Publicada em 20/06/2006
Quando te trago pra junto de mim... É como um sopro de ar fresco na quentura da tarde de sol a pino. Tua presença tem o dom de me fazer renascer como os brotos verdes da árvore podada. Exuberante energia a resplandecer luz, calor, alegria, espectro de um espetáculo complexo onde a natureza é parte de ti, num jogo brilhante. Teus olhos oferecem reflexos da minha sombra, delineiam meu movimento em tua direção, me espreitam atraindo-me como se fossem hipnotizadores de um réptil a paralizar a presa. Ajeito-me como posso, aprumo-me como consigo. Diante da tua proximidade, tal química se processa no meu sangue, inunda-me o corpo um elevado grau de temperatura, ao mesmo tempo em que se esfriam as extremidades. Há um gelo cortante nas mãos e nos pés. Esforço-me para compreender que tua chegada é precedida de um estado dalma de grande inquietude. Engulo em seco, há um estreitamento na garganta, como se um limão a entupisse, mas sei que é apenas fruto da tensão que se abate sobre mim, em virtude da contagem regressiva até o instante em que estarás assim, na minha frente. Nada é capaz de me acalmar enquanto tu não chegas. Meu coração dispara. O suor brota nas axilas, a pele se arrepia em série, meus ouvidos atentam para os sinais dos teus passos, eu te pressinto.E te atraio. Esmero minha feitiçaria para que te dirijas a mim num ato repentino de grande necessidade. Páras com tudo o que estás fazendo, sem atinar ao fato de que estás sendo teleguiado pelo meu grande esforço mental de ter-te logo nos meus braços. Vens. Vens pra junto de mim, porque eu te quero. Vens porque também me queres. ...E no instante em que já te posso tocar, levo um segundo apenas para alcançar-te com meu abraço e me perder nos teus beijos...O mundo pára, estamos juntos, nada é mais importante do que o nosso encontro.
Cida Torneros
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