de, mais uma vez, de ouvir artistas viajantes do tempo e da paz, oriundos de lugares como Egito,  Croácia,  Canadá, Inglaterra, França, Itália, Alemanha, entre outros,  incluindo ainda os brasileiros dedicados à esta arte de dedilhar cordas e extrair delas sons tão mágicos.  Estamos todos tão encantados quanto Floraleda, a jovem harpista italiana. Que os anjos, também harpistas,  digam Amén!

Cida Torneros

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